“Falo de instinto quando algum juízo (gosto [Geschmack] em seu mais baixo degrau) é incorporado (einverleibt); de modo que ele agora excita espontaneamente a si mesmo, e não precisa mais esperar por estímulos. Ele tem seu crescimento por si, e por consequência também seu senso de atividade (Thätigkeits-Sinn) impelindo para fora. Estágio intermediário: o semi-instinto, que só reage a estímulos, e além disso é morto”.
Nietzsche tem em vista, portanto, um campo semântico muito amplo, no (...)
Página inicial > Modernidade
Modernidade
-
Giacóia (2021:61-62) – instinto e pulsão
27 de fevereiro, por Cardoso de Castro -
Giacóia (2021:53-56) – hiperdesenvolvimento da consciência
27 de fevereiro, por Cardoso de CastroA este respeito, analogia entre as posições de Nietzsche e Dostoiévski mal pode ser exagerada: o hiperdesenvolvimento da consciência (apanágio do europeu moderno) é uma doença. Justamente em razão do extremo desenvolvimento de sua consciência, o homem culto do século XIX é um ente abstrato, diretamente deduzido do plano das ideias, como que destilado de um alambique. Exatamente por isso, ele é incapaz de agir de modo espontâneo, já que está condenado, por seus escrúpulos de consciência, a (...)
-
Giacóia (2021:29-32) – afetos e sua terapia
27 de fevereiro, por Cardoso de CastroAffectus é o participio passado do verbo afficêre — que significa impressionar, produzir uma impressão, uma paixão (πατός), afetar. Vincula-se, assim, ao domínio semântico de αίσθηση — αισθητική, designando a sensibilidade, a sensação, a capacidade de sofrer afecções. Essa última é a acepção empregada por Kant na Estética Transcendental da Crítica da Razão Pura. [...]
Mas o que se deve compreender, propriamente, por afeto? Em geral, o termo designa sentimento, sensação, carga emocional (...) -
Giacóia (2021:32-34) – sentimentos e afetos
27 de fevereiro, por Cardoso de Castro“‘Mas, se tudo é necessário, como posso eu dispor de minhas ações’? O pensamento e a crença são uma gravidade que, ao lado de todos os outros pesos, exercem pressão sobre ti e mais do que eles. Tu dizes que o alimento, o lugar, o ar, a sociedade te modificam e determinam? Ora, tuas opiniões fazem-no ainda mais, pois elas te determinam a esse alimento, lugar, ar, sociedade. — Se tu incorporas o pensamento dos pensamentos, então ele te transformará. A [32] propósito de tudo, a pergunta: (...)
-
Giacóia (2021:9-10) – consciência moral (Gewissen)
26 de fevereiro, por Cardoso de CastroA Psicologia do ressentimento é um dos temas mais instigantes da filosofia madura de Nietzsche; situa-se no centro de sua Genealogia da Moral (GM) e é, por certo, amplamente considerado pela fortuna crítica. Um percurso pelo fértil campo de questões que o cerca exige a explicitação prévia do conceito de Gewissen (consciência moral), cuja derivação genealógica constitui um dos pontos nevrálgicos de Para a Genealogia da Moral (Zur Genealogie der Moral, doravante GM). Opto pela tradução do (...)
-
Schopenhauer (MVR1): ato da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroOs sistemas que partem do objeto sempre tiveram o mundo intuitivo inteiro, e sua ordenação, como problema; contudo, o objeto que tomam como ponto de partida nem sempre é este mundo, ou seu elemento fundamental, a matéria: antes, é possível fazer uma classificação de tais sistemas conforme as quatro classes de objetos possíveis estabelecidas no meu ensaio introdutório. Assim, pode-se dizer que, da primeira daquelas classes, ou do mundo real, partiram Tales e os jônicos, Demócrito, Epicuro, (...)
-
Schopenhauer (MVR1): essência da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroDessa forma, o duplo conhecimento, dado de dois modos por completo heterogêneos e elevado à nitidez, que temos da essência e fazer-efeito de nosso corpo será em seguida usado como uma chave para a essência de toda aparência na natureza; assim, todos os objetos que não são nosso corpo, portanto não são dados de modo duplo, mas apenas como representações na consciência, serão julgados exatamente conforme analogia com aquele corpo; por conseguinte, serão tomados, precisamente como ele, de um (...)
-
Schopenhauer (MVR1): atos da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de Castro20. A VONTADE, como foi dito, dá sinal de si primariamente nos movimentos voluntários do corpo como a essência em si deles, isto é, como aquilo que o corpo é tirante o fato de ser objeto de intuição, representação. Os movimentos do corpo não passam da visibilidade dos atos isolados da vontade, surgindo imediata e simultaneamente com estes, com os quais constituem uma única e mesma coisa, diferenciando-se apenas pela forma da cognoscibilidade que adquiriram ao se tornarem representação. (...)
-
Schopenhauer (MVR1): vontade humana
25 de janeiro, por Cardoso de Castro22. Essa COISA EM SI, que enquanto tal jamais é objeto, porque todo objeto é apenas sua aparência e não ela mesma, se pudesse ser pensada objetivamente, teria de emprestar nome e conceito de um objeto, de algo dado de certa forma objetivamente, por consequência de uma de suas aparências: esta, contudo, em apoio à compreensão, não poderia ser outra coisa senão a mais perfeita dentre suas aparências, isto é, a mais nítida, a mais desenvolvida, imediatamente iluminada pelo conhecimento: (...)
-
Schopenhauer (MVR1): aparência da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroO sujeito que conhece é indivíduo exatamente em sua referência especial a um corpo que, considerado fora de tal referência, é apenas uma representação igual a qualquer outra. No entanto, a referência em virtude da qual o sujeito que conhece é INDIVÍDUO se dá exclusivamente entre ele e uma única de suas representações; daí, portanto, não estar consciente dessa única representação apenas como uma mera representação, mas ao mesmo tempo de modo inteiramente outro, vale dizer, como uma vontade. (...)