François Chenique (Logique) – Lógica de Aristóteles
François Chenique. Elementos de Lógica Clássica (FCELC1)
Aristóteles distingue a dialética da lógica propriamente dita, que ele chama de “Analítica”. O realismo de Aristóteles determina sua lógica, pois estamos na verdade quando unimos o que está unido na realidade e quando separamos o que está separado na realidade. A lógica é, portanto, a arte de expressar as categorias do Ser por meio das categorias do pensamento. A ciência tem como objeto o geral, mas apenas o indivíduo é real, e o geral só existe nele. O que a ciência busca, portanto, é a essência, “o que é” (to ti esti), ou seja, o conjunto das características necessárias de um ser. A classificação a que Platão chegava é substituída pela definição baseada na essência.
A lógica é, assim, feita para a ciência, da qual é o instrumento (Organon): ligada à metafísica do Ser, ela é uma metodologia constituída para a ciência da natureza. Para Aristóteles, essa natureza é totalmente inteligível: a natureza “silogiza” como a mente, e a sequência de nossos raciocínios corresponde à própria sequência das coisas. Isso explica a importância do silogismo na ciência aristotélica: é um aprimoramento da divisão platônica pela introdução do termo médio; esse aprimoramento foi crucial na história da humanidade ocidental.
