destaque traduzido
O destino de Édipo traça o destino da paixão do homem pela verdade, em monumental grandeza e simplicidade. O filho da terra viola a sua mãe quando se levanta contra ela e tenta subjugá-la com a sua astúcia, quando constrói casas e cidades, faz ferramentas e máquinas e celebra os triunfos do seu trabalho e da sua inteligência. Será que esse conhecimento é suficiente? Não poderá ser ultrapassado por um conhecimento mais assustador, pelo qual saberíamos que a mãe natureza (...)
Apontamentos de pensadores do Ocidente e do Oriente, desde um apreço (philo) à compreensão (sophia) do "ser" humano.
[Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro]
Matérias mais recentes
-
Fink (1966b:20-22) – Édipo
29 de novembro, por Cardoso de Castro -
Grassi (1978:61-65) – O caráter básico da formação humana. Uma investigação arcaica
27 de novembro, por Cardoso de CastroErnesto Grassi. Poder da Imagem - Impotência da Palavra Racional. Tr. Henriqueta Ehlers & Rubens Siqueira Bianchi. Livraria Duas Cidades, 1978
A "formação" obriga-nos a examinar nosso ser e, ao mesmo tempo, a decidir sobre ele. As múltiplas camadas de significado do ser, que se manifestam no curso da nossa experiência, permitem-nos elucidar, através da análise e da realização desse processo, e assim formar nosso "estar-aí" (= Da-sein = existência).
Vimos que a diferença (...) -
Henry (EM:Apresentação) – monismo ontológico
23 de novembro, por Cardoso de Castrotradução parcial
A questão do fenômeno é muito anterior à fenomenologia; abre-se com a filosofia e acompanha-a ao longo da sua história. Mas este pré-requisito inelutável - pois ser significa aparecer - é sobredeterminado por um pressuposto irrefletido. Da Grécia a Heidegger, nas problemáticas clássicas da consciência e da representação, nas suas críticas, na fenomenologia da intencionalidade e nos seus prolongamentos, " fenômeno " designa o que se mostra num horizonte de visibilização, (...) -
Henry (EM:§9) – distância fenomenológica
23 de novembro, por Cardoso de Castrotradução parcial
Entendido no seu sentido ontológico como a condição para que algo como um "fenómeno" se nos ofereça, ou, mais precisamente, como a própria estrutura da fenomenalidade, o conceito de distância fenomenológica deve obviamente ser distinguido do de distância espacial ou "real". A distância que separa as coisas, ou que nos separa delas, é uma distância que podemos medir objetivamente, mas que já existe antes de qualquer medição, como uma distância imediatamente experimentada, (...) -
Henry (PV2:25-26) – subjetividade
23 de novembro, por Cardoso de Castrotradução parcial
Por "subjetividade" entendemos aquilo que se experiencia a si mesmo. Não algo que também tem a propriedade de se experienciar a si mesmo, mas o próprio facto de se experienciar a si mesmo considerado em si mesmo e como tal. Experienciar-se a si mesmo significa aparecer a si mesmo, mas de tal modo que esse aparecer tem o sentido de uma experiência e de ser uma; de tal modo também que o que aparece não é outra coisa, enquanto subjetividade, senão o próprio aparecer, é (...) -
Henry (EM:§8) – fenomenologia
23 de novembro, por Cardoso de Castrotradução parcial
A fenomenologia é a ciência dos fenómenos. Isto significa que é uma descrição, anterior a qualquer teoria e independente de qualquer pressuposto, de tudo o que se nos apresenta como existente, em qualquer ordem ou domínio. Entendida como uma descrição, a fenomenologia implica a rejeição de qualquer hipótese, de qualquer princípio com um valor unificador real ou suposto em relação a um conjunto de conhecimentos e, em última análise, de um sector da realidade que (...) -
Henry (EM:§69) – sentimento e ação
22 de novembro, por Cardoso de Castrotradução
A determinação ontológica fundamental da afetividade como constituindo o ser da vontade e da ação coloca a problemática perante esta consequência essencial: na medida em que lhes é interior como seu ser, como constituindo a sua própria essência e realidade, o sentimento não pode depender da vontade ou do seu exercício, da ação, nem ser produzido por elas. Que o sentimento não possa depender da vontade ou da ação, que não ocorra como sua consequência ou como seu efeito, que não (...) -
Fernandes (SH:51-52) – Ser “absolutamente transparente”
16 de novembro, por Cardoso de CastroFERNANDES, Sérgio L. de C.. Ser Humano. Um ensaio em antropologia filosófica. Rio de Janeiro: Editora Mukharajj, 2005, p. 51-52
Proponho que o ser de um ente seja uma interface—justamente a interface entre Ser e Não-Ser que faz de um ente, por um lado, um ser determinado, reidentificável, e, por outro lado, um indivíduo, único, irrepetível (não “identificável” a outro), independente de espaço ou tempo, e incomparável (não meramente “diferente”). Ora, aquilo que está “deste último lado”, (...) -
Fernandes (SH:50) – a existência = o não-ser
14 de novembro, por Cardoso de CastroFERNANDES, Sérgio L. de C.. Ser Humano. Um ensaio em antropologia filosófica. Rio de Janeiro: Editora Mukharajj, 2005, p. 50
Imediatamente, duas desqualificações: a “Existência” não é o dasein; tampouco é “O Nada”. A “Existência”, ou Não-Ser, não tem, de fato, “ser” algum, nem mesmo o “ser” que os fenomenólogos atribuem àquilo que é dado ao que chamam de “intencionalidade da consciência”. Fique o leitor, por enquanto, com o que está na Introdução: o Não-Ser é o que não é o Ser, é o (...) -
Fernandes (SH:283-286) – Falácia Axiológica
14 de novembroFERNANDES, Sérgio L. de C.. Ser Humano. Um ensaio em antropologia filosófica. Rio de Janeiro: Editora Mukharajj, 2005, p. 283-286.
Chamo "falácia axiológica" a derivação da tese de que o "valer" e os "valores" teriam alguma espécie de "ser", seriam simulacros passíveis de compreensão, "entes", embora jamais por excelência(!), dotados de algum estatuto ontológico positivo, seja de que tipo for (em minha terminologia, a tese de que poderiam integrar a Experiência), tese comumente derivada (...)