Perenialistas
Pierre Gordon  : Gordon Primitivos - A REVELAÇÃO PRIMITIVA

Esta Tula , indica René Guénon no Rei do Mundo «era verdadeiramente idêntica à primeira Ilha dos Quatro Mestres. É preciso observar a princípio que o mesmo nome de Tula foi dado a regiões muito diversas, posto que, hoje em dia ainda, encontra-se tanto na Rússia quanto na América Central; sem dúvida deve-se pensar que cada uma destas regiões foi, em uma época mais ou menos longínqua, a sede de um poder espiritual que era como uma emanação daquele da Tula primordial. Sabe-se que a Tula mexicana deve seu nome aos Toltecas; estes, diz-se, vinham de Aztlan, a Terra no meio das águas, que evidentemente, não é outra senão a Atlântida, e tinham aportado este nome de Tula de seu país de origem; o centro ao qual eles o deram deve ter provavelmente substituído, de certa maneira, aquele de onde partiram. Mas por outro lado, é preciso distinguir a Tula atlante da Tula hiperbórica». Esta última foi a ilha sagrada por excelência, o primeiro centro religioso, de onde todos as outras ilhas santas foram cópias ou imagens.

A própria palavra tula quer dizer em sânscrito balança [1], e designa igualmente o signo zodiacal deste nome. Basta lembrar que a Grande Ursa e a Pequena Ursa são assimiladas por certos povos aos dois pratos de uma balança, e sobretudo que, para os chineses, a Grande Ursa é a Balança de Jade, a denominação de Tula toma todo seu sentido: a ilha sagrada é o polo da Terra, como a Grande Ursa é aquele do mundo. Guénon considera além do mais como provável que a primeira Tula, a hiperbórea, tinha uma situação literalmente polar, em uma época onde a temperatura não era o que é atualmente.

Qualquer que seja o lugar onde se a localize, tal é a organização que conservou isso que o Oriente denomina a Ciência de Seth; é ela que, depois da Dilúvio - destruição diluvial, se estabeleceu sobre os Montes Ararat e se tornou o agrupamento dos Noé - Noaquides. É ela que se liga à tradição hebraica, é graças à ela que Moisés pôde escrever os primeiros capítulos do Gênesis. É a ela igualmente, como mostra o episódio dos Reis Magos, que se reconecta o cristianismo.

Ela se afirma, no entanto, tão inapreensível quanto o «mundo subterrâneo», ou «ocultação - mundo da ocultação», do qual ela manteve a ideia e as disciplinas. Mencionamos em diversas ocasiões algumas das denominações que lhe dão: as mais essenciais se relacionam a três elementos — uma montanha, uma ilha, radiante - luz no pico da montanha, — e a três cores: o verde, o branco e o vermelho (que são, com o negro e o amarelo, as cores iniciáticas fundamentais).