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Natal

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  
O nascimento de Jesus, uma das festas maiores da tradição cristã é celebrado no solstício de inverno, no dia mais curto e com a noite mais longa, e à meia-noite. Tudo sabiamente escolhido, de modo a bem representar a luz que chega neste momento especial e doravante cresce em meio à escuridão, que vai cedendo domínio. Este dia de noite profunda, no hemisfério norte, já era objeto de culto enquanto nascimento do Sol Invicto, pelo Imperador Romano Aureliano em 274 DC.

Desde a mais remota antiguidade, culto similar em diferentes povos se dava nesta mesma data, reconhecida como movimento solar típico do solstício de inverno, onde o sol minguava e então iniciava então sua progressão. Vale lembrar que o termo solstício vem do latim sol stetit, literalmente "sol estacionado", que se reconhece por aproximadamente 6 dias em junho e de novo em dezembro, ou seja, o sol parece se levantar e se pôr no mesmo lugar no horizonte.

O culto nasce de razões mais profundas que no entanto se refletem no fato de uma apreensão natural em ver diariamente o sol desaparecer no horizonte, sem a certeza que voltaria, somando-se ainda o fato que os dias vão ficando mais curtos e as noites mais longas, até se chegar a este momento especial onde o sol retorna a crescer, vencendo a escuridão. Repito esta descrição cosmológica para acentuar o que em cada um se passa no incessante ciclo de alternância entre escuridão e luz, separação e (re)união pelo (re)nascimento do menino Jesus, como celebrado no Natal.

Sítios sagrados existem desde a época pré-histórica dedicados a captar os raios do sol e da lua em certas épocas do ano, coincidentes com o solstício ou o equinócio, momentos que marcam também as transições das estações anuais.

A referência mais antiga que se tem da celebração do Natal cristão data de 336 DC, em Roma. Sendo o Natal anteriormente celebrado no dia 6 de janeiro, como ainda o é na Igreja Ortodoxa, ou seja, na mesma data em que se festeja a visita dos Reis Magos.

Ao longo dos anos foram se associando diferentes símbolos à festa visando intensificar a experiência a ser vivida neste momento especial. Alguns deles examinamos abaixo. Recomendo o texto abaixo, do Abade Stephane, sobre o Nascimento Eterno, onde o simbolismo do nascimento de uma virgem é interpretado.


René Guénon: SÍMBOLOS DA CIÊNCIA SAGRADA

Guénon escreveu alguns ensaios muito elucidativos sobre os solstícios, onde as festividades que se comemoram nestas datas solsticiais ganham um sentido cosmológico, cercado de muito simbolismo, além de todo significado interior que incorporam pela rememoração invocada pelas festividades, como por exemplo "o nascimento de Deus   em nós" (Emmanuel, Deus conosco; Ieshoua Deus salva); ambos sentidos, cosmológico e espiritual, se refletindo e assim se enriquecendo mutuamente.

Abade Stéphane: breve 10837

Edith Stein  : article 214

Parsch: article 8185

Simbolismos: