A infelicidade humana não decorre de uma constituição natural defeituosa ou de um destino trágico, mas do mau uso da liberdade, visto que a satisfação plena é acessível e os desejos naturais e necessários, essencialmente limitados ao sustento básico, são de fácil saciedade, conforme ensinam os estoicos que afirmam bastar uma azeitona por dia para a subsistência; a natureza proveu abundantemente o necessário, e a escassez, as fomes e as dificuldades são imputáveis não a uma madrasta natural, mas ao artifício humano, à exploração desmedida da terra e à falta de solidariedade mútua.