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distinção

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Essa distinção ontológica [entre ο ἐπιστημονικόν [epistemonikon] (o que promove o saber) e ο λογιστικόν [logistikon] (o que promove a reflexão)], primeira e maximamente primitiva, não surge de início em uma consideração filosófica, mas ela é tal distinção do próprio ser-aí natural; ela não é construída, mas reside no horizonte em que se movimenta ο ἀληθεύειν [aletheuein] (desvelamento) do ser-aí natural. Em seu modo de ser natural, ele se ocupa com as coisas que se mostram como objetos da criação, da ocupação mais imediata, cotidiana. Todo esse mundo circundante não é em si encapsulado, mas é um recorte determinado do próprio mundo. Casa e corte possuem seu ser sob o céu, sob o sol, que todo dia segue o seu curso, sempre aparecendo e desaparecendo todo dia uma vez mais de maneira homogênea. Esse mundo da natureza, que é sempre assim como ele é, é em certa medida o pano de fundo do qual se destaca o poder-ser-diferente. Essa distinção é uma distinção totalmente originária. Por isso, é equivocado dizer que se trataria de duas regiões ontológicas, por exemplo, dois campos, que seriam estabelecidos um ao lado do outro junto à consideração teórica. Ao contrário, essa distinção é muito mais o mundo e sua divisão ontológica em geral. [Heidegger  , GA19:29]


τὰ ἐνδεχόμενα ἄλλως ἔχειν / τὰ μὴ ἐνδεχόμενα ἄλλως ἔχειν: as coisas que podem ser de maneira diferente / as coisas que não podem ser de maneira diferente. Esta distinção é fulcral para o isolamento do sentido do horizonte do Ético e da dimensão prática do Humano enquanto tal, cf. EN, 1139a7 e ss. [CaeiroEN  :282 Nota]
LÉXICO: distinção; diferença; diferenciação; diversidade