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Nietzsche (VP:45): não fazer nada

Para a higiene dos “fracos”. — Tudo o que é feito na fraqueza malogra. Moral: não fazer nada. Mas o pior é que justamente a força para tirar o fazer de seus gonzos (auszuhängen), a força de não reagir está extremamente doente sob influência da debilidade: o pior é que nunca se age mais rápida e cegamente do que quando absolutamente não se deveria reagir…

A força de uma natureza mostra-se no aguardar e adiar de uma reação: uma certa αδιαφσρία ] é-lhe tão própria como é própria à debilidade a não liberdade em relação ao movimento reativo, ao repentino, à inexorabilidade da “ação”… A vontade é fraca: e a receita para prevenir coisas tolas seria ter vontade forte e não fazer nada… Contradictio ]… Uma espécie de autodestruição, o instinto de conservação está comprometido… A debilidade prejudica a si mesma… esse é o tipo da décadence…

De fato, encontramos uma reflexão imensa sobre práticas para provocar a impassibilidade. O instinto está, nessa medida, na pista certa, quando nada fazer é mais proveitoso do que fazer algo…

Todas as práticas das ordens, dos filósofos solitários, dos faquires são inspiradas no critério correto de que uma certa espécie de homem tira o melhor proveito quando se impede, tanto quanto possível, de agir —

Meio de facilitação: a obediência absoluta, a atividade maquinal, a separação de homens e coisas que fomentem uma decisão imediata e um agir.

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