Hottois1993 “O estado de um ser vivo é como um problema a ser resolvido, para o qual o indivíduo se torna a solução por meio de conjuntos sucessivos de estruturas e funções” (GSIG, p. 223).
“A individuação resolutiva é aquela que preserva as tensões no equilíbrio da metaestabilidade em vez de destruí-las no equilíbrio da estabilidade. A individuação torna as tensões compatíveis, mas não as libera (…)” (GSIG, p. 224). A individuação é um processo tanto ativo-objetivo quanto subjetivo-reflexivo. Ela não deixa inalterados nem o indivíduo nem o ambiente associado. Ela realmente ocorre em seu limite (que é tanto interno quanto externo). “No ser vivo há uma individuação pelo indivíduo e não apenas um funcionamento resultante de uma individuação uma vez realizada, comparável a uma fabricação; o ser vivo resolve problemas, não apenas adaptando-se, ou seja, modificando sua relação com o ambiente (como uma máquina pode fazer), mas modificando a si mesmo, inventando novas estruturas internas, introduzindo-se completamente na axiomática dos problemas vitais. O indivíduo vivo é um sistema de individuação, um sistema de individuação e um sistema que se individua a si mesmo” (IPC, p. 17). A natureza reflexivo-subjetiva da individuação é, obviamente, mais óbvia no caso da individuação psíquica humana. Mas ela está presente como uma autorreferência dinâmica nos sistemas vivos pré-humanos, e a individuação não perde sua natureza ativa-objetiva com o homem: é nesse sentido que a individuação psíquica é transindividual, formando o coletivo, resolvendo os problemas do coletivo, bem como os do indivíduo.