A. Sérgio
Abstraindo das especiais doutrinas que foram por Kant sustentadas, é muito comum entre os filósofos o considerar o que é a priori como sendo mental em certo sentido, como algo que mais diz respeito à maneira como devemos pensar que a qualquer dos fatos do mundo externo. [...] É natural a maneira de ver que levou as pessoas a adotar tal nome [«leis do pensamento»]; mas há fortes razões, a despeito disso, para que nós pensemos que ele é errôneo. Para exemplo, tomemos o princípio de (…)
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Modernidade
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Russell (PF) – Crítica do Apriorismo
22 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Wolff (DM:5-6) – Linguagem e Mundo
17 de outubro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
É banal e é verdade dizer que a linguagem não é um objeto filosófico como os outros. A linguagem não pode ser apenas um objeto de análise, porque é sempre ao mesmo tempo seu meio. É possível filosofar sobre a percepção com os olhos fechados, mas impossível saber o que é a linguagem sem nada dizer. Nada é pensado distintamente e, logo nem a linguagem, sem a linguagem, que é sempre capturada em suas próprias redes. Pode até ser quimérico querer saber o que é em si, já que só a (…) -
Francis Wolff (NH:8-9) – como defines o homem?
17 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroNo fundo, é o que afirmava Kant. Para ele, as interrogações humanas fundamentais são as seguintes: “O que posso saber? (questão metafísica); “O que devo fazer?” (questão moral); “O que posso esperar?” (questão religiosa). Todas elas dependem, porém, de uma quarta: “O que é o homem?” Com efeito, “poderíamos, no fundo, reduzir as outras à questão antropológica, pois as três primeiras estão vinculadas à última”.Kant, Logique, p.25. Responder à questão do homem seria, por assim dizer, a melhor (…)
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Lovejoy (GCS:34-35) – filosofia outra-mundana
17 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroTal é o credo comum na filosofia outra-mundana; ele é suficientemente familiar, mas devemos tê-lo explicitamente perante nós como plano de fundo contrastante para o que se segue. Este é um tipo persistente e que foi, de uma forma ou de outra, a filosofia oficial dominante de grande parte da humanidade civilizada ao longo da maior parte de sua história, não preciso aqui recordar. A maior parte das mentes especulativas mais sutis e dos grandes mestres religiosos se engajou, à sua própria (…)
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Lovejoy (GCS:35-38) – outra-mundanidade metafísica
17 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroAldo Fernando Barbieri
Mas os efeitos sociais e políticos da outra-mundanidade, embora sejam um tema rico e interessante, não nos dizem respeito aqui, a não ser como um lembrete de que a outra-mundanidade, na prática, sempre foi obrigada a estabelecer boas relações com este mundo e frequentemente serviu como instrumento a fins estranhos a seus princípios. É de sua própria natureza como um modo de pensamento e sentimento humano e, sobretudo, pelos motivos filosóficos que lhe fornecem seus (…) -
Lovejoy (GCS:32-34) – outra-mundanidade e esta-mundanidade
17 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroAldo Fernando Barbieri
O mais fundamental do grupo de ideias cuja história vamos rever aparece primeiro em Platão; e praticamente tudo o que se segue pode, portanto, servir como uma ilustração de uma célebre observação do Prof. Whitehead, segundo a qual “a mais segura caracterização geral da tradição filosófica europeia é que ela consiste em uma série de notas de rodapé a Platão”. Mas há duas grandes correntes conflitantes em Platão e na tradição platônica. Com relação à fissura mais (…) -
Meillassoux (AF:3-5) – a negação do realismo
15 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroTradução parcial
A tese que defendemos é, portanto, dupla: por um lado, reconhecemos que o sensível só existe como relação do sujeito com o mundo; mas, por outro lado, mantemos que as propriedades matematizáveis do objeto estão isentas da restrição de tal relação e que estão efetivamente no objeto da maneira como as concebo, se estou em relação a esse objeto ou não. Mas antes de prosseguirmos para justificar esta tese, é necessário entender em que sentido isso pode parecer absurdo para um (…) -
Lewinter: Isso e eu
15 de setembro de 2021, por Cardoso de Castronossa tradução
I. Por causa de si entendo aquilo cuja essência envolve existência, ou seja, aquilo cuja natureza não pode ser concebida senão existente.
III. Por substância entendo aquilo que é em si e é concebido por si, isto é, aquilo cujo conceito não precisa do conceito de outra coisa a partir do qual deva ser formado.
IV. Por atributo entendo aquilo que o intelecto percebe da substância como constituindo a essência dela.
V. Por modo entendo afecções da substância, ou seja, (…) -
Ponczek: livre arbítrio
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroAo contrário de Schopenhauer, que faz da vontade o pilar numênico de seu sistema filosófico, vendo-a como a coisa-em-si, Spinoza a considera tão-somente como uma ideia persistente que “ocupa o espaço mental”. Assim como dois corpos não podem ocupar a mesma extensão do espaço, as ideias, obedecendo à mesma ordem e conexão das coisas materiais, também se excluem momentaneamente podendo, a que prevalecer, associar-se à ação, devido a sua persistência.
Spinoza tampouco considera a vontade como (…) -
Blaise Pascal (1623-1662)
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBlaise Pascal nasce em 1623 e morre, antes de completar os quarenta anos, em 1662. Sua vida precoce, atormentada e genial é bem conhecida. Suas descobertas matemáticas, suas polêmicas teológicas, sua relação com os jansenistas franceses, determinam sua figura, especialmente interessante e enigmática. Por outro lado, sua paixão, seu apelo ao que chama "coeur", seu caráter de pensador agônico, como dizia Unamuno, deram-lhe um atrativo extraordinário, não sem o risco de certa equivocidade. A (…)