Algumas reflexões sobre o pensamento de Platão
Dizemos que os actos (coisas) são justos e bons, e que a justiça e a verdade não existem?
Poderão os actos justos, as boas acções preceder a justiça, a bondade?
— Vejamos agora que ou estes actos são assim em si próprios, justos e bons; ou apenas são justos e bons relativamente, apenas enquanto como tal são apercebidos, quer dizer, ou é a humana mente ou a humana organização que os produz (pelo menos em colaboração com o objecto). Se os (...)
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Pessoa, Fernando (1888-1935)
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Fernando Pessoa: A Filosofia de Platão
27 de setembro, por Cardoso de Castro -
Pessoa (LD:PLV80/149) – homem
12 de agosto de 2020, por Cardoso de CastroExcerto de PESSOA, Fernando. Livro(s) do Desassossego. São Paulo, 2017 (edição digital, formato epub)
Muitos têm definido o homem, e em geral o têm definido em contraste com os animais. Por isso, nas definições do homem, é frequente o uso da frase “O homem é um animal...” e um adjectivo, ou “O homem é um animal que...” e diz-se o quê. “O homem é um animal doente”, disse Rousseau, e em parte é verdade. “O homem é um animal racional”, diz a Igreja, e em parte é verdade. “O homem é um (...) -
Pessoa (TF1:36-39) – um ente é...
12 de agosto de 2020, por Cardoso de CastroPESSOA, Fernando. Textos Filosóficos I. Estabelecidos e prefaciados por António de Pina Coelho. Lisboa: Edições Ática, 1968, p. 36-39
[dact.] [1924?]
Um ente, ou Eu, qualquer existe essencialmente porque se sente, e sente-se porque se sente distinto de outro, ou de outros.
Cada ente, visto que é o que é por natureza, e por natureza sente que o é, tende a sentir-se o que é o mais completamente possível; e, como o que se sente, o sente através de distinguir-se dos outros, e, portanto, (...) -
Pessoa [OC6] – O PROVINCIANISMO PORTUGUÊS
27 de julho de 2020, por Cardoso de CastroExcerto de PESSOA, Fernando. Obras Completas (box completo - ebook)
Se, por um daqueles artifícios cômodos, pelos quais simplificamos a realidade com o fito de a compreender, quisermos resumir num síndroma o mal superior português, diremos que esse mal consiste no provincianismo. O fato é triste, mas não nos é peculiar. De igual doença enfermam muitos outros países, que se consideram civilizantes com orgulho e erro.
O provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar (...) -
Pessoa (LD:162) – o homem de ação
26 de julho de 2020, por Cardoso de CastroPESSOA, Fernando. Livro(s) do Desassossego. São Paulo, 2017 (edição digital, formato epub)
O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade. A qualidade principal na prática da vida é aquela qualidade que conduz à acção, isto é, a vontade. Ora há duas coisas que estorvam a acção — a sensibilidade e o pensamento analítico, que não é, afinal, mais que o pensamento com sensibilidade. Toda a acção é, por sua natureza, a projecção (...) -
Ávaro de Campos: Viver é desencontrar-se consigo mesmo
24 de maio de 2020, por Cardoso de CastroUsas um vestido Que é uma lembrança Para o meu coração. Usou-o outrora Alguém que me ficou Lembrada sem vista. Tudo na vida Se faz por recordações. Ama-se por memória. Certa mulher faz-nos ternura Por um gesto que lembra a nossa mãe. Certa rapariga faz-nos alegria Por falar como a nossa irmã. Certa criança arranca-nos da desatenção Porque amamos uma mulher parecida com ela Quando éramos jovens e não lhe falávamos. Tudo é assim, mais ou menos, O coração anda aos trambulhões. Viver é (...)
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Pessoa: Tabacaria
7 de agosto de 2014, por Cardoso de CastroNão sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a (...) -
Pessoa: Ciência Oculta
1º de agosto de 2014, por Cardoso de CastroFragmentos dos escritos do espólio de Fernando Pessoa, organizado por Pedro T. Mota, sobre o tema «ROSEA CRUZ».
129A.(m)
Da identidade do esotericismo rosa-cruz com a Gnose não pode haver dúvida.
Nos livros dos Rosa-Cruz nós encontramos todas as afirmações que o neoplatonismo cristão continha, tanto as místicas, como as políticas. Os livros representativos do esoterismo rosa-cruz, a par do seu misticismo simbolista, fusão do emanacionismo neoplatônico e da Kabbala judaica, (...) -
Pessoa: O bem e o mal
1º de agosto de 2014, por Cardoso de CastroFragmentos dos escritos do espólio de Fernando Pessoa, organizado por Pedro T. Mota, sobre o tema «ROSEA CRUZ».
54-5 (dt)
Conhece, disse ele, que, porque tudo que está em baixo é como o que está em cima, assim no oculto há uma politica, como a nossa politica terrestre e material; que há uma diplomacia transcendente. O ocultismo, que por símbolos e sombras, temos, não é a expressão de uma verdade, mas de uma opinião transcendente. O caminho verdadeiro da Verdade só se vê quando (...) -
Pessoa: Os herméticos
1º de agosto de 2014, por Cardoso de CastroFragmentos dos escritos do espólio de Fernando Pessoa, organizado por Pedro T. Mota, sobre o tema «ROSEA CRUZ».
53B-33 (m)
R.-C. ... ou Bacon — Shakespeare
3 ordens da R. Cruz:
(1) a interior, oculta,...; que tem os segredos grandes; que ninguém conhece; que sabe os símbolos supremos.
(2) as esotéricas, que escrevem (R. Fludd); que sabem os símbolos secundários, mas ainda assim compreendendo-lhe de certo modo o alcance; e aqueles atos supremos-alquimia, prolongamento (...)