Categoria: Derrida, Jacques
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Derrida1993 Alguém, vocês ou eu, se adianta e diz: eu queria aprender a viver enfim. Mas, por que enfim? Aprender a viver. Estranha palavra de ordem: Quem pode dar lição? A quem? Que isto sirva de lição, mas a quem? Servirá, alguma vez? Saber-se-á alguma vez viver, e, primeiramente, o que quer dizer “aprender a…
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Krell2013 Derrida invoca uma frase misteriosa, que ele diz guiará o seminário como um todo, transformando-o em uma espécie de romance: “Os animais não estão sozinhos.” A frase, que também poderia ser traduzida como “Os animais não são solitários”, parece se perder em algum momento do caminho, pelo menos como um leitmotif para o “romance”.…
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Derrida, J. (1985a), “Des Tours de Babel,” trans. J. Graham, in J. Graham (ed.), Difference in Translation, 165–207, Ithaca: Cornell University Press. […] quando se trata de tradução “propriamente dita”, os outros usos da palavra “tradução” estariam em posição de tradução intralíngua e inadequada, como metáforas — em suma, como torções ou voltas da tradução…
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(Derrida2010) Ne fût-ce que le courage de sa peur. Comment entendre ça, le courage de sa peur ? Car de même que le pardon ne peut par [215] donner que l’impardonnable, ce qui paraît à la fois impossible et prescrit par le concept même du pardon, de même le courage ne peut être que le…
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(JDPensar) O nada não está, pois, no ser; ele não é tampouco coisa do ser. Seu modo de ser é o assombramento, presença-ausência; é necessário que o nada assombre o ser para que a negação seja possível. Mas como o nada não é, isto é, não é em si, ele é nadificado, ele era (est…
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(JDA) Les questions de l’éthique et de l’altération sont évidemment très fondamentales, mais d’autres avaient été posées aussi… Il semble qu’on ne puisse pas sortir d’ici ce soir sans avoir répondu à l’interpellation sur l’éthique. Je ne veux pas répondre à cette question, je vais, pour ruser un peu, y répondre sous la forme où…
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No interior de um discurso clássico de seminário, ou seja, de um discurso teórico, filosófico, constativo, de um discurso de saber, e mesmo de uma reflexão filosófica política, portanto, uma das questões poderia ser anunciada assim: o que aconteceria se, por exemplo, o discurso político, e mesmo a ação política que se integra a ele…
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— Imagine alguém que cultivasse o francês. Isto que se chama francês. E que o francês cultivaria. E que, sendo um cidadão francês, seria, portanto, um sujeito, como dizemos, da cultura francesa. E um dia esse sujeito da cultura francesa viria até você e diria, por exemplo, em bom francês: “Só tenho uma língua, não…
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Mesmo que palavras como “crime contra a humanidade” façam agora parte da linguagem quotidiana. Este acontecimento foi, ele próprio, produzido e autorizado por uma comunidade internacional numa data específica e de acordo com um padrão específico da sua história. Uma história que se entrelaça, mas não se confunde, com a história de uma reafirmação dos…
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Por isso, arrisco-me a fazer esta proposta: sempre que o perdão serve um objetivo, por mais nobre e espiritual que seja (redenção, reconciliação, salvação), sempre que visa restabelecer a normalidade (social, nacional, política, psicológica) através do trabalho de luto, através de uma qualquer terapia ou ecologia da memória, então o “perdão” não é puro —…
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No § que se segue [em GA29-30] à confissão sem confissão, e ao compromisso de se afastar da Täuschung a propósito da Täuschung em Sein und Zeit, Heidegger sublinhará sucessivamente, colocando-as em itálico, as palavras “Möglichkeit” (possibilidade) e “Vermögen” (poder, faculdade, etc.). A raiz comum, Mögen, de que já falamos longamente, autoriza esta transição, mesmo…
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Cada vez que se encontra a palavra “espírito” nesse contexto e nessa série, dever-se-ia assim, segundo Heidegger, reconhecer aí a mesma indiferença: não só quanto à questão do ser em geral [28] mas quanto à do ente que somos, mais precisamente, quanto a esta Jemeinigkeit, este sempre-ser-meu do Dasein que não remete, de início, a…
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[…] Heidegger que diz, eu lembro, em Introdução à metafísica, que não é senão tardiamente, depois do acontecimento (Geschehnis), depois da aparição consciente, ciente, sapiente (die wissende Erscheinung des Menschen als des geschichtlichen) do homem como homem historial, que não foi senão depois dessa acontecimentalidade historial, e, portanto, tardiamente, que se definiu (Heidegger coloca a…
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Mais interessante ainda para nós, nesse contexto, seria o modo como Heidegger, no mesmo movimento interpretativo — e a interpretação do logos também é uma espécie de exercício de [454] força ou de violência, de Gewalt —, [o modo como Heidegger] situa e interpreta o conceito cristão de logos no Novo Testamento, aquele mesmo que…
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Que se chama então de espírito, Geist? No Sein und Zeit, trata-se, de início, de uma palavra cujo significado permanece mergulhado numa espécie de obscuridade ontológica. Heidegger o recorda e pede, quanto a isto, a máxima vigilância. Essa palavra remete a uma série de significados que têm um traço comum: opor-se à coisa, à determinação…
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Gaboriau1965 Uma reivindicação comum da loucura é constituir-se como uma autorização em oposição à razão, e acusar a razão de a ter expulsado, de a ter encerrado noutro lugar e, portanto, de nada compreender dela. A loucura, falando por si, exige a sua própria linguagem, a sua própria autonomia, a sua própria lei ao pé…