François Chenique (Logique) – Dialética de Aristóteles
François Chenique. Elementos de Lógica Clássica (FCELC1)
Se a lógica tem como objeto o verdadeiro, graças às conclusões que decorrem necessariamente das premissas por meio do silogismo, a dialética tem como objeto apenas o verossímil, o que acontece na maioria das vezes, e resulta na opinião (doxa). Mas a dialética tem um papel a desempenhar na elaboração da ciência: por um lado, ela enuncia as dificuldades (aporias) cuja solução (euporia) será a ciência (este método de exposição e resolução de problemas será muito apreciado pelos escolásticos da Idade Média); por outro lado, a dialética ajuda a descobrir os princípios comuns a todas as ciências ou axiomas, e especialmente o princípio da não-contradição.
O silogismo também é o instrumento da dialética, e torna o raciocínio correto; mas as premissas do silogismo dialético são apenas verossímeis, pois se baseiam em lugares comuns (topoi), fontes e princípios dos raciocínios oratórios. Daí resulta que a conclusão do silogismo dialético é apenas verossímil 1).
