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diabo etc

  

diabolos / διάβολος / diabo

gr. diabolos: diabo, acusador, adversário; diabolai: calúnia


Tradução da Septuaginta do termo hebraico Satã, que designa o adversário que acusa em juízo, passando então a significar o membro da corte celeste que acusa o homem perante Deus; mais tarde separado da corte celeste, se chama "Satanás" a um espírito inimigo do homem, que busca sua ruína e quer destruir a obra de Deus.

Maximo o Confessor

5. Entre os demônios, diz o abençoado Dionisio Areopagita   - Dionísio, o mal toma a forma de raiva (orge) estúpida, desejo descontrolado pelo intelecto (nous), imaginação (phantasia) impetuosa. Mas estupidez, falta de controle intelectual e impetuosidade em seres inteligentes são privações da inteligência, intelecto e circunspecção. Houve um tempo, então, quando os demônios possuíam inteligência, intelecto e circunspecção devota. Sendo este o caso, nem mesmo os demônios são maus (kakon) por natureza, mas se tornaram maus através do mau uso de seus poderes naturais. [Terceira Centúria - Do Amor]

Teofano o Recluso

Vencido en el corazón mismo, el enemigo tiene su técnica para atacarnos por intermedio de las influencias exteriores. Voy a citar los principales ejemplos. Supongamos que alguien, habiendo alcanzado la sabiduría, no se deja agitar, por poco que sea, por los pensamientos y los impulsos que tienen la apariencia del bien, sino que los rechaza inmediatamente, utilizando su propio discernimiento — o bien la opinión de hombres más experimentados que él — y actúa en forma tan resuelta que parece imposible encontrarlo en falta; el enemigo renuncia entonces a ese tipo de engaños y ataca desde el exterior, por medio de los contactos humanos. Entonces comienzan los cumplidos aduladores, las calumnias, las persecuciones y los desagradecimientos de todo tipo. Es por ello que debéis conservar vuestros ojos abiertos, a fin de preveer y comprender lo que va a pasar. No está en nuestro poder impedir estos ataques, pero sí, ser más inteligentes que el enemigo. Lo principal es mantener perseverante, inalterable en nuestro corazón, un espíritu de amor y de paz. El Señor es nuestro sostén. Debemos suplicarle que ponga la paz en nuestro corazón y, si es su voluntad, disponga del mejor modo las cosas exteriores. En lo que nos concierne, no debemos olvidar de dónde viene la tempestad, ni quién la provoca, no volcar nuestra enemistad hacia los hombres, sino únicamente hacia aquél que, por detrás de ellos los impulsa y conduce todo el asunto.

Jean-Claude Larchet

Para terminar, recordemos que en el nacimiento y el desarrollo de la enfermedad del orgullo, el diablo juega un papel de primer plano. Esta pasión ofrece un terreno particularmente favorable a todas las formas de su acción: es — dice s. Juan Clímaco, «el apoyo de los demonios».

En el orgullo, el hombre se muestra poseído por el diablo mucho más que en las otras pasiones, a tal punto que esta última — al dominar enteramente su alma — puede permitirse dejarlo en paz en otras cosas. El orgulloso — escribe s. Juan Clímaco, «no tiene necesidad del demonio, porque se ha vuelto por sí mismo un demonio y un enemigo», y s. Juan Crisóstomo llega incluso a decir que el orgullo «hace del hombre un demonio». Lo hemos observado precedentemente: es por el orgullo que Satanás y algunos ángeles se han convertido respectivamente en diablo y demonios. [TERAPÊUTICA DAS DOENÇAS ESPIRITUAIS]

Roberto Pla

Outro “dois”, ilustre também porque arranca dos dias do Jardim do Éden, é o “dois” da alma consigo mesma. Ao homem o toca convertê-lo em “um”, e não sem sofrimento, durante sua estadia no mundo, para alcançar o Dia terceiro, o de sua saída ou ressurreição, tal como se diz que saiu Jonas do cetáceo.

Nesse capítulo segundo do Gênesis se conta “em enigma”, nada fácil, muito críptico, que para desvanecer o sono profundo da consciência de Adão — se refere ao Adão psico-pneumático, ainda não vestido de pele — tomou Deus “osso de seus ossos e carne de sua carne”, e com ele isso fez que uma parte dessa consciência que só se manifesta como “varão”, fosse “mulher”. Com a posse desta adquirida dupla sexualidade de ordem psíquico, teve desde então Adão, a consciência que logo temos todo ser humano e que, segundo se diz, era “a ajuda adequada” para pôr nomes, quer dizer, para reconhecer, pois ficou facultado para isso, a todo o vivente sem exceção.

  • A particularidade quanto aos símbolos de sexualidade psico-pneumática usados nas Escrituras para descobrir suas transformações, é a de ser “varão” quando olha ao mundo, à matéria, e por outro lado, a de ser “mulher”, esposa, quando busca ao esposo sagrado, o espírito. Isto conforma os dois modos ou “noites” místicas da alma, “ativa” quando se afirma, e “passiva” quando se nega a si mesma e se entrega. O último ato desta entrega, que culmina na humildade completa, é a que converte à alma pura em “mãe virginal” do Cristo absoluto e preexistente. Para o Evangelho de Tomé, este “mistério”, que consiste em passar de ser “mulher”, esposa que “adora” ao espírito, à “mãe” do Filho de Deus recém-nascido nela é o relato da transmutação da consciência, a qual, a consciência, deixa de ser mulher para converter-se em varão. Mas esta última transformação teremos ocasião de estudá-la, pois é o fim da obra reservada ao homem.

Em alguns textos cristãos primitivos, chamados agora gnósticos  , esta “mulher”, sacada de um osso da alma somente varão, foi descrita como “a reflexão luminosa”; com isso se explica que o que pretendia indicar o redator sagrado era que a contrapartida feminina de toda consciência é a luz indireta do conhecimento que lhe chega da alma desperta. Sem dúvida essa volta sobre si mesma, a reflexão, para a qual todos comprovamos que, com efeito, aparece dotada nossa consciência, é o que distingue ao homem das outras espécies animais, o que a acredita e distingue como racional.

Mas a capacidade reflexiva converte à consciência em um “dois” em que se divide seu seio unitário; um “dois” que se olha a si mesmo e pelo qual descobre sua desnudez de conhecimento na solidão de ser esse dois separado, afastado das outras consciências da totalidade do mundo.

Tal é o drama e também a glória da alma; o que a condena à solidão, e o que a move a recuperar o “um” perdido. Mas a alma se abre a possibilidade de conhecer o bem e o mal, pois a reflexão proporciona a ciência, para fazer-se “um” em Deus. Isto é o que afirma o Deus do paraíso: Veio a ser com um de nós”.

Essa mesma porta aberta de poder e liberdade, leva à alma, afastada, a criar com a sombra que com sua própria luz reflexiva olha em si mesma, o eu, uma paródia do Deus verdadeiro que a reflexão desconhece, um “Deus inversus” que durante a vida do homem exerce seu duro sortilégio mundano.

Esta é a serpente antiga, a que trouxe a maldição da sentença e a qual Jesus denomina Satã, o Adversário de Deus, pois em suas funções de ser o eu psicológico, o núcleo aparente da alma, para a qual se disfarça de anjo de luz, resulta ser o inimigo mais forte do verdadeiro nome de Deus. Este nome, o de Deus, é, como é sabido, o Eu real e absoluto, da natureza não psíquica senão espírito e verdade, tal como se anuncia em sua revelação: “Eu sou o que sou”.

Um dos sobrenomes da serpente antiga é o de “Príncipe deste mundo”, e ao denominá-lo assim confirma Jesus que é um princípio, o do mal, o da ignorância do bem, mas que sua sobrevivência não alcança ao “antes” da criação, nem supera o tempo que ocupe a consumação do mundo.

Com efeito, quando no quarto evangelho anuncia Jesus a proximidade da glorificação do Pai, o que notifica “é que o Príncipe deste mundo será lançado fora”. Isso que dizer que será reconhecido, descoberto por todos, e que o simples fato de que seja reconhecido, é bastante para dissipá-lo como fumaça.

Ao fio do relato evangélico, o que vai ocorrer é que no curso da Ceia pascal   denunciará Jesus a traição de Judas, o qual como se disse, foi tomado segundo a hermenêutica oculta do evangelho, como “figura” de Satanás, o qual “entrou nele”, em Judas. Quando Judas saiu logo do cenáculo, “para prontamente fazer o ia fazer”, sabemos que com este acontecimento havia chegado ao ato último da “grande tribulação”, esse ato com o que culmina a primeira trama da Paixão e no qual cumpre Jesus a vitória maior, pois diz: “Agora foi glorificado o Filho do Homem e Deus foi glorificado nele”.

O que tenta explicar tudo isto é que quando a consciência denuncia como falsário a esse eu psicológico que até então era tomado como o pai verdadeiro, o que faz com isso é derrubar ao Adversário de Deus em seu reduto e, em consequência, por esse mesmo ato, glorificar ao Deus verdadeiro e único; o Ser que só pode ser reconhecido mediante a realização direta interior, em espírito e em verdade, do que se indica pela locução veterotestamentária: “Eu sou o que sou”.

Agora se compreende que na consumação final dos céus e da terra, o príncipe do mundo será lançado fora, nas trevas exteriores que são o nada, e dissipado e gastado como o mundo. No individual, a consumação de cada homem tem como ponto de partida o ato superior de denunciar e condenar ao adversário ante sua própria consciência, porque esse ato é em si mesmo a Glorificação de Deus e o começo da própria liberdade.

O apóstolo tenta explicar isto mesmo em termos que denotam que tal denúncia e condenação formavam parte de sua ideia acerca do significado da obra de consumação: “Logo será — diz — o fim quando (Cristo preexistente, já manifestado) entregue a Deus Pai o Reino depois de haver destruído todo Principado, Dominação e Potestade”, quer dizer, quando todos os poderes que se opõem à consumação no Reino de Deus tenham sido “lançados fora”. (Evangelho de Tomé - Logion 106)