(Bornheim1967)
O acme da existência de Empédocles é situado por volta de 450 a.C. Tanto sua vida como sua doutrina tiveram enorme repercussão. Natural de Agrigento, membro de uma família influente, sabe-se que Empédocles participou ativamente na preservação da democracia em sua cidade natal e que recusou-se a assumir as funções de rei. A lenda de que terminou banido e que morreu como exilado no Peloponeso é possivelmente falsa. Outra lenda, de que se teria suicidado, jogando-se na cratera do Etna, também não tem fundamento histórico. Consta ainda que teria libertado uma cidade da malária, e que por isto os seus habitantes o homenageavam como a um deus; mas parece que êste e outros relatos sobre a sua existência não passam de lendas.
De seus dois poemas, Sobre a Natureza e Purificações, numerosos fragmentos chegaram até nós. Supõe-se que tenha sofrido forte influência dos eleatas e dos pitagóricos. O frag. 17 é o que melhor permite compreender a sua doutrina; nele, refere-se ao processo de geração e corrupção, e apresenta as suas teorias tingidas em perspectivas parmenídicas. Há quatro elementos originais, e estes elementos compõem a formação de todos os entes: fogo, terra, água e ar (sobre os elementos: frags. 6, 8, 9, 11, 12, IS, 14, 17, 26, 62, 96, 98). Estes elementos e todo o processo do real são determinados pelas forças do Amor e do Ódio, que regem, ciclicamente, o cosmos (sobre o Amor e o Ódio: frags. 16, 17, 20, 21, 22, 30, 35, 59). Coerente com estas opiniões e de grande repercussão é também a explicação que dá Empédocles ao conhecimento e ao processo do pensamento (conforme os frags. 2, 3, 84, 105, 106, 107, 108, 109).