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discurso

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Fixemos o seguinte: ἀληθές [alethes] (verdadeiro – desvelador) é o πρᾶγμα [pragma] (a coisa); ο ἀληθεύειν [aletheuein] (desvelamento) é uma determinação do ser da vida; ele é atribuído particularmente ao λόγος [logos] (discurso); Aristóteles distingue primariamente os cinco modos citados do ἀληθεύειν (desvelamento); ele os distingue com vistas ao λέγειν [legein] (falar); eles são μετὰ λόγου [metá logou] (por meio do discurso). O μετὰ (por meio de) não tem em vista, aqui, o fato de o falar ser um anexo arbitrário aos modos do ἀληθεύειν (desvelamento). Ao contrário, ο μετὰ [metá] (por meio de) – que pertence ao τὸ μέσον [meson], ao ponto central – tem em vista o fato de nesses modos mesmos, em meio a eles, estar ο λέγειν (falar). O conhecer e o contemplar são sempre um falar, quer expresso ou não. Todo comportamento descerrador, não apenas o orientar-se cotidiano, mas também o conhecer científico, realiza-se no falar. Ο λέγειν (falar) assume primariamente a função do ἀληθεύειν (desvelamento). Esse λέγειν (falar) é para os gregos a determinação fundamental do homem: ζῷον λόγον ἔχον [zoon logon echon] (ser vivo que possui linguagem). E, assim, Aristóteles também conquista, com base nessa determinação do homem, no campo de λόγον ἔχον [logon echon] (ter linguagem) e com vistas a ele, a primeira articulação dos cinco modos do ἀληθεύειν (desvelamento). [Heidegger  , GA19:27]


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