Página inicial > Termos e noções > água viva

água viva

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

O conhecimento, é o alimento que recebem os famintos bem-aventurados que se fartaram de justiça, e isso se explica muito bem no logion quando diz que se “encherá (seu) ventre”, até que como fruto de varão, venha a luz do segundo nascimento, o do Filho do Homem.

Poderia fazer-se outra vez a pergunta do magistrado Nicodemo: “Pode acaso entrar outra vez (um homem) no seio de sua mãe e nascer?” (Nascer do Alto). Mas o homem que começou a conhecer, não interroga, porque não encontra motivo para isto: tem em si mesmo ao nascido do Espírito como arras da já próxima frutificação da semente depositada em sua alma, e agora seu cuidado é levar acesa sua lâmpada, para que sua alma se mantenha pura, virginal, até a união com o esposo (v. DEZ VIRGENS).

Com isto foi apontado o sentido das bem-aventuranças. A primeira, vem depois de descobrir a presença do hóspede eterno; a parousia a qual chega sempre o que busca, guiado por sua fome e sede de justiça. A segunda bem-aventurança, reservada para os que já creem porque viram, ou talvez sem ver, consiste em um beber incessante as águas vivas que transbordam domo uma torrente de conhecimento nascido do alto.

Esta dupla ação sagrada está descrita no quarto evangelho, o qual diz que primeiro há de ser glorificado o Filho, e depois, recebido seu Espírito pelos que creem: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba o que crê em mim”.

Como diz a Escritura: “De seu seio correram rios de água viva” (Jo 7, 37-38).

  • A polêmica existente entre alguns exegetas da vertente “manifesta”, acerca de se é do seio do Filho do Homem, ou do seio do crente onde correrão os rios de água viva, não afeta à vertente “oculta” que tratamos de explicar, pois para tal visão evangélica no seio do crente reside o Filho do Homem, feito uno com ele. O conhecimento que brota, uno e eterno, não conhece as fronteiras em que se debatem os filhos do mundo. [Roberto Pla  : breve 8862]