Página inicial > Palavras-chave > Escritores - Obras > Francis Wolff
Francis Wolff
FRANCIS WOLFF (1950)
Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
WOLFF, Francis. Dire le monde. Paris: PUF, 1997
WOLFF, Francis. Nossa Humanidade. De Aristóteles às neurociências. Tr. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora UNESP, 2011
Matérias
-
Francis Wolff (2011:10-13) – definições do humano, dependentes de exigências epistemológicas
23 de novembro, por Cardoso de Castro
Partamos não mais das teorias e práticas científicas, mas das definições filosóficas do homem. Perguntemos quais são as mais comuns e as mais influentes da História. Da Antiguidade chegou até nós a ideia de que o homem é um “animal racional”, isto é, um organismo vivo distinto de todos os outros, porque dotado de logos (linguagem? razão?). Essa ideia, que tem origem na filosofia de Aristóteles, encontrou de que se alimentar e se desenvolver no Estoicismo, depois atravessou os séculos, passou (…)
-
Francis Wolff (2011:41-44) – ciências da natureza
23 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
A situação do homem na natureza e no mundo permite-lhe ser o mais conhecido dos seres da natureza, mas também poder conhecê-la. É o ser [42] natural mais bem conhecido, mas também o único que conhece naturalmente. Não que Aristóteles se interesse pelo problema “transcendental” do sujeito do conhecimento, ou seja, pela pergunta “Já que é possível a Física, que se deve supor acerca da essência de seu sujeito, separado de seu objeto?”. Não, pois o olhar lançado ao homem é sempre objetivo, (…)
-
Francis Wolff (2011:7-9) – como defines o homem?
8 de setembro, por Cardoso de Castro
Um belo dia, no fim do século passado, o homem mudou. Considerado à luz da Psicanálise ou da Antropologia Cultural havia cerca de trinta anos, estava sujeito ao peso das estruturas, era determinado pelas condições sociais e familiares, governado por desejos inconscientes, dependente da história, da cultura e da língua. Era, em suma, um “sujeito sujeitado”. Esse homem das Ciências Humanas e Sociais que, em meados do século, florescia no paradigma estruturalista de Lévi-Strauss, Benveniste ou (…)
-
Wolff (1997:7-9) – Fazer Mundo
17 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
Mas, se pensarmos bem, “fazer um mundo” não é apenas uma propriedade de certos objetos, mas também uma forma de pensar sobre outros. A consciência ou a linguagem fazem mundo, mas o pensamento pode fazer mundo com outros objetos: é então uma certa maneira de o pensamento se apoderar deles, de os instalar numa posição que os torna consubstanciais a si próprio, de modo a que não possa estar sem eles ou encontrá-los por todo o lado como uma imagem de si próprio — da forma como está (…)
-
Wolff (1997:5-7) – Linguagem e Mundo
2 de setembro, por Cardoso de Castro
É banal e é verdade dizer que a linguagem não é um objeto filosófico como os outros. A linguagem não pode ser apenas um objeto de análise, porque é sempre ao mesmo tempo seu meio. É possível filosofar sobre a percepção com os olhos fechados, mas impossível saber o que é a linguagem sem nada dizer. Nada é pensado distintamente e, logo nem a linguagem, sem a linguagem, que é sempre capturada em suas próprias redes. Pode até ser quimérico querer saber o que é em si, já que só a conhecemos (…)