Categoria: Kyoto, Escola de
Escola de Kyoto
PÁGINAS EM EREIGNIS
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FFBE
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FFBE Passando aos três principais temas do livro, o primeiro, si, contrasta com a doutrina hindu do Atman (Si). O budismo proclama a doutrina do anatman (não-si), que significa que não há um substrato psicológico permanente e imutável, ou ego individual, subjacente à nossa experiência. Mas este não-si, não completamente diferente da doutrina advaita de…
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SavianiOH Refletindo sobre a noção multifacetada de vacuidade ou insubstancialidade (jap. kū), central na especulação budista do Madhyamaka, que remonta ao pensador indiano Nāgārjuna (séc. II d.C.) (sâns. śūnyatā), bem como na tradição taoísta e budista ch’an chinesa (chin. wu), os pensadores de Kyoto buscaram desenvolver uma verdadeira “meontologia”. Nela, o “Nada” (jap. mu)—a “Nada…
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SavianiOH Como mencionamos, surgida nos anos 1920 com Kitarō Nishida (1870-1945) e desenvolvida até os dias atuais ao longo de quatro gerações de pensadores, a escola de pensamento florescida na Universidade Imperial de Quioto representa uma das tentativas mais interessantes de estabelecer um diálogo e uma síntese entre o pensamento ocidental e oriental. Em particular,…
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SavianiOH Se o confronto com o taoísmo se manifestou, como veremos, em menções significativas mas esporádicas ao Chuang-tzu e na breve colaboração com Hsiao — da qual, aliás, não se detectam traços explícitos em suas obras póstumas [Nachlass] —, o confronto com o budismo zen está documentado por uma série de testemunhos muito mais numerosos.…
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Kyoto2013 Filosofia como Metanoética foi publicado em 1946. Tanabe começa este livro influente confessando que duvidava de sua qualificação como filósofo por sua incapacidade de falar e agir com decisão. Dividido entre o desejo de criticar abertamente os líderes políticos e militares do Japão e o medo de que isso prejudicasse as chances de sucesso do…
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Kyoto2013 Nosso senso comum de si empalidece em comparação com nos tornarmos “verdadeiramente nós mesmos” no campo de Śūnyatā. No campo da consciência ordinária, tentamos em vão nos agarrar, e temos dificuldade similar ao tentar apreender objetivamente as coisas do mundo de forma representacional. No campo de Śūnyatā, o “si original em si mesmo” se…
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Kyoto2013 Unno Taitetsu comenta as implicações dessa perspectiva: “No nada absoluto, a vida se torna muito clara — o que tem verdadeiro valor e o que não tem. O que deve ser valorizado como tendo valor último é o aqui e agora, cada momento, cada encontro, cada coisa diante de nós: a flor que vejo,…
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Kyoto2013 Nishitani ofereceu uma saída para esse niilismo do campo da consciência, que nos deixa eternamente presos em nossa própria consciência subjetiva. Ele faz isso substituindo “o campo de Śūnyatā” pelo campo da consciência. O caminho para esse segundo campo já está presente no primeiro. A percepção de que tanto o si quanto as coisas…
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Kyoto2013 A experiência pura é o alicerce da filosofia de Nishida, mas a partir dela ele desenvolve uma visão completa do eu humano e do mundo. O “recorte” que James descreve nos oferece um mundo de coisas, mas é Nishida, não James, quem retorna às origens para esclarecer a relação entre o eu e o…
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Kyoto2013 As Obras Completas de Nishida (Nishida Kitarō Zenshu) constituem dezenove volumes escritos ao longo de mais de cinquenta anos. Por mais influente e inovadora que tenha sido a publicação da Investigation, ele continuou a explorar diferentes abordagens para formular sua busca inicial por uma realidade última a ser encontrada antes, abaixo ou além do dualismo entre sujeito…
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Kyoto2013 Os aspectos teóricos da filosofia de Nishida assumem um resultado mais concreto quando aplicados à vida cotidiana. Ele conclui que o que o povo japonês “deseja fortemente” é se tornar um com as coisas e os eventos: “é se tornar um naquele ponto primordial em que não há nem eu nem outros.” O que…
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Kyoto2013 Como a experiência pura é anterior ao significado e ao julgamento, ainda não há um eu nem um mundo. Como, então, essas distinções surgem, e podem ser confiáveis? Como Descartes, Nishida começa com a dúvida, questionando pressupostos de qualquer tipo: “A existência independente da mente e da matéria é geralmente considerada um fato intuitivo,…
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Kyoto2013 A experiência pura é, portanto, a base da metafísica de Nishida, sua explicação mais sistemática da realidade. Já vimos que a experiência pura é sempre uma unidade, que pode ser complexa e que, embora sempre ocorra no presente, pode se estender como uma unidade ao longo de um período de tempo. Ela é anterior…
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Heisig2001 Mesmo antes de Uma Investigação sobre o Bem ser concluído, Nishida já havia se interessado pelos neokantianos, começando pelos pensadores de Freiburg, Windelband e Rickert. Inicialmente, ele via neles — e também em Husserl — aliados na tentativa de “discutir a questão dos valores teóricos exclusivamente do ponto de vista da experiência pura”. Na verdade, isso…
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Heisig2001 O uso do termo “autoconsciência” (self-awareness) para apontar algo distinto do que a filosofia ocidental chama de “autoconsciência” (self-consciousness) só gradualmente ganhou força nos escritos de Nishida. Pode-se dizer que foi uma função da mudança de foco da experiência em geral para a busca do que ele chamou de “um ponto de vista do…