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hipóstases

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

As três hipóstases ou realidades subsistentes – o Uno, o Noûs e a Alma do mundo – constituem o universo inteligível ou imaterial do licopolitano e representam um dos pontos pinaculares do pensamento filosófico de Plotino  . [Para Plotino, as três hipóstases são deuses felizes: “Esta é a vida impassível e feliz dos deuses” (En. I, 8, 2, 26). A sinonímia de hipóstases e deuses é endossada por DE CAPITANI, Franco, Il problema del male nell’VIIl trattato della prima Enneade di Plotino. In: ANGELLI, Franco (org.), Sapienza Antica: studi in onore di Domenico Pesce (Parma, 1985), p. 79. E Plotino completa o pensamento: “Ali, em nenhuma parte, existe o mal e, se a realidade ficasse restrita a esse lugar, não existiría o mal (...)” (En. I, 8, 2, 26-27). “So gibt es diese drei Wesenheiten oder Hypostasen: Gott, Geist und Seele, die zu einer Einheit verbunden sind, da sie alle als göttlich und wesenhaft bezeichnet werden müssen, die aber ein sehr verschiedener Ausdruck der göttlichen Einheit sind” (MEHLIS, Georg, Plot in (Stuttgart. 1924), p. 59-60).]

De imediato, surge a pergunta: por que são exatamente três hipóstases? Em duas respostas bifurca-se a questão. Em primeiro lugar, como intérprete e exegeta de Platão  , Plotino encontrou seus três princípios divinos no Parmenides   do fundador da Academia — próton hén, hèn pollá, hèn kai pollá – e nos três reis da Segunda Carta.

Em segundo lugar, essa tríade constitui uma reação aos gnósticos  , máxime a Valentiniano, que viveu no século II de nossa era. E tido como o mais destacado gnóstico dentre as numerosas seitas em que se pulverizara o gnosticismo. Sem razão alguma, Valentiniano multiplicou os princípios divinos, imaginando serem trinta, denominados éons, distribuídos em zonas escalonadas e procedentes umas das outras por emanação. [Cf. CHARRUE, Jean-Michel, Plotin lecteur de Platon, 3. ed. (Paris, 1993). p. 45-58, com ampla e clara exposição do assunto em tela; etiam ARNOU, René, Le désirde Dieu duns la philosophie de Plotin, 2. ed. (Rome, 1967), p. 122-123.] [ULLMANN  ]