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oneiros / ὄνειρος / oneiroi / ὄνειροι / sonho / εὕδω / eudou / ὕπνος / hypnos / dormir / ἐγείρω / egeiro / despertar / ἐγρήγορος / egregoros / desperto / egregorsis / ἐγρήγορσις / xupnios / ξύπνιος / ξυπνητός / xypnetos / taijasa / Arhat / Arhats
gr. ὄν ειρος = sonho. A atitude grega comum em relação aos sonhos pode ser ilustrada desde Homero onde são considerados tanto como realidades objectivas, não muito diferentes em qualidade da experiência da vigília, como manifestações de uma experiência interior, alguns aspectos da qual se diluem em simbolismo. Mas de consequências mais especulativas foi a distinção encontrada em Homero entre os sonhos que brotam do «portão de marfim» e que nada mais são do que «ilusão bruxuleante, fantasia» e os do «portão de chifre» que são presságios de coisas futuras, se os mortais souberem interpretá-los. Que os Gregos fizeram tal esforço desde uma data recuada é evidente pela presença de um «intérprete de sonhos».
gr. ἐγρήγορσις, egregorsis =
despertar. O despertar da
alma dormente em um mundo de fantasmas, segundo
Plotino (
Gandillac , 1999).
Aqueles pensadores muçulmanos que lidam com o mundo imaginário – e há muitos, como as pesquisas de Corbin ajudaram a mostrar – adoram apontar os sonhos como nossa experiência mais direta e comum de seu status ontológico. No mundo dos sonhos, as coisas que percebemos compartilham a luminosidade de nossa própria consciência, mas nos são apresentadas como coisas corpóreas e densas, não como espíritos desencarnados. Como o Mundo dos Espíritos manifesta diretamente a unidade do divino, os anjos não têm “partes”, enquanto o mundo das coisas corpóreas nos aparece como uma multiplicidade indefinida. Mas o mundo dos sonhos combina unidade e multiplicidade. Um único sujeito sonhador percebe uma multiplicidade de formas e coisas que, na verdade, não são nada além de seu próprio eu. [ChittickSPK :15]
Matérias
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Hixon (RO) – Pastoreio Boi II
23 de agosto, por Cardoso de Castro
Excertos de "O Retorno à Origem", de Lex Hixon
A carta seguinte indica que Yaeko já assimilou o êxtase da Grande Iluminação. Escreve Yaeko: Minha carta do dia vinte e cinco deve tê-lo feito pensar que fiquei louca ... Eu havia alcançado um êxtase tão intenso que não pude me conter. Quando recobrei os sentidos... caí na risada ao pensar em quão confusas tinham-se tornado minhas emoções. O roshi responde: Você não precisa se censurar. O delírio de felicidade é a reação inicial de todos (...)
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Plotino - Tratado 38,28 (VI, 7, 28) — Pode haver um bem para a matéria?
27 de março de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulos 15-30: O Intelecto e aquilo que está além dele: a natureza do Bem e as dificuldades que surgem ao redor dele. Cap 15: O Intelecto e a vida inteligível não são senão uma imagem do Bem. Cap 16-18: Em qual sentido o inteligível é uma imagem do Bem? Porque o Intelecto e as formas provêm do Bem. Cap 19-20: Em qual sentido o Bem é um objeto de desejo para a alma? Cap 21-23: A alma deseja o Intelecto que é uma imagem do Bem, e é nesta medida que ela tem acesso ao Bem. Cap 24-25, 16: As (...)
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Daumal (TT:21-23) – Despertar e agir
27 de maio de 2020, por Cardoso de Castro
Excerto traduzido por Antonio Pereira Carneiro de DAUMAL, René. Tu t’es toujours trompé. Paris: Mercure de France, 1970, p. 21-23 (epub da versão em inglês)
Antonio Pereira Carneiro
Tal homem se desperta, pela manhã, em sua cama. Apenas se levantou, já dormiu de novo; se entregando a todos automatismos que fazem seu corpo se vestir, sair, andar, ir para o trabalho, se agitar conforme a regra cotidiana, comer, conversar, ler jornal – pois, em geral, é somente o corpo que se encarrega (...)
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Plotino - Tratado 26,5 (III, 6, 5) — Impassibilidade e purificação
21 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulo 5: Impassibilidade e purificação 1-2: Posição da questão: se a alma é intrinsecamente impassível, porque a filosofia propõe uma purificação? 2-9: São as "imagens mentais" que é preciso erradicar para garantir a saúde da alma 10-11: Comparação com as imagens oníricas 12-15: Como falar de "sujeira" e de "separação da alma do corpo"? 15-20: Trata-se de purificar a alma das opiniões e da voltá-la para o alto 20-23: Para pensar a separação, comparação com uma luz no nevoeiro 23-29: A (...)
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Izutsu (ST:7-8) – a realidade
15 de março de 2022, por Cardoso de Castro
IZUTSU, Toshihiko. Sufism and Taoism. A comparative Study of Key Philosophical Concepts. Berkeley: Univesity of California Press, 1983, p. 7-8.
nossa tradução
A chamada "realidade", o mundo sensível que nos cerca e que estamos acostumados a considerar como "realidade", é, para Ibn Arabi, senão um sonho. Percebemos pelos sentidos um grande número de coisas, as distinguimos umas das outras, as colocamos em ordem por nossa razão e, assim, acabamos estabelecendo algo sólido ao nosso (...)
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Hixon (RO) – Pastoreio do Boi I
23 de agosto, por Cardoso de Castro
Excertos de "O Retorno à Origem", de Lex Hixon
Um dos enganos que surge repetidamente durante o longo processo da Iluminação é a rejeição prematura da instrução e orientação espiritual. Para o praticante adiantado, este engano não deriva da egolatria habitual e sim do êxtase não assimilado, que confere um caráter definitivo ao nível de Iluminação que ele ou ela alcançou. Contudo, a Grande Iluminação de Yaeko, embora não seja definitiva, é certamente bem mais clara do que o kensho, ou o (...)
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Valette (Schubert:11-13) – G. H. Schubert et la Naturphilosophie
5 de agosto de 2014, por Cardoso de Castro
Extrait de la présentation du livre de G. H. Schubert par son traducteur, Patrick Valette
La Symbolique du rêve est, avec L’Ame du monde de Schelling, l’une des ouvres les plus célèbres de la philosophie de la nature et de ce vaste mouvement que fut le romantisme allemand. Elle partage avec le livre de ce philosophe le privilège de porter un titre extrêmement évocateur et, à bien des égards, caractéristique d’une forme de pensée en rupture radicale avec le rationalisme du « siècle des (...)
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Plotino - Tratado 26,6 (III, 6, 6) — Refutação da tese estoica segundo a qual o ser é corporal
28 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
1-7: Anúncio dos capítulos que seguem: e qual sentido a matéria é impensável? 7-11: É preciso refutar o sentido comum (e os estoicos) que se enganam sobre a natureza do ser 11-14: O ser real é a totalidade a qual nada falta; ele é a causa do que aparece. 14-23: O ser vive e pensa; toda adição seria para ele a adjunção de um não-ser 23-32: A vida e o intelecto não podem destacar-se do que é inferior ao ser. O ser não é portanto um corpo 33-41: Objeção de um auditor "materialista": como (...)
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Daumal (CFAP) – O Livro Tibetano dos Mortos
29 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro
Deve-se ter cuidado com os livros religiosos e filosóficos do Oriente como a peste. A menos que você os use no texto original. Caso contrário, você tem a escolha entre a tradução do linguista erudito que transforma tudo em chavões, e aquela, fedida, do teósofo que sabe tudo pela revelação do pequeno pedaço de madeira e a oferece para você, em uma pasta de péssimo inglês ou francês, palavras em Pali com terminações em sânscrito ou palavras tibetanas com o molho metafísico do Serviço de (...)
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Wei Wu Wei (UW:24) – viver e morrer
27 de agosto de 2022, por Cardoso de Castro
"A relatividade não pode julgar o Absoluto", explicou a coruja em breve, "pois o Absoluto é tudo o que a relatividade é quando deixa de ser relativa".
nossa tradução
"Que diferença poderia haver entre ’viver’ e ’morrer’?"
"Bem", disse o coelho, "’viver’ é estar vivo, por assim dizer, e ’morrer’ é ... bem, estar morto!"
"Não percebo a diferença", declarou a coruja; "Um fenômeno é uma imagem na psique, e imagens psíquicas são aparências, aparentemente atuais e factuais, percebidas (...)
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Hulin (DSDT): la vie est un songe
30 de julho de 2022, por Cardoso de Castro
LA DOCTRINE SECRÈTE DE LA DÉESSE TRIPURA
« Mahâsena répondit, écrasé de chagrin : « Comment peux-tu — ô grand sage — ne pas percevoir la cause de ma douleur ? Comment poser une telle question à celui qui a tout perdu ? La perte d’un seul être cher vous plonge dans le chagrin. Mais que dire de moi qui viens de perdre tous ceux que j’aimais ? » Le fils du sage sourit et répondit : « Est-ce donc une tradition, dans ta famille, de se comporter ainsi ? Est-ce que tu craindrais, en ne (...)
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Hixon (RO) – Pastoreio do Boi - Yaeko
23 de agosto, por Cardoso de Castro
Excertos de "O Retorno à Origem", de Lex Hixon
Para confirmar e enriquecer a descrição tradicional da Iluminação proporcionada pelas imagens do Pastoreio do Boi, voltamo-nos para uma mulher japonesa contemporânea que cruzou os níveis superiores da Iluminação durante um intenso período de cinco dias e depois morreu, aos vinte e cinco anos de idade. Yaeko era uma mulher de compleição fraca, afligida pela doença, cuja dedicação espiritual era extraordinariamente poderosa. Ela praticou (...)
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Izutsu (ST:310-313) – a realidade do ser é o caos
16 de março de 2022, por Cardoso de Castro
IZUTSU, Toshihiko. Sufismo y taoísmo. Volumen II Laozi y Zhuangzi. Tr. Anne-Héléne Suárez Girard. Madrid: Siruela, 2004, p. 35-38
IZUTSU,Toshihiko. Sufism and Taoism. Berkeley: University of California Press, 1984, p. 310-313
Suárez Girard
En la visión de Laozi y Zhuangzi, la realidad del Ser es el Caos, y en ello estriba el núcleo de su ontología. Pero esta proposición no implica que el mundo en que vivimos sea un hecho empírico caótico y desordenado, ya que el mundo empírico, tal (...)
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Schopenhauer (MVR1:58-61) – A vida é sonho
18 de abril de 2021, por Cardoso de Castro
[SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005, p. 58-61]
Jair Barboza
A questão acerca da realidade do mundo exterior, tal qual a consideramos até agora, sempre se originou de um engano da razão consigo mesma, alçado à confusão geral, de modo que a questão só podia ser respondida mediante o esclarecimento de seu conteúdo. Após o exame da essência inteira do princípio de razão, da relação entre sujeito (...)
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Thomas Taylor: Fábula «Cupido e Psique»
22 de julho, por Cardoso de Castro
Thomas Taylor: The Fable of Cupid and Psyche. Translated from the Latin of Apuleius, 1795.
Original
Introduction
THE following well-known fable is extracted from the Metamorphoses of Apuleius, a work replete with elegance and erudition, in which the marvellous and mystic are happily combined with historical precision, and the whole of which is composed in a style inimitably glowing and diffuse.
Its author was by birth an African, and, by profession, a Platonic philosopher. From (...)
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Meyrink (Visage Vert) – Despertar é tudo...
20 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
MEYRINK, Gustav. Le Visage vert. Traduit de l’allemand par A. D. Sampieri. Préface et glossaire de Serge Hutin. Paris: La Colombe, 1964
A chave que nos tornará mestres da natureza interior ficou enferrujada desde o dilúvio.
Ela chama-se: velar. Velar é tudo.
O homem está firmemente convencido de que vela; mas na realidade, é apanhado numa rede de sono e de sonho que ele próprio teceu. Quanto mais apertada é essa rede, mais poderosamente reina o sono, Aqueles que estão presos nas (...)
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Daumal (RS) – Un maître de liberté
13 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro
Les extraits qui suivent sont empruntés aux Essais sur le bouddhisme Zen volumes II et III, D. T. Suzuki, non encore publiés et que René Daumal est en train de traduire.
Par dessus les livres canoniques et les légendes, l’enseignement le plus secret du Bouddha se transmit de maître à élève, ininterrompu, non altéré par les controverses doctrinales. C’est de cet enseignement que se réclamait le maître Bodhidharma lorsqu’il vint en Chine au VIe siècle de notre ère. L’école qu’il fonda (...)
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Schubert (Sonho) – Análise da Obra
10 de setembro, por Cardoso de Castro
Excertos dos comentário introdutivos do tradutor, Patrick Valette
Dans la Symbolique, qui est loin d’être une « clef des songes », Schubert tente d’élaborer une véritable métaphysique non seulement du rêve, mais de tous les états d’inconscience : voyance, « poésie supérieure », prophétie, folie, où l’activité de l’âme échappe au contrôle de la conscience diurne et de la volonté. Il s’agit pour lui, non pas de donner « une véritable théorie du rêve » - comme il l’affirme du reste dans (...)
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Izutsu (ST:314-316) – morte
26 de setembro, por Cardoso de Castro
IZUTSU,Toshihiko. Sufism and Taoism. Berkeley: University of California Press, 1984, p. 314-316
Now to go back to the point at which Chuang-tzu has reduced everything to a dreamlike mode of existence. Nothing in the world of Being is solidly self-subsistent. In scholastic terminology we might describe the situation by saying that nothing has — except in semblance and appearance — an unchangeable ‘quiddity’ or ‘essence’. And in this fluid state of things, we are no longer sure of the (...)
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Simplicius (De Anima 211,30-212,27) – phantasia
27 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
[Aristotle DA 428a24: ‘So it is clear that imagination (phantasia) would be neither opinion accompanied by sense perception nor produced by sense perception, nor a combination (sumploke) of opinion and sense perception’.] Plato in the Sophist [264A] and Philebus [39Bff.] posits that imagination consists in a mixture (mixis) of opinion and sense perception, and with these words Aristotle seems to be making an objection to this position. But in truth he show; how one must understand mixture (...)