====== Santos (Ontologia) – Ato e Potência ====== O ato define-se por si, como eficiência. É o ato o que e-facere. Todo ato, enquanto ato, é perfeito, porque é eficiente. Essa eficiência, porém, oferece graus, etc, enquanto fato, não enquanto formalmente considerada. O que é ato ou é, ou não é (formalmente considerado, ontológico). Nós induzimos o ato, dele partimos, pois partimos de um ato para captarmos o ato. É o princípio simples. A potência é declarada pelo ato; é a capacidade do ato produzir ou receber (ativa ou passiva). Assim: Potência: * passiva — a que é capaz de receber; * ativa — a que é capaz de produzir. Já vimos a possibilidade real ou ideal. Assim também: Potência: * ideal — a meramente lógica (ou a fundada em idéias); * real — a que está no ato; Dessa forma, a potência real e a ideal podem ser ativa ou passiva. Ainda costumam subdividir: Potência: * objetiva — a que está no objeto: é lógica; * subjetiva — a que está no sujeito. Por sua vez, o ato é subdividido: * real — fático; * lógico — fundado na lógica (confunde-se com o real); * entitativo - que consiste numa entidade que tem ensidade; * formal — apenas consiste na forma; * misto — híbrido com potência (o fático em geral); * puro — o que não tem hibridez com a potência passiva (Deus). O ato é anterior à potência (considerada absolutamente). O existir finito é ato misto, é hibridez de ato e potência. Neste caso, há prioridade de ato em relação à potência, mas de potência em relação a atos, tomados como partes, isto é, relativos. No existir cronotópico, todo ato é potência de um outro ato. Sua eficiência assim o revela. A explanação sintética, que ora fizemos, não exclui as análises posteriores, que surgirão em outros temas, sobretudo quando examinemos os princípios intrínsecos e extrínsecos do ser. Ademais, em nossos livros anteriores, já tratamos dos aspectos mais gerais da divisão do ente em potência e ato.