Talvez um dos últimos escritos de Michel Henry, onde os estudos que desenvolveu ao final de sua vida, sobre a tradição cristã, consagrados em seu livro "C’est moi la Vérité" [MHSV] e "Incarnation" [MHE].
Excertos LOGOS
Índice Introdução Palavras do Cristo considerado como um homem se dirigindo aos homens na linguagem que é a deles e lhes falando deles mesmos Decomposição do mundo humano pelo efeito das palavras do Cristo Revolução da condição humana pela palavra do Cristo (…)
Apontamentos de pensadores do Ocidente e do Oriente, desde um apreço (philo) à compreensão (sophia) do "ser" humano.
[Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro]
Matérias mais recentes
-
Palavras do Cristo [MHPC]
11 de setembro -
Verbo de Deus [MHPC]
11 de setembroSegundo a teologia cristã (nos interrogaremos mais adiante, de um ponto de vista filosófico, sobre sua verossimilhança ou sua legitimidade), a natureza do Cristo é dupla, humana e divina ao mesmo tempo. Na medida que o Cristo é a Encarnação do Verbo de Deus, é este Verbo, e assim Deus ele mesmo, que habita nele. Mas parece que a carne na qual o Verbo se encarnou é semelhante à nossa, enquanto o Cristo é um homem como nós. Revestindo nossa condição assumiu ao mesmo tempo a finitude. Esta (…)
-
Arqui-geração [MHSV]
11 de setembroAté que ponto a Arqui-geração transcendental do Verbo exposto no Prólogo fulgurante de João se opõe a toda genealogia humana e notadamente à pretendida genealogia humana do Cristo para a fazer explodir, é isto que alguns traços retidos entre muitos outros bastarão aqui estabelecer. O primeiro traço da relação que se estabelece entre o pai humano e seu filho, é, portanto, que o segundo é exterior ao primeiro, de tal maneira que pode dele se dispensar, deixar a casa, a exterioridade desta (…)
-
Si mesmo [MHSV]
11 de setembroDepois de ter relembrado esquematicamente o que a interpretação do homem como Filho de Deus põe fora de jogo, convém aprofundar a significação positiva. A esta se junta a princípio uma questão inevitável: se o homem porta nele a essência divina da Vida, não é ele Deus ele mesmo ou Cristo ? Em que difere ele deles? O que se trata, é de prosseguir na análise do nascimento transcendental do Filho da Vida bem longe para que os caracteres transcendentais que definem a essência verdadeira do homem (…)
-
EU - EUs [MHSV]
11 de setembroA tese do homem “Filho de Deus” recebe então uma dupla significação, negativa e positiva. Negativamente, ela impede que se compreenda o homem como um ser natural, como fazem dele o senso comum e as ciências. Mas ela impede também que se compreenda, do ponto de vista transcendental, como um ser cujo mundo constituiria o horizonte de todas as suas experiências, o modo de aparecer comum a cada uma delas. E pois a afirmação maciça pronunciada por Cristo sobre si mesmo que deve ser retomada a (…)
-
Filho no Filho [MHSV]
11 de setembroEssa dissimetria marca a distância infinita que separa Cristo dos outros homens. É esta distância, aliás, o que Cristo não cessa de lembrar-lhes, no fundo, em cada uma de suas palavras e, assim, ao longo de todos os Evangelhos. A dissimetria, todavia, não deixa reconhecer de início sua verdadeira significação. Cristo parece opor-se aos homens compreendidos como seres naturais. Assim, a [182] filiação natural que parece convir a eles e que os dispõe no tempo do mundo segundo a ordem das (…)
-
Homem = "Filho de Deus" [MHSV]
11 de setembroEis uma das afirmações mais essenciais do cristianismo: somente a Verdade que é a sua pode dar testemunho de si mesma. Somente ela pode atestar-se a si mesma – revelar-se a si mesma, de si mesma e por si mesma. Esta única Verdade que tem o poder de se revelar a si mesma é a de Deus. E Deus mesmo que se revela, ou o Cristo enquanto é Deus. Mais radicalmente, a essência divina consiste na própria Revelação como autorrevelação, como revelação de si em si a partir de si. Somente aquele a quem (…)
-
Fenomenologia de Cristo [MHSV]
11 de setembroNão são declarações ocasionais, nem sequer erros de copistas. E uma razão de ordem apodíctica que prescreve a priori que o caminho que conduz a Cristo só pode ser a repetição de seu Arquinascimento transcendental no seio do Pai, a saber, o processo de autogeração da Vida que o gerou em sua condição de Primeiro Vivente. Pois, se a vida não se tivesse lançado em si para se autoexperimentar em seu fruir de si, jamais a Ipseidade essencial que ela gera desse modo em sua autogeração, assim como (…)
-
Arquifilho [MHSV]
11 de setembroDado que o processo de autogeração da Vida não pode cumprir-se sem gerar em si esse Filho como o modo mesmo segundo o qual esse processo se cumpre, o Filho é tão antigo quanto o Pai; como ele, o Filho se encontra no começo. Essa é a razão por que nós chamamos a este Filho ARQUIFILHO, não apenas Filho originário – não aquele que, como numa família humana, veio em primeiro lugar, [86] antes de seus irmãos e irmãs, mas Aquele que habita a Origem, o Começo mesmo – Aquele que é engendrado no (…)
-
Linguagem não dá acesso à realidade [MHSV]
11 de setembroSe a linguagem abençoa e amaldiçoa alternadamente o que é o Mesmo, o Senhor e sua imagem, Deus e seus filhos; se, por não penetrar no interior do que ela pretende dizer e, portanto, no louvor como na maldição, não pode senão amaldiçoar; se, pois, por si mesma ela é incapaz de dar acesso à realidade em geral, àquela de que se trata aqui e que é precisamente a verdade do cristianismo, então a relação da linguagem com essa verdade não deve ser invertida? Não é o corpus dos textos do Novo (…)