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filosofia

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

58. Desconhecidos não são os nomes da Mediação, mas só porque elas a designam propriamente. E se não sabemos por que elas propriamente a designam, a culpa não é delas, mas só o que delas se faz, quando não vemos senão os seus «projetos» no mundo da objetividade. Tudo se perde de tudo o que é, no rebaixamento ao ínfimo plano, que é o do mundo objetivo. E o rebaixamento dos dois patamares superiores à inferioridade do primeiro ainda se faz sentir como a reação diabólica à transcensão simbólica. Também esta tem nome conhecido: é o do negativismo «positivista». Religião, Arte e Filosofia movem-se (ou dançam) em ronda, de mãos dadas, no circuito da trans-objetividade; desenham, na ronda, a própria figura da trans-objetividade, o que significa moverem-se (ou dançarem) por entre símbolos, na Lonjura e no Outrora. O que, por sua vez, quer dizer que se movem entre deuses, os que são o «ser-origem» das coisas que deixam de o ser. Moverem-se, Religião, Arte e Filosofia, em ronda, também sugere o significado de que qualquer delas vai ciclicamente ocupando o lugar das outras; que em estando nós imobilizados [145] no meio, se o movimento da ronda-dança se acelera, como se impelida pela força de um tornado, deixamos de nos aperceber, nas figuras que passam em redor, que seja, separadamente, Religião, Arte e Filosofia. Esbatem-se os contornos de cada uma; já não sabemos o que distingue qualquer uma das outras duas. Talvez porque são todas o mesmo, relativamente à unidade que excede o limite do trans-objetivo, liminar do Ser ou do Ultra-Ser, do Absoluto-Secreto, do Deus ou do que quer que se ponha em seu lugar e tempo, para além de tempo e lugar. [EudoroMito:145-146]


LÉXICO: Filosofia; filosofema; filósofo; filosofismos