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methexis

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  
Ananda Coomaraswamy  

La cosas más bajas y más altas difieren en naturaleza, como, por ejemplo, una efigie en piedra difiere de un hombre en la carne. Las más altas están contenidas en las más bajas formalmente, o, como se expresa aquí, «por participación»; la «forma» del hombre vivo, por ejemplo, está en la efigie en tanto que causa formal o modelo; o como el Alma en el cuerpo, o el «espíritu» en la «letra». Y, viceversa, las más bajas están en las más altas «más excelentemente»; la forma de la efigie, por ejemplo, está viva en el hombre.


Luc Brisson  

A "participação" (méthexis) é uma das noções chaves do pensamento platônico; o sensível não está sem relação com o inteligível posto que o imita, de sorte que não há pura e homonímia entre a beleza sensível e a beleza inteligível. Em Plotino  , o movimento de participação (há uma tensão do sensível que busca em se manter em suas próprias determinações em se relacionando, segundo seu modo de ser particular, ao ser eterno) corresponde logo, em sentido inverso, ao movimento de processão pelo qual o superior engendra o inferior. [Luc Brisson]


A participação (methexis) se apresenta como uma consequência natural da hipótese da existência de formas inteligíveis, que atuam quanto às coisas sensíveis, que disto são portanto de uma certa maneira as imagens, o papel de causa e de "modelo". A participação é para Platão   um termo técnico que significa "relação". A participação apresenta dois aspectos, pois ele pode aí ter participação das coisas sensíveis às formas inteligíveis, mas também participação das formas inteligíveis umas com as outras. [Luc Brisson]
Philokalia  

O poder que têm as energias não-criadas - ageneton - de criar e de modelar o seres.


Gregório de Nissa

Assim nos aparecem pouco a pouco os bens divinos que constituem a imagem divina e que são participação à vida mesma de Deus, posto que, segundo a palavra muito forte de Gregório, a diferença entre Deus e o homem consiste não nas epitheoroumena, os traços exteriores, mas somente no hypokeimenon. Uma palavra exprime o conjunto de bens paradisíacos, que encontramos muitas vezes, aquele de "beatitude", makariotes. A expressão, na língua teológica moderna, designa precisamente o estado da alma entrada em sua perfeição definitiva. Para Gregório, ela é "a soma e a perfeição de todos os bens". Ela convém propriamente e verdadeiramente a Deus. É o sentido que ela tem em Paulo Apostolo: "Bem-aventurado e só poderoso é o Rei dos Reis e aquele que possui a imortalidade" (1Tim VI,15). Nós a encontramos na lista das perfeições divinas.

No homem a beatitude é uma participação naquela de Deus. Toda esta doutrina está longamente exposta na primeira "Homília sobre as Beatitudes": "A beatitude é segundo penso o conjunto de todos os bens... Ela se opõe à miséria (athliotes)... O ser verdadeiramente bem-aventurado, é Deus... Nele a beatitude abarca a incorruptibilidade (akeratos = aphthartos), o bem inefável, a beleza inexpressável, a graça essencial (autokharis), o todo-poder, a alegria perpétua... Mas como aquele que formou o homem o fez à imagem de Deus, deve-se dizer bem-aventurado em segundo grau (deuteros) aquele que merce este nome por participação da beleza essencial (metousia tes ontos makariotetos)". A sequência da passagem é interessante pela aplicação que faz à beatitude da teologia da imagem: "Assim como para a beleza corporal, a beleza está na pessoa viva que serve de modelo secundariamente no que é expresso pela imitação em sua imagem (eikon), da mesma forma a natureza humana, sendo a imagem da beatitude sobrenatural, apresenta ela também os traços da Beleza do Bem, quando ela dele reflete os caracteres bem-aventurados".

Toda esta passagem é notável pela clareza com a qual formula a doutrina da participação. Estamos bem no centro do problema da imagem (eikon; eidos). O Padre Maréchal notou que toda a teologia mística de Gregório gravita ao redor desta ideia. Esta participação pode a princípio apresentar graus; assim toda vida espiritual pode ser apresentada como participação crescente na beatitude divina: "Bem-aventurados no sentido próprio e primeiro (kyrios kai protos) é ser transcendente. A beatitude no homem é uma participação (methexis) daquele que é realmente (tou ontos ontos) Assim ela é proporcionada à natureza do participante (metekontos). Quer dizer que a medida da beatitude humana é a semelhança com Deus (homoiosis)". Em outra parte Gregório precisa quais são estes graus da betaitude; o primeiro, arche, é a "separação do mal. Pois, por degraus, a alma se eleva até o extremo limite onde pode alcançar sua esperança e se elevar ao conhecimento: é a segunda via. Além daí, é a beatitude celeste que ultrapassa tudo que o espírito humano pode conceber e que é retorno de nossa natureza no coração dos anjos". Esta criação é de ordem intencional. Para Deus, que está fora do tempo, o objeto imediato da criação é o Cristo total, o eikon. Mas esta criação se desenrola no tempo seguinte a uma economia plena da sabedoria, onde a decadência ela mesma, como vimos, tem uma significação providencial. Aqui ainda encontramos a ideia platônica do primado do um sobre o múltiplo. Mas esta ideia é transferida à ordem histórica. Não se trata de uma unidade ideal e persistente a recuperar, mas de uma unidade a realizar através da história. Ora isto está nos antípodas do pensamento platônico, tal qual se exprime ainda em um Juliano na época de Gregório. Nas é mais estranho ao pensamento deste que a ideia de uma unidade da humanidade que é o termo do progresso histórico: "O futuro para ele só pode ser a manutenção ou a restauração deste que foi... O discípulo de Iamblichus   associa a ideia nocional e a ideia conservadora" (Bidez, Vie de Julien). [Jean Daniélou  , "PLATONISMO E TEOLOGIA MÍSTICA"]