Página inicial > Termos e noções > conhecer

conhecer

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

O que comumente se denomina o "profundo", a "essência" de uma coisa não é, portanto, uma propriedade, um atributo real das coisas, mas — isso veremos detalhadamente adiante — sua dimensão metafísica, isto é, de transcendência e de "ultrapassamento" da "coisa" na sua objetividade tosca, no seu lado ou aspecto "coisista" ou objetivista, para se realizar num modo de ser possível, que se chama também ótica, perspectiva, interesse. É aí, nessa instância ou dimensão, que se realiza isto que chamamos conhecer. Adiante, ao nos determos nessa questão, mostrar-se-á como metafísica é um modo de ser do homem respectivamente do real, de todo real possível e que é o mesmo que conhecer. Por enquanto, temos que conhecer, que começamos dizendo ser a busca do ser ou da verdade das coisas, mostra-se agora para nós como o trans-portar-se ou o trans-por-se para o interesse, a perspectiva ou a "pré-ocupação" que põe e instaura o que se mostra ou aparece (o real!) tal como se mostra ou aparece. Conhecer, portanto, é, de algum modo, repetir e cofazer essa hora, esse instante, esse in statu nascendi da coisa. Conhecer é realmente um "co-gnoscere" um "con-naître", um "co-nascer" com as coisas, com o real.

A questão para nós, agora, é esta: o que é propriamente interesse, perspectiva? Como é ou qual é a natureza, o modo de ser desse interesse, dessa perspectiva, dessa "pré-ocupação"? Há que esclarecer e detalhar isso para se excluir a conclusão apressada, à qual certamente alguém já chegou, segundo a qual, então, tudo é "subjetivo" ou antropológico, quer dizer, antropocêntrico (seja psicológica, seja transcendentalmente). Não, não é essa a constituição ou o modo de ser de interesse, de perspectiva. Esperemos. [Gilvan Fogel  , «CONHECER É CRIAR»]


gr. γνῶθι σεαυτόν, gnôthi seautón: "Conhece-te a ti mesmo." Fórmula atribuída pela primeira vez por Antístenes a Tales (DL., I, 40). Segundo Demétrio de Falero, seu autor seria Quílon de Lacedemônia (Müllach, fr. 3). E também encontrada em Pítaco (Sentenças, 16). Sócrates viu-a inscrita no frontispício do templo de Apolo em Delfos (Xenofonte  , Mem., IV, II, 24). v. Epicteto   [Leituras, I, XVIII, 17). [Gobry  ]
LÉXICO: conhecimento