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Sefirot

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Como a alma é da essência interior das Sefirot, ela precisa necessariamente manifestar as estruturas das dez Sefirot na vida real; porque as dez Sefirot são os instrumentos da Onipotência Suprema. Portanto, quando o homem vive num estado de perfeição, sem nenhuma distorção do seu ser, sua alma e as relações entre sua alma e seu corpo refletem o mundo inteiro e as dez Sefirot supremas, e ele pode dizer: "No entanto, na minha carne haverei de ver a Deus - D-us" (Jó 19:26). O homem, na sua pureza, deveria ser capaz de perceber toda a ordem de relações entre Deus - D-us e o mundo, e a ordem de relações dentro das Sefirot como isso se reflete no microcosmo de sua existência humana. Como no mundo superior, as dez Sefirot existem na alma humana; e de suas interrelações mútuas deriva e manifesta-se todo o amplo leque de pensamentos, sentimentos e experiências do homem. Assim, as três primeiras Sefirot afirmam os aspectos da consciência pura: Chokhmah, que expressa o poder da luz original, é o que distingue e cria e é a base da percepção intuitiva; Binah, expressando o poder analítico e sintético da mente, constrói e inclui formas e sonda o significado do que vem da Sefirah da Hokhmah: e Daat, que expressa a cristalização da consciência em termos de conclusões e a verificação abstrata dos fatos, é o que permite à consciência fazer uma transição de uma forma de existência para outra, assegurando desse modo sua continuidade. Depois, seguindo-se a estas estão as três Sefirot das emoções mais altas: Chesed, Gevurah e Tiferet. Hesed Din como graça e amor é a inclinação para as coisas, o desejo de, ou atração pelos seres, o fluxo de extroversão e abertura para o mundo, o que dá de si mesmo, seja em termos de vontade ou afeição ou relação e, em dando, abre-se à Sefirah da Gevurah, ou força. Portanto, Gevurah é uma retirada das forças para dentro, uma concentração de poder que fornece uma fonte de energia para o ódio, o medo e o terror, assim como para a justiça, a restrição e o controle. Tiferet é harmonia e compaixão assim como beleza, sendo uma síntese ou equilíbrio dos poderes maiores da atração e da repulsão, e leva à aceitação moral e estética do mundo. Dessas, seguimos para as três Sefirot que agem diretamente no mundo real da experiência: Netzah, Hod e Yesod. Netzah é a vontade de vencer, o impulso profundo de realizar as coisas. Hod, na luta para cumprir e atingir o que se deseja, também é poder de repudiar os obstáculos que surgem da realidade, e perseverar. Yesod é o poder de conexão, a capacidade de a vontade de construir pontes, fazer contatos e relacionar-se com os outros, especialmente da maneira como é feito com o professor, o pai, e outras figuras de significado e autoridade. Finalmente, a Sefirah da Malkhut é a realização, ou vivência, deste potencial, no ser essencial: é a transição da alma para a existência externa, o pensamento e o fato. Também efetua a transmutação da consciência de volta para Keter, a primeira e mais alta das Sefirot, que também é a essência da vontade e contém em si todos os altos poderes que ativam a alma, de cima.

Esses poderes básicos se combinam e trabalham juntos; dois ou mais deles produzem um evento ou ativam algo e juntos criam os pensamentos e sentimentos do homem em toda a sua enorme sutileza e complexidade. Então cada pensamento, emoção ou ação é um resultado da combinação de forças de uma ou outra ou de todas as Sefirot, todo componente das quais expressa uma essência, ser ou criação particular no mundo. [Adin Steinsaltz   (Adin Even Yisrael), A Rosa de Treze Pétalas. Maayanot, 1992.]