Wittgenstein (1980) – a quem me dirijo...
(Wittgenstein1980)
Mesmo que esteja claro para mim que o desaparecimento de uma cultura não significa o desaparecimento do valor humano, mas unicamente o de alguns meios de expressão desse valor, nem por isso deixa de ser fato que considero a corrente da civilização europeia sem simpatia e sem compreensão para com seus objetivos, se é que ela os tem. Por conseguinte, escrevo, propriamente, para amigos dispersos pelos quatro cantos do mundo.
Quando digo que meu livro destina-se apenas a um pequeno círculo de homens — se é que se pode dar a isso o nome de círculo —, não quero dizer que, em minha mente, esse círculo seja a elite da humanidade. Trata-se dos homens a quem me dirijo — não por serem melhores ou piores do que os outros, mas — por constituírem meu meio cultural, por serem, por assim dizer, os homens de meu país, em oposição aos outros, que me são estrangeiros?
