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Lichtenberg – Pensamentos

Lichtenberg2012

Nada é mais difícil na filosofia do que abordar uma ideia desde o princípio e, ainda assim, ao considerá-la, utilizar o conhecimento já adquirido: pensar, por exemplo, sobre a imortalidade da alma sem ter em mente um fim ou propósito determinado. Frequentemente, tiramos uma conclusão a partir da sexta inferência e simplesmente adicionamos a oitava, nona, décima e assim por diante.

Será que a dificuldade de nos reconciliarmos como substâncias materiais e, ao mesmo tempo, como seres pensantes não reside no fato de sermos, na essência, apenas pensamento? Quanto mais nos aproximamos de um objeto na natureza, mais incompreensível ele se torna; um grão de areia certamente não é o que imaginamos ser. Para mim, é igualmente incompreensível que um ser complexo seja capaz de pensamento, assim como é difícil conceber a combinação entre um ser simples e um complexo.

Se tivéssemos uma análise dessas proposições e pudéssemos reduzi-las a uma fórmula, veríamos que ambas são equivalentes e que o enigma apenas teria sido adiado, mas não resolvido. Não sei o quão distantes, em minha mente, estão as proposições “dois vezes dois é igual a quatro” e “Henrique IV foi assassinado por Ravaillac”. Também não sei se cada uma ocupa todo o cérebro ou apenas uma pequena parte, e se essas partes são as mesmas em todas as pessoas.

Me parece provável que cada pensamento ative uma determinada região do cérebro e que esse movimento seja transmitido para o resto do órgão, com maior intensidade em alguns indivíduos do que em outros. Ou, caso essa transmissão não seja completa, talvez o alcance do pensamento varie de pessoa para pessoa.

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