====== Santos Simbolismo Outros Números ====== Santos 13, Santos 30, Santos 33 OUTROS NÚMEROS O número para os pitagóricos está presente em todas as coisas, pois estas são números. A própria alma humana é um arithmós auto kinetikós, um número, que é capaz de mover a si mesmo. Sem que nos afastemos do esquema vulgar do número da aritmética, do número de medida extensista, não é possível alcançar o seu significado mais alto. Aristóteles, em sua crítica ao pitagorismo, na "Metafísica", considerou sempre ou quase sempre que o conceito pitagórico de número se referisse apenas aos números naturais, aos números como abstração de terceiro grau das coisas sensíveis. Era fácil, depois, fundado nessa posição, realizar a critica do pitagorismo, o que padecia, evidentemente, de ignorantio elenchi, pois se fundava numa caricatura do número pitagórico]. Ao examinarmos a simbólica dos números primários, como fizemos até aqui, não só no pitagorismo como nos diversos pensamentos filosóficos, religiosos, herméticos, gnósticos, etc., não se pode deixar, no entanto, de assinalar a simbólica dos números compostos, que oferece um ponto de partida para a melhor compreensão do pensamento esotérico das religiões, e permitirá uma visão mais concreta da epistéme. Assim, por exemplo, o 13, surge-nos na superstição popular como o número do azar. Desdobrado na década, 10, e no 3, o 13 revela a presença da unidade sintética, atuada pela série. O treze quebra, desse modo, o equilíbrio e, conseqüentemente, aponta o acontecimento que deve sobrevir, acontecimento azaroso, benéfico ou maléfico, não importa, mas aponta ao que não pode permanecer como está. O dar-se ao 13 um sentido maléfico, como é comum na superstição popular, não é, no entanto, a significação que tem para a arithmosofia, em geral. O advento pode ser feliz. O 13 simboliza, nas diversas culturas, o apontar a uma solução, a um advento. Dessa forma, vê-se o 13 significando ora o benéfico, ora o maléfico. Outro número importante na simbólica é o 30, símbolo da organização cósmica, representando a atividade ternária sobre o mundo. Jesus foi batizado aos 30 anos, mesma idade em que João Batista começou a pregar, Ezequiel a profetizar, e José a governar os egípcios. Trinta anos é a idade do fundador das religiões, quando inicia a sua pregação. Assim 33 é o número da atividade livre do ser na organização do mundo. É a idade da libertação final, a idade de Cristo e de Krishna. Na bibliografia, indicamos diversas obras que se dedicam ao estudo da simbólica dos números. Neste livro, porém, só podemos nos interessar pelo sentido filosófico que os mesmos possam oferecer, sem nos determos na significação religiosa e ocultista que escapa, em muito, ao campo da filosofia. Ao estudar o número em “Pitágoras e o Número” temos oportunidade de examinar a significação do dez, trazendo outras contribuições que neste trabalho é impossível apresentar. Na verdade, a ordem cósmica é dirigida por 10 grandes leis, às quais se podem reduzir todas as leis da ciência, e inclusive todas as observações mais sólidas da filosofia. São as seguintes: a Lei da Unidade, lei da integração, simbolizada pelo 1. Tudo quanto é, forma uma unidade, sob qualquer aspecto que se tome. A lei da Unidade decorre do poder unitivo do Ser, a "grande presença". Todo ser finito é diádico, e pode ser visto em suas positividades opostas, Lei da Oposição, simbolizada pelo 2. Todos os seres mantêm relações entre os opostos, Lei d Relação, que gera a série e aponta ao dinamismo de todas as coisas. Os opostos se inter-atuam. É a Lei da Reciprocidade, simbolizada pelo 4, lei da evolução física. Mas todos os seres têm uma forma e atuam, e sofrem segundo sua natureza, dependente, portanto, de sua forma. É a Lei da Forma, simbolizada pelo 5. Todos os seres compõem-se em conjuntos harmônicos, pois há funções subsidiárias e principais. Todos os seres estão sujeitos à Lei da Harmonia, simbolizada pelo 6. Mas os seres não permanecem na sua forma e no que são. Conhecem mutações substanciais que atingem a sua forma e a sua matéria, conhecem saltos qualitativos e específicos. É a Lei do Sete, a Lei Evolutiva do universo, cuja manifestação se processa num equilíbrio superior, que é a evolução das formas, que é a Lei da Oitava, lei da Evolução Superior. Finalmente todo ser, em sua heterogeneidade, homogeneíza-se no grande Todo, Lei da Integração Universal. Finalmente tudo obedece à lei Suprema do Ser, Lei da Unidade Transcendental. Qualquer ser pode ser estudado sob esses dez campos, e só será devidamente conhecido se examinado assim, obedecendo às providências que cada exame do campo exige. Este é o fundamento da decadialética que criamos, método de exame noológico dos seres. Ter presente que todas as coisas são 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e também 10, no sentido que expusemos, e que devem ser estudadas em cada aspecto, permite-nos ampliar o campo do nosso conhecimento. Na “Teoria Geral das Tensões” onde apresentaremos a decadialética já integrada por todas as suas providências, se verá que o método por nós oferecido é o que oferece o melhor caminho para um conhecimento mais amplo e mais seguro dos fatos.)