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rosário

terça-feira 30 de abril de 2024

  

Nas diversas formas tradicionais, o símbolo mais usual da "corrente dos mundos" é o rosário. Podemos inicialmente observar a esse respeito, em conexão com o que dissemos no começo sobre o "sopro" que sustenta os mundos, que a fórmula pronunciada em cada conta corresponde, ao menos em princípio, quando não de fato, a uma respiração, em que as duas fases simbolizam respectivamente, como se sabe, a produção de um mundo e a sua reabsorção. O intervalo entre duas respirações, que corresponde naturalmente à passagem de uma conta a outra e, ao mesmo tempo, a um instante de silêncio, representa por isso um pralaya (dissolução); o sentido geral desse simbolismo é, portanto, bastante claro, sejam quais forem as formas mais particulares de que se reveste em cada caso. É preciso também notar que o elemento mais essencial, na realidade, é o fio que une as contas (v. aksha) entre si; isso pode parecer mais que evidente, pois é impossível existir um rosário sem o fio no qual se enfiam as contas "como as pérolas de um colar". Se no entanto deve ser chamada a atenção para tal fato, é que, do ponto de vista exterior, vê-se antes as contas que o fio;e isso é ainda mais significativo, porque são as contas que representam a manifestação, enquanto que o sutratma, representado pelo fio, é em si mesmo não-manifestado. [Guénon]


Ver online : René Guénon