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nada

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Talvez, aqui, deixemos escapar a importância decisiva da diferença desse nada “medieval” em referência ao nosso nada usual. Este, como o costumamos entender, não nos conduz a mais nada, nem a si no que ele oculta. Pois marca passo na reedição inócua de um “vazio” prefixado como frustrada lacuna de privação do ser, cujo sentido do ser já está também prefixado como algo formal. Talvez esse nada nosso, usual, deva ser libertado dessa prefixação do sentido do ser do algo formal, de tal sorte que nada não mais ou nem sequer seja representado como ausência de algo, para que se desprenda, se solte, se livre o que se oculta no seu bojo. Na realização da realidade, para Eckhart  , nada não é nada da negação lógica de algo lógico formal, não é nada de objetivo do ato do conhecer subjetivo da existência lógico-trascendental, mas recepção viva, na plena disposição da graça do toque da liberdade desprendida, a modo da plenitude do ser da liberdade-Minne. Assim esse nada “medieval” eckhartiano diz bem, em alto som: Dele nada sabemos, nada podemos, nada temos e somos, a não ser Ele mesmo, a saber, a plenitude, solta, desprendida, na ab-soluta gratuidade da sua liberdade. [GiachiniEckhart2:Glossário:16]


LÉXICO: nada