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mística

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  
Guénon

Por lo demás, esta incompatibilidad no resulta de lo que implica originalmente la palabra «misticismo» misma, que está incluso manifiestamente emparentada a la antigua designación de los «misterios», es decir, a algo que pertenece al contrario al orden iniciático; pero esta palabra es de aquellas para las cuales, lejos de poder referirse únicamente a su etimología, uno está rigurosamente obligado, si se quiere hacer comprender, a tener en cuenta el sentido que le ha sido impuesto por el uso, y que es, de hecho, el único que se le atribuye actualmente. Ahora bien, todo el mundo sabe lo que se entiende por «misticismo», desde hace ya muchos siglos, de suerte que ya no es posible emplear este término para designar otra cosa; y es eso lo que, decimos, no tiene y no puede tener nada en común con la iniciación, primero porque ese misticismo depende exclusivamente del dominio religioso, es decir, exotérico, y después porque la vía mística difiere de la vía iniciática por todos sus caracteres esenciales, y porque esta diferencia es tal que resulta entre ellas una verdadera incompatibilidad. Por lo demás, precisamos que se trata de una incompatibilidad de hecho más bien que de principio, en el sentido de que, para nós, no se trata de ningún modo de negar el valor al menos relativo del misticismo, ni contestarle el lugar que puede pertenecerle legítimamente en algunas formas tradicionales; así pues, la vía iniciática y la vía mística pueden coexistir perfectamente [1], pero lo que queremos decir, es que es imposible que alguien siga a la vez la una y la otra, y eso incluso sin prejuzgar nada de la meta a la cual pueden conducir, aunque, por lo demás, ya se pueda presentir, en razón de la diferencia profunda de los dominios a los que cada una se refiere, que esa meta no podría ser la misma en realidad. [APRECIAÇÕES SOBRE A INICIAÇÃO]


Plotino  

Mística deriva do verbo grego myo e significa fechar-se; especialmente fechar os olhos, recolher-se. Por isso, mystikon é o oposto de phaneron (aberto, manifesto). Em Plotino, a mística é pensada como haplosis, isto é, como máxima simplificação da alma racional, quando ela se retrai para o fundamento do seu ser. Para que se dê tal união, misteriosa, secreta, indizível, com o Uno, é mister deixar atrás de si a matéria. Não se trata, pois, na mística, de um sonho de visionário, nem é identificável com transes xamânicos ou com o enthousiasmos dos órficos e dos participantes dos ritos dionisíacos. A mística plotiniana não é deificação, mas assemelhação com Deus.

Na vivência da união mística, a alma entra, pelo assim dizer, no Santo dos Santos, que representa o abandono das imagens (as estátuas dos deuses) as quais simbolizam o singular ou o muito [2]. Aqui a alma repousa como Deus, no sétimo dia. Muitas vezes, também os místicos descrevem a sua união com Deus como a entrada num deserto. Deserto, aqui, não significa lugar vazio, mas é uma analogia, para representar a solidão da alma com o Uno. Tudo a alma abandonou (deserere, em latim), para defrontar-se com a dimensão divina. Então, a alma está despojada de tudo. Cumpriu o áphele pánta. É o instante da contemplação, com plena felicidade (En. VI, 7,31), numa vivência suprassensível, transracional, atemporal. É descanso no Uno [3]. Ek-stasis equivale ao excessus mentis dos medievais, ao arrebatamento (rapto) de Paulo, descrito em 2Cor 12, 2ss [4]. Somente o puro pode contemplar o Puro.

Não se pense, porém, que o êxtase seja dissolução do eu. Não é anulação, nem deificação, mas assemelhação com Deus [5]. [Ullmann  ]


gr. eupatheia = alegria da alma unida ao Bem; eupathein = estar pleno de alegria, na união com o Bem.
Plotinus seems to dissociate mystical experience to some extent from emotion by making use of two different Stoic ideas, the initial shocks (ekplexeis) which are less than emotion, and the eupatheiai, or equanimous states, which are superior to emotion. For mystical experience of the highest divinity, the One, he coins the expression ‘shock without hurt’, which is echoed by Augustine   Confessions 11.9 in another context, and he describes the love felt in this experience as a eupatheia.

LÉXICO: mística; misticismo; mistificação; eupatheia

Observações

[1Podría ser interesante, a este respecto, hacer una comparación entre la «vía seca» y la «vía húmeda» de los alquimistas, pero esto se saldría del cuadro del presente estudio.

[2Cf. BEIERWALTES, op. cit., p. 346, nota 59.

[3"Ek-stasis nell’unificazione diventa stasis dei pensiero; in esso Eros, come stabile impulso al movimento che trascende, è giunto ai suo fine definitivo e perciò alia ’quiete’ in uno ’stato’ dei non-essere-piu-mosso, dell’essere orientato fissamente all’Uno o dell’unione (synousía) senza distanza con lui" (BEIERWALTES, op. cit., p. 131).

[4"Conheço um homem em Cristo, o qual há catorze anos, foi arrebatado (não sei se foi no corpo, se fora do corpo; Deus o sabe) até ao terceiro céu. E sei que este homem (...) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis (...)".

[5"There (in the mystical union) is no consciousness of duality in that union; we are not aware of ourselves; but we are not destroyed or dissolved into the One, because even in the union we are still intellect out of itself, transcending its normal nature and activity" (ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA (Chicago, 1969), v. 18, p. 60).