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figura

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

«O outro modo de considerar a natureza é [...] a figura e a forma, não na medida em que são separáveis da matéria mas na medida em que são tidos em vista segundo o sentido (λόγος)» [ΜF, 193b3-5]. Este modo de ser natureza (φύσις) é mais autêntico do que o modo de ser material [MF  , 193b7], porquanto, tal como a respeito dos entes em geral, aqueles que estão num estado acabado da sua produção (ἐντελέχεια) [Ibid] são considerados mais autenticamente entes do que aqueles que subsistem apenas a título de mera possibilidade (δύναμις) [1] — o mesmo se verifica nos entes que detêm em si a «origem e a proveniência do processo de transformação» (ἀρχή κινήσεως). A natureza dos entes que são por natureza é a «substância» [MF, 1014b36], «a primeira composição» [MF, 1014b37]. Por isso é que todos aqueles entes que são ou se produzem por natureza podem ser considerados num estado ainda não acabado, embora a possibilidade de virem a ser esteja já presente neles. Só quando assumem uma forma ou uma figura são considerados aquilo mesmo que são [2]. A composição de uma matéria e de uma forma é uma natureza completa e acabada. A completude finalizada de um processo de vinda à existência é a substância. «A natureza de cada coisa é uma certa substância» [F, 193b12-13], enquanto «o que dá completude a um processo de geração» [F, 193Μ1-12]. [CaeiroArete:288]


LÉXICO: figura

Observações

[1MF, 193b8. Um ente no seu estado natural acabado, ou um artigo fabricado por uma qualquer forma técnica de produção, uma substância concreta (οὐσία), é mais ente do que quando subsiste apenas como mera possibilidade por concretizar.

[2MF, 1015a4-8. Aquilo que consiste destas duas coisas é, por natureza, como os animais e as suas partes.