User Tools

Site Tools


arendt:arendt-ve-aparencia

Arendt (VE) – aparência

Nada poderia aparecer — a palavra “aparência” não faria sentido — se não existissem receptores de aparências: criaturas vivas capazes de conhecer, de reconhecer e de reagir — em imaginação ou desejo, aprovação ou reprovação, culpa ou prazer — não apenas ao que está aí, mas também ao que para elas aparece e que é destinado à sua percepção. ArendtVE I O Pensar 1

Ainda assim, todas as criaturas sensorialmente dotadas têm em comum a aparência como tal. ArendtVE I O Pensar 1

Parecer corresponde à circunstância de que toda aparência, independentemente de sua identidade, é percebida por uma pluralidade de espectadores. ArendtVE I O Pensar 1

A primazia da aparência, para todas as criaturas vivas perante as quais o mundo aparece sob a forma de um parece-me, é de grande relevância para o tópico com o qual vamos lidar — as atividades espirituais que nos distinguem das outras espécies animais. ArendtVE I O Pensar 1

Como certa vez Merleau-Ponty formulou, “só posso escapar do ser para o ser”, e já que Ser e Aparecer coincidem para os homens, isso quer dizer que só posso escapar da aparência para a aparência. ArendtVE I O Pensar 1

Podemos encontrar uma primeira pista relacionada com esse assunto recorrendo à velha dicotomia metafísica entre (verdadeiro) Ser e (mera) Aparência, pois ela também na verdade se fundamenta na primazia, ou pelo menos na prioridade da aparência. ArendtVE I O Pensar 2

O que sugeriu ao filósofo, ou seja, ao espírito humano, a noção de que deve haver algo que não seja mera aparência sempre foi a qualidade que o mundo tem de aparecer. ArendtVE I O Pensar 2

Nas palavras de Kant: “Nehmen wir die Welt als Erscheinung so beweiset sie gerade zu das Dasein von Etwas das nicht Erscheinung ist” (“Se olharmos para o mundo como aparência, ele demonstra a existência de algo que não é aparência”). ArendtVE I O Pensar 2

Essa verdade — a-letheia, o que é revelado (Heidegger) — pode ser concebida unicamente como outra “aparência”, outro fenômeno originalmente oculto, mas de ordem supostamente mais elevada, o que indica a predominância última da aparência. ArendtVE I O Pensar 2

Embora nosso aparato espiritual possa retirar-se das aparências presentes, ele permanece atrelado à Aparência. ArendtVE I O Pensar 2

Coisa bastante semelhante parece ser verdade para a ciência, especialmente para a ciência moderna que — de acordo com uma antiga observação de Marx — está de tal modo fundada na cisão entre Ser e Aparência, que não é mais necessário o esforço individual e particular do filósofo para chegar a alguma “verdade” por sob as aparências. ArendtVE I O Pensar 2

A noção que orienta esses esforços científicos e filosóficos é sempre a mesma: as Aparências, como disse Kant, “devem ter um fundamento que não seja ele próprio uma aparência”. ArendtVE I O Pensar 2

A primazia da aparência é um fato da vida cotidiana do qual nem o cientista nem o filósofo podem escapar, ao qual têm sempre que voltar em seus laboratórios e em seus estudos, e cuja força fica demonstrada pelo fato de nunca ter sido minimamente alterada ou desviada por qualquer coisa que eles tenham descoberto quando dela se afastaram. “ ArendtVE I O Pensar 2

Contra essa inabalável convicção do senso comum há a antiga supremacia teorética do Ser e da Verdade sobre a mera aparência, ou seja, a supremacia do fundamento que não aparece sob a superfície que aparece. ArendtVE I O Pensar 2

A falácia lógica elementar de todas essas teorias que se apoiam em uma dicotomia entre o Ser e a Aparência é óbvia e foi logo descoberta e resumida pelo sofista Górgias, em um fragmento que se conservou de seu desaparecido tratado Sobre o Não-Ser ou Sobre a Natureza — provavelmente uma refutação da filosofia eleática: “O Ser não é manifesto, já que não aparece; o aparecer (para nós) é fraco, já que não consegue ser”. ArendtVE I O Pensar 2

E, no entanto, nem a eliminação de erros, nem a dissipação de ilusões podem levar a uma região que esteja além da aparência. ArendtVE I O Pensar 3

Pois quando se dissipa uma ilusão, quando se rompe subitamente uma aparência, é sempre em proveito de uma nova aparência que retoma, por sua própria conta, a função ontológica da primeira A des-ilusão é a perda de uma evidência unicamente porque é a aquisição de outra evidência não há Schein sem uma Erscheinung, toda Schein tem por contrapartida uma Erscheinung. ArendtVE I O Pensar 3

A grande vantagem do funcionalismo é que ele nos apresenta novamente uma visão unitária do mundo e mantém intacta, embora de modo diferente, a velha dicotomia metafísica entre o (verdadeiro) Ser e a (mera) Aparência, junto com o velho preconceito da supremacia do Ser sobre a aparência. ArendtVE I O Pensar 3

Assim, a plumagem dos pássaros, “em um primeiro momento considerada pela função de proteção e aquecimento, é, além disso, formada de modo a que suas partes visíveis — e apenas estas — constituam uma roupagem colorida cujo valor intrínseco reside unicamente em sua aparência visível”. ArendtVE I O Pensar 3

E, de acordo com essa inversão, Portmann distingue “aparências autênticas”, que surgem espontaneamente, e “aparências não autênticas”, tais como as raízes de uma planta ou os órgãos internos de um animal, que passam a ser visíveis unicamente por meio da interferência e da violação da aparência “autêntica”. ArendtVE I O Pensar 3

Tais descobertas sugerem que a predominância da aparência externa implica, além da pura receptividade de nossos sentidos, uma atividade espontânea; tudo o que pode ver quer ser visto, tudo o que pode ouvir pede para ser ouvido, tudo o que pode tocar se apresenta para ser tocado. ArendtVE I O Pensar 3

se tudo o que está vivo — para além do fato de que sua superfície é feita para aparecer, é própria para ser vista e destinada a aparecer para os outros — possuísse um impulso para aparecer, para adequar-se a um mundo de aparências, apresentando e exibindo não seu “eu interno”, mas a si próprio como indivíduo (O termo “autoexposição”, como o alemão, Selbstdarstellung, é equívoco: pode significar que eu ativamente faço minha presença sentida, vista e ouvida, ou que apresento meu eu , alguma coisa dentro de mim que de outra forma jamais apareceria — ou seja, na terminologia de Portmann, uma aparência “não autêntica” – Daqui em diante usaremos o termo na primeira acepção). ArendtVE I O Pensar 3

Ela aponta para o que chamamos “valor da superfície”, ou seja, para o fato de que “a aparência revela um poder máximo de expressão comparado com o que é interno, cujas funções são de uma ordem mais primitiva”. ArendtVE I O Pensar 3

A expressividade de uma aparência, entretanto, é de uma ordem distinta; ela não “expressa” nada a não ser a si mesma, ou seja, ela exibe ou apresenta. ArendtVE I O Pensar 3

Até certo ponto podemos escolher como aparecer para os outros; e essa aparência não é de forma alguma a manifestação exterior de uma disposição interna; se fosse, todos nós provavelmente agiríamos e falaríamos do mesmo modo. ArendtVE I O Pensar 4

Se o fundamento psíquico interno de nossa aparência individual não fosse sempre o mesmo, não poderia haver ciência psicológica, que, enquanto ciência, se apoiasse em um “por dentro todos nos parecemos” de ordem psíquica, assim como a fisiologia e a medicina apoiam-se na “mesmidade” de nossos órgãos internos. ArendtVE I O Pensar 4

Por causa da relevância inegável dessas características escolhidas para nossa aparência e para nosso papel no mundo, a filosofia moderna, a começar por Hegel, sucumbiu à estranha ilusão de que o homem, ao contrário das outras coisas, criou-se a si mesmo. ArendtVE I O Pensar 4

Em função da lacuna entre interno e externo, entre base da aparência e aparência — ou, para pôr as coisas de outro modo, por mais diferenciados e individualizados que nós apareçamos e por mais deliberadamente que tenhamos escolhido essa individualidade —, o que permanece sempre verdadeiro é que “por dentro somos todos semelhantes”, imutáveis, a não ser quanto ao funcionamento de nossos órgãos internos psíquicos e corporais ou, inversamente, quanto a uma intervenção feita com o propósito de remover alguma disfunção. ArendtVE I O Pensar 5

Assim, há sempre um elemento de semblância em toda aparência: a própria base não aparece. ArendtVE I O Pensar 5

Esse modo não só produz erro — que posso corrigir por uma mudança de posição, aproximando-me do que aparece ou aguçando meus órgãos perceptivos com o auxílio de instrumentos e implementos, ou, ainda, usando minha imaginação para levar em conta outras perspectivas —, mas também dá origem a semblâncias verdadeiras, ou seja, à aparência ilusória que não posso corrigir, como corrijo um erro, já que é causada por minha permanente posição na Terra e que continua inseparavelmente ligada à minha própria existência como uma das aparências terrenas. ArendtVE I O Pensar 5

Estas últimas, miragens como a de alguma fada Morgana, dissolvem-se espontaneamente ou desaparecem com uma inspeção mais cuidadosa; as primeiras, ao contrário, e como o movimento do Sol levantando-se pela manhã para pôr-se ao entardecer, não cederão a qualquer volume de informação científica, porque esta é a maneira pela qual a aparência do Sol e da Terra parece inevitável a qualquer criatura presa à Terra e que não pode mudar de moradia. ArendtVE I O Pensar 5

Os animais também são capazes de produzir semblâncias — um número significativo deles pode até mesmo simular uma aparência física —, e tanto homens quanto animais têm a habilidade inata para manipular as aparências com o propósito de iludir. ArendtVE I O Pensar 5

Mas o que aparece então sob a superfície ilusória não é um eu interno, uma aparência autêntica, imutável e confiável em seu estar-aí. ArendtVE I O Pensar 5

Um “eu interno”, se é que ele chega a existir, nunca aparece nem para o sentido externo, nem para o interno; pois nenhum dos dados internos dispõe de características estáveis, relativamente permanentes, que, sendo reconhecíveis e identificáveis, particularizam a aparência individual. “ ArendtVE I O Pensar 5

O conceito de aparência e, portanto, o de semblância (de Erscheinung e de Schein) nunca desempenharam um papel tão central e decisivo quanto na obra de Kant. ArendtVE I O Pensar 6

Há, em primeiro lugar, a circunstância ordinária — em vez da conclusão de Kant, mencionada anteriormente — de que toda coisa viva, já que aparece, possui uma “base que não é aparência”, mas que pode ser forçada a aparecer e a tornar-se o que Portmann chama de “aparência não autêntica”. ArendtVE I O Pensar 6

Assim, sua conclusão de que as próprias aparências “devem ter uma base que não é, ela mesma, uma aparência” e, portanto, devem “apoiar-se em um objeto transcendente que as determina como meras representações”, ou seja, devem apoiar-se em algo que em princípio é de uma ordem ontológica totalmente distinta, parece claramente ter sido retirada de uma analogia com os fenômenos deste mundo — um mundo que contém tanto as aparências autênticas quanto as não autênticas e no qual as aparências não autênticas, uma vez que contêm o próprio aparelho do processo vital, parecem causar as aparências autênticas. ArendtVE I O Pensar 6

A razoabilidade do argumento de Kant — o que leva alguma coisa a aparecer deve ser de uma ordem distinta da própria aparência — apoia-se em nossa experiência desses fenômenos vitais; mas a ordem hierárquica entre o objeto transcendente (a coisa-em-si) e as “meras representações”, não; e é esta ordem de prioridades que a tese de Portmann inverte. ArendtVE I O Pensar 6

Em outras palavras, a comum compreensão filosófica do Ser como o fundamento da Aparência é verdadeira para o fenômeno da Vida; mas o mesmo não pode ser dito sobre a comparação valorativa Ser versus Aparência que está no fundo de todas as teorias dos dois mundos. ArendtVE I O Pensar 6

Como veremos mais adiante, a experiência transcende não só a Aparência, mas o próprio Ser. ArendtVE I O Pensar 6

Nas palavras de Portmann, toda aparência é uma “emissão para receptores” (uma Sendung für Empfangsapparate). ArendtVE I O Pensar 7

Embora tudo o que apareça seja percebido na modalidade do parece-me e, assim, seja passível de erro e ilusão, a aparência como tal traz consigo uma indicação prévia de realidade . ArendtVE I O Pensar 7

A subjetividade do parece-me é remediada pelo fato de que o mesmo objeto também aparece para os outros, ainda que o seu modo de aparecer possa ser diferente (É a intersubjetividade do mundo, muito mais do que a similaridade da aparência física, que convence os homens de que eles pertencem à mesma espécie. ArendtVE I O Pensar 7

Qualquer pensador, não importa quão importante seja, permanece “um homem como você e eu” (Platão), uma aparência entre aparências, dotada de senso comum e dispondo de um raciocínio de senso comum suficiente para sobreviver. ArendtVE I O Pensar 7

Se considerarmos toda a escala das atividades humanas do ponto de vista da aparência, encontraremos vários graus de manifestação. ArendtVE I O Pensar 9

Nem o labor nem a fabricação requerem a exibição da própria atividade; somente a ação e a fala necessitam de um espaço da aparência — bem como de pessoas que vejam e ouçam — para se realizar efetivamente. ArendtVE I O Pensar 9

“Tome a cor dos mortos” — deve ser assim que o alheamento do filósofo e o estilo de vida do profissional que devota toda a sua vida ao pensamento, monopolizando e elevando a um nível absoluto o que é apenas uma dentre muitas faculdades humanas, aparecem para o senso comum dos homens, já que normalmente nos movemos em um mundo em que a mais radical experiência do desaparecer é a morte e em que se retirar da aparência é morrer. ArendtVE I O Pensar 10

A metáfora realiza a “transferência” — metapherein — de uma genuína e aparentemente impossível metabasis eis allo genos, a transição de um estado existencial, aquele do pensar, para outro, aquele do ser uma aparência entre aparências; e isso só pode ser feito através de analogias. ArendtVE I O Pensar 12

Se falar e pensar nascem da mesma fonte, então o próprio dom da linguagem poderia ser tomado como uma espécie de prova, ou talvez mais como um sinal de que o homem é naturalmente dotado de um instrumento capaz de transformar o invisível em uma “aparência”. ArendtVE I O Pensar 12

O que se perdeu não foi apenas o privilégio que o espectador tinha de julgar (como encontramos em Kant), nem o contraste fundamental entre pensar e fazer, mas a percepção ainda mais fundamental de que tudo aquilo que aparece está lá para ser visto, a percepção de que o conceito mesmo de aparência exige um espectador, o que tornava a visão e a contemplação atividades de estatuto o mais elevado. ArendtVE I O Pensar 14

A fala toma a forma de louvor, de glorificação, não de uma aparência particularmente surpreendente, nem da soma total das coisas no mundo, mas da ordem harmoniosa por trás delas, que em si mesma é invisível, e da qual, não obstante, o mundo das aparências oferece um vislumbre. “ ArendtVE I O Pensar 15

Tinha perdido a aparência inofensiva de uma categoria abstrata: ela era a verdadeira pasta das coisas . ArendtVE I O Pensar 15

Ou melhor, a raiz, os portões do parque, o banco, a grama esparsa, tudo se tinha esvanecido: a diversidade de coisas, sua individualidade eram apenas uma aparência, um verniz. ArendtVE I O Pensar 15

Bastante problemática é a noção de um começo absoluto, pois “uma série começando no mundo pode apenas relativamente ter um primeiro começo, sendo sempre precedida de algum outro estado de coisas”, e isso, naturalmente, também se aplica à pessoa do pensador, visto que eu, que penso, jamais deixo de ser uma aparência entre aparências, por mais que consiga retirar-me dessas aparências espiritualmente. ArendtVE II O Querer 4

Na antecipação da morte, os projetos da vontade tomam a aparência de um passado antecipado e, sendo assim, podem tornar-se objeto de reflexão; e é neste sentido que Hegel sustenta que somente o espírito que “não ignora a morte” capacita o homem para “dominar a morte”, “resistir a ela e preservar-se dentro dela”. ArendtVE II O Querer 6

Como vimos, o ego pensante retira-se temporariamente deste mundo, sem nunca chegar a deixá-lo de todo, porque está incorporado a um eu corpóreo, a uma aparência entre aparências. ArendtVE II O Querer 7

As ações desse tipo também são movidas não pela razão, mas pelo desejo; não se trata, contudo, de desejo de um objeto, de um “o que” que posso pegar, compreender e usar de novo como um meio para outro fim; o desejo é de um “como”, um modo de desempenhar, uma excelência de aparência na comunidade — a região que é própria dos assuntos humanos. ArendtVE II O Querer 7

Mas a interioridade do diálogo em pensamento que faz da filosofia a “atividade solitária” de Hegel (embora tenha ciência de si — o cogito me cogitare de Descartes, o Ich denke de Kant acompanhando silenciosamente tudo o que faço) não se refere tematicamente ao eu, mas sim às experiências e às questões que esse eu, uma aparência entre aparências, elege para serem investigadas. ArendtVE II O Querer 8

Assim, quando se trata de Paulo, a ênfase muda inteiramente do fazer para o crer, do homem exterior que vive no mundo das aparências (ele mesmo uma aparência entre aparências, sujeito, portanto, à semblância e à ilusão) para uma interioridade que, por definição, jamais se manifesta inequivocamente e que só pode ser examinada por um Deus que também jamais se mostra de maneira inequívoca. ArendtVE II O Querer 8

Ao homem, nesse caso, teria sido dada uma faculdade realmente “monstruosa” (Agostinho), compelida por sua natureza, a exigir um poder que é capaz de exercer somente na região dominada pela ilusão da mera fantasia — na interioridade de um espírito que conseguiu separar-se de toda aparência exterior em sua busca incansável pela tranquilidade absoluta. ArendtVE II O Querer 9

O Devir não é meramente um estado aparente; talvez o mundo dos seres seja uma mera aparência. ArendtVE II O Querer 14

O indivíduo, amoldado pela Vontade e sabedor de que poderia ser diferente daquilo que é (o caráter, ao contrário da aparência ou dos talentos e habilidades corporais, não é inato dado ao eu), sempre tende a afirmar um “Eu-mesmo” contra um “Eles” indefinido — todos os outros que eu, como indivíduo, não sou. ArendtVE II O Querer 16

comum a todos, isto é, de uma faculdade do juízo que, em sua reflexão, leva em conta (a priori) o modo de representação de todos os outros homens em pensamento, para, de certo modo, comparar seu juízo com a razão coletiva da humanidade… Isso se faz comparando-se nosso juízo com o juízo possível dos outros, e não com o real, e colocando-nos no lugar de qualquer outro homem, abstraindo-nos das limitações que contingentemente se juntam a nosso próprio juízo… Agora esta operação talvez pareça artificial demais para ser atribuída a uma faculdade chamada de senso comum, mas só tem tal aparência quando expressa em uma formulação abstrata. ArendtVE Apêndice O Julgar

/home/mccastro/public_html/sofia/data/pages/arendt/arendt-ve-aparencia.txt · Last modified: by 127.0.0.1