Categoria: Fichte, J G
Johann Gottlieb Fichte (1762-1814)
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VetoKS Estudar o conhecimento em termos de advento a partir da consciência é um exemplo da busca pelas origens; porém, no idealismo transcendental, a origem é compreendida como causa, não apenas como tempo e lugar de nascimento. Desde Aristóteles, a filosofia privilegia, acima de tudo, a explicação causal, mas, de certa forma, a verdade dessa…
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VetoKS A realização da impossibilidade da interrogação cronológica, da busca do começo, não condena a filosofia à impotência, à simples admissão do inconcebível. Antes, permite-lhe aprofundar sua reflexão e retificar seu método. A suspensão da questão do Primeiro empírico-cronológico conduz a um alargamento, a uma formalização do Primordial. O abandono das escavações nos arquivos da…
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VetoKS O jovem Fichte estava convencido da verdade do espinozismo e somente a leitura de Kant lhe permitiu libertar-se da crença no determinismo universal. Foi a Crítica que o levou a fundamentar na metafísica a primazia do prático ou, mais precisamente, uma metafísica cujo primeiro princípio é o eu autônomo. Sem dúvida, o ensinamento sobre…
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VetoKS A verdade da Wissenschaftslehre está acima das discussões e disputas da época. Fichte, certamente, faria tudo para torná-la acessível aos seus contemporâneos, mas, ao persistir em expô-la contra ventos e marés, ele não trabalha por um fim contingente particular. Em última instância, é-lhe indiferente que a doutrina seja compreendida. Ele a confia, por assim…
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VetoKS A Wissenschaftslehre fichteana é a realização, o aperfeiçoamento da crítica da razão pura teórica. Ora, o fichteismo não se limita a completar as deficiências da Crítica [de Kant], não se limita a preencher as lacunas entre as categorias. Ele também consegue enunciar, em toda a sua generalidade, a nova inteligibilidade do transcendental. A subjetividade…
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(MVKS:339-342) Fichte enuncia os três princípios primeiro no escrito programático O Conceito da Doutrina da Ciência, e pouco depois os desenvolverá em alguns parágrafos famosos do Fundamento. 1. O Eu se põe. 2. O Não-Eu se opõe ao Eu. 3. O Eu põe no Eu um eu divisível e um não-eu divisível. Essas três definições…
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(MVKS) Fichte dizia aos seus alunos em Jena que queria redigir “um relato sobre o Eu”, sobre o Eu que é a alma de toda sua filosofia, o Eu de onde tudo parte. Ele celebra o princípio sublime do Eu ou da ipseidade (Ichheit), do Eu que é sinônimo de “forma, liberdade, saber, interioridade, luz”.…
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L’existence du mur est l’être du mur en tant que cet être est posé dans une extériorité radicale par rapport à lui-même, elle est, pour reprendre la forte expression de Fichte, « son être en dehors de son être ». 10 L’existence, dit Fichte, doit se saisir, se reconnaître et se former comme simple existence…
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(…) podemos nos voltar para o terceiro princípio da doutrina-da-ciência. É preciso tempo para apreciá-lo, antes de que possa explicá-lo de maneira mais compreensível para nós, nativos do século XXI: “Eu oponho no Eu o Eu partilhável ao não-Eu partilhável”1. Esta enuncia: Conhecimento é convicção justificada e verdadeira. Por trás disso se esconde a seguinte ideia,…
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O segundo princípio da doutrina-da-ciência enuncia em uma forma algo simplificada: “Eu ≠ não-Eu”. Por trás desse princípio se esconde exatamente a ideia da objetividade absoluta. O que não é o Eu, justamente, não é – segundo Fichte – Eu. Tudo que não é alguém que sabe algo, por exemplo pedras, prados, neutrinos, galáxias e…
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O primeiro princípio da doutrina-da-ciência enuncia: Eu = Eu”1. Naturalmente, isso soa trivial, como, porém, lentamente notaremos, não é. Poder-se-ia pensar que se poderia igualar tudo a si mesmo de maneira não informativa. Isso é chamado de tautologia. Mas, e no que diz respeito a O quadrado redondo = o quadrado redondo Ou O rei…
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Ninguém investigou tudo isso tão exaustivamente quanto o grande mestre da filosofia do Eu, Johann Gottlieb Fichte. Fichte se tornou famoso em seu tempo por meio de Kant, que publicou habilmente por meio de seu editor anonimamente a primeira obra de Fichte, Ensaio de uma crítica a toda revelação, de 1792, de modo que os…
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Permita-nos o leitor, com quem temos de entrar em consonância de pensamento, dirigir-nos diretamente a ele e tratá-lo com o familiar “tu”. 1) Podes sem dúvida pensar: eu; e, ao pensá-lo, encontras intimamente tua consciência determinada de certa maneira: pensas somente algo, precisamente aquilo que captas sob aquele conceito de eu, e é disso que…
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Fichte radicaliza o conceito de liberdade de Kant. Naquela versão da doutrina da ciência que ele apresenta pela primeira vez em lena e que lá faz escola, retira da frase de Kant — “que ‘eu penso’ tem de poder acompanhar todas as minhas ideias” — o conceito de um eu onipotente que experimenta o mundo…