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daimonizomenos

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Contribuição e tradução de Antonio Carneiro  

Cristianismo Estudos
Patrick Etoughé Anani: Que dit la Bible   sur la possession démoniaque et la prière pour les malades

Nos tempos de Jesus e da redação dos Evangelhos, o trabalho destrutivo dos demônios no terreno humano existia, eles eram combatidos de diversos modos. Uma das maneiras está ilustrada nos papiros mágicos (PGM 5.99-171), outras na: história de Eleazar (Josefo Antiguidades 8.46-49), nos judeus exorcistas adeptos dos fariseus de Mateus   12,37 e Lucas   11,9, chamados ambulantes, nos filhos de Sceva (Atos 19,11-20) e no material rabínico (Pesiq. R. 40b) onde os exorcistas utilizavam suas palavras para expulsar os espíritos. Entretanto, a maior parte do tempo, o exorcismo dependia da força pessoal do curador (Apócrifo do Gênesis 20).

O conceito de estar possuído por qualquer coisa no NT se exprime de diferentes formas:

  • ter à sua disposição um espírito tal como Belzebu (“Beelzebout echei” literalmente “ter Belzebu” Mc   3,22),
  • ter um mudo - espírito mudo (“echonta pneuma alalon”, Mc 9,17),
  • ter um espírito impuro (“echôn pneuma daimoniou akathartou”, Lucas 4,33; Atos 8,7),
  • ter um espírito de Python [monstro de Delfos na mitologia grega], (“echousan pneuma puthôna”, Atos 16,16),
  • ter um ponera - espírito maligno (“echontas ta pneumata ta ponêra”, Atos 19,13),
  • estar sob influência de um espírito impuro (“en pneumati akathartô”, Mc 5,2).

Ter um espírito, ou estar possuído mostra a relação estreita que se estava tecida entre a pessoa e o demônio. Isso pode se exprimir ativamente por qualquer um que tem um demônio com o qual produziu, sob seu controle, atos benéficos ou praticou adivinhações (ex. a pitonisa de Felipe, Atos 16,16-20). E passivamente, a expressão significa que a pessoa está sob influência insidiosa de um demônio e que a dominação do espírito maligno sobre a vontade é total. Esse tipo de possessão é qualificado de demoníaco (“daimonizomenos” “ser cruelmente atormentado por um demônio”, Mc 5,2; 15,16,18)[o termo “daimonizomenos” conota uma dominação de um espírito hostil sobre qualquer um, é conhecido desde o tempo de Sófocles (496-406 antes de Cristo); nesse sentido ver Salmo   91,6 (LXX, 90,6)].

Existem graus de possessões demoníacas, geralmente um só demônio é suficiente para assombrar uma pessoa (Mc 7,26; Lc 11,14), assim como um espírito maligno pode tomar com ele “sete outros espíritos mais cruéis que ele” (espírito imundo - Mt 12,45; Lc 8,2; 11,26); ou qualquer um podia estar possuído por um enorme número de demônios, como o caso de legião (Mc 5,9), que pode representar uma possessão por mais de um milhão de demônios.

Portanto, esses “pneuma akatharta” ou espíritos impuros, não podem sair senão pela oração, a saber, o fato de ter confiança no que Deus pode fazer quando lhe pede numa petição formal (Cura do Lunático - Mt 17,21; Mc 9,29).