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paixões

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Frithjof Schuon  : Schuon Esoterismo Principio Via - O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA

    • É o que exprime a aparente negação, no Corão, da crucificação de Cristo. Aparente, porque o Corão afirma que "eles não o mataram realmente (yaqinen)". Se Cristo é o Intelecto, vê-se que a queda, segundo a perspectiva cristã, o "crucificou" e "matou" pelas paixões e pelos pecados, mas que ao mesmo tempo - é a perspectiva islâmica - o Intelecto foi "elevado em direção a Deus". Isto significa que ele permaneceu intato nele mesmo e que Deus o iluminou com a eterna Verdade, a da Unidade salvadora.
    • O homem que perdeu a graça divina, portanto o homem comum, é como que envenenado pelo elemento passional de maneira rude ou sutil; daí resultando uma obscuração do Intelecto e a necessidade de uma Revelação oriunda do exterior. Retirem o elemento passional da alma e da inteligência - retirem "a ferrugem do espelho" ou do "coração" - e o Intelecto ficará liberto; ele revelará, do interior, o que a religião revela do exterior. Mas isto é importante: para poder fazer-se entender por almas impregnadas de paixão, a própria religião deve adotar uma linguagem, por assim dizer, passional, donde o pragmatismo que exclui e o moralismo que esquematiza. Se o homem comum ou o homem coletivo não fosse passional, a Revelação usaria a linguagem do Intelecto e não haveria mais nenhum exoterismo, aliás nem esoterismo como complemento oculto.
    • Existem três possibilidades: na primeira, os homens dominam o elemento passional, cada um vive espiritualmente de sua Revelação interior; é a idade de ouro, quando cada um nasce iniciado. Segunda possibilidade: os homens são afetados pelo elemento passional a ponto de esquecer determinados aspectos da Verdade, de onde a necessidade — ou a oportunidade — de Revelações externas, mas de espírito metafísico, tais como os Upanixades  . Terceira: a maioria dos homens são dominados pelas paixões, de onde as religiões formalistas, exclusivas e combativas, que lhes comunicam, por um lado, o meio de canalizar o elemento passional tendo em vista a salvação e, por outro, o meio de vencê-lo, tendo por objetivo a Verdade total, e de superar dessa forma o formalismo religioso que encobre essa Verdade, sugerindo-a indiretamente. A Revelação religiosa é ao mesmo tempo um véu de luz e uma luz velada.
    • Quando o Véu é espesso, esconde a Divindade: ele é feito das formas que constituem o mundo, mas existem também as paixões da alma. O Véu espesso é tecido com os fenômenos sensoriais à nossa volta e com os fenômenos passionais em nós mesmos; e notemos que um erro é um elemento passional na medida em que é relevante e o homem nele se envolve. A espessura do Véu é simultaneamente objetiva e subjetiva no mundo e na alma: é subjetiva no mundo na medida em que nosso espírito não penetra a essência das formas, e é objetiva na alma no sentido de que as paixões ou os pensamentos são fenômenos.
    • Os véus humanos são, primeiro, o próprio homem, o ego em si; em seguida, o ego passional e tenebroso e, finalmente, as paixões, os vícios, os pecados, sem esquecer em um plano normal e neutro os conceitos e pensamentos na qualidade de vestimentas da verdade.
    • Os cínicos acreditam que ser sincero é exibir defeitos e paixões e que ser hipócrita é escondê-los. Eles não se dominam, nem com muito mais razão procuram se sublimar; e é prova do seu orgulho o fato de considerarem justamente a sua tara como uma virtude.
    • Para compreender perfeitamente a intenção fundamental do ponto de vista cristão, devemos considerar os seguintes dados: o caminho em direção a Deus sempre comporta uma inversão, pois deve-se passar da exterioridade à interioridade, da multiplicidade à unidade, da dispersão à concentração, do egoísmo ao desapego, da paixão à serenidade.

Titus Burckhardt  : Burckhardt Sufismo - INTRODUÇÃO ÀS DOUTRINAS ESOTÉRICAS DO ISLÃ

    • El impulso que llega del alma individual o colectiva insiste incansablemente sobre el mismo objeto — el objeto de un deseo — , mientras que la influencia satánica sólo se sirve de modo provisional de un incentivo pasional: lo que quiere no es el objeto de la pasión, sino la negación implícita de una realidad espiritual; por esta razón el diablo elimina la discusión cambiando de «tema» cada vez que se destruye su argumento. No discute más que para turbar. En cambio, el alma pasional posee cierta consecuencia lógica, de forma que su impulso puede canalizarse a fuerza de argumentos suficientemente tajantes; el impulso satánico debe rechazarse en bloque.