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quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Filosofia
Richard Sorabji  : EMOTION AND PEACE OF MIND

A questão das emoções na Antiguidade, e em particular o como lidar com elas e estabelecer uma paz da mente, segundo Richard Sorabji, foi comandada pelos estoicos. Eles têm um lugar privilegiado em uma ampla discussão na qual todas as escolas filosóficas tomaram parte. Sua influência foi marcante em afirmar que as emoções deveriam ser tratadas apenas como juízos mentais e atitudes, embora combatidos por aqueles que defendiam o envolvimento de forças irracionais, inclusive físicas. Os estoicos deixaram um legado particular para a discussão cristã sobre a tentação, além de suas posições sobre a emoção e a paz da mente ainda hoje influenciarem o pensamento ocidental.

A terapia emocional começou de fato no século V aC com os filósofos pré-socráticos  . O que a abordagem estoica aportou foi como lidar com situações, com os altos e baixos da vida, embora não pudesse lidar com o que chamamos doenças mentais. Não era boa sobre humores não dirigidos a uma situação particular, mas que, como a depressão se agarram a qualquer situação que ocorre. As técnicas estoicas focam situações particulares e ajudam a vê-las diferentemente. Sua abordagem tem muito pouco a dizer sobre crianças, porque é muito racionalista.

Foi o estoico Crisipo   (280-206 aC) quem desenvolveu a visão estoica sobre o que é a emoção. Seu predecessor Zenão   tinha outra apreciação. Na visão de Crisipo, toda emoção consiste de dois juízos. Há um juízo que há bom e mau (benefício ou malefício) em um caso em questão, e o juízo que é apropriado reagir nos modos que ele especifica precisamente.

O importante é que a emoção não é uma sentida contração ou expansão interior, como Zeno supunha. Nem é qualquer espécie de reação física. Tais contrações e modificações corporais podem seguir a emoção. Mais tarde, Sêneca apontou que poderia também precedê-la, e elas são então chamadas «primeiros movimentos». Mas a emoção ela mesma consiste de juízos.

Além do mais é importante que juízos não são, como aparências, involuntários. Se aparecem para ti que estais em uma má situação, nada podes com a aparência. Mas podes ajudar dando assentimento de tua razão à aparência. Muitos dão assentimento automaticamente ao que quer que apareça, mas o estoicismo ensina como podes conter o assentimento enquanto questionas as aparências. E oferece vários exercícios com os quais questioná-las. A aparência não se torna um juízo até que dês assentimento, e é, para Crisipo, o juízo que constitui a emoção. Se ele está certo, há um prospecto de contenção de emoções, e de assim fazer por meios racionais, precisamente porque não são involuntárias.

Notions philosophiques  :
Perturbação simultânea da alma e do corpo. A emoção é definida por Descartes   como uma agitação da alma; ela é uma paixão se é causada pelo corpo e uma vontade se sua causa é a alma ela mesma (Les Passions de l’âme, art. 27, 28, 29). O papel essencial que desempenha na conservação da vida (Méditations, 6) a conduz frequentemente a nos enganar sobre a natureza das coisas: ela não nos ensina, com efeito, sobre o que é, mas sobre o que é útil ou que assim cremos.