BATESON, Gregory. Steps to an ecology of mind. London: Jason Aronson, 1987. (Capítulo 1.4)
tradução
Molière, há muito tempo, retratou um exame de doutorado oral em que os doutos doutores pedem ao candidato que diga a “causa e razão” por que o ópio faz as pessoas dormirem. O candidato responde triunfantemente em latim macarrônico: “Porque há nele um princípio dormitivo (virtus dormitiva)”.
Caracteristicamente, o cientista confronta um sistema interativo complexo – neste caso, uma interação entre o (...)
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Ciência e Técnica
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Bateson (SEM:C1.4) – indução científica
18 de março de 2022, por Cardoso de Castro -
de Castro: morfologia
10 de março de 2022, por Cardoso de Castro[de Castro, Tese de Doutorado em Geografia, UFRJ 1999]
A morfologia ganha uma nova aplicação como critério classificatório, não valorizada na visão original de Goethe, da qual se utilizou Humboldt (é controvertida a dependência que Humboldt pode ter tido de Goethe). Como muito bem nos esclarece a filósofa Maria Filomena Molder :
Com efeito, um dos nós centrais dos estudos naturais e estéticos de Goethe diz respeito a constituição de uma linguagem teórica, adequada à contemplação e descrição do (...) -
de Castro: medium
15 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro[de Castro. Tese de Doutorado em Geografia, UFRJ, 1999]
As coisas que existem estão religadas entre si por elementos intermediários; nada está isolado, cada coisa é apoiada por outra e, ao mesmo tempo, apoia outra. O meio se apresenta também, desta maneira, como um liame entre imaterial e material, entre númeno e fenômeno. Este meio tem afinidades com ambos. Em todas as suas produções, a natureza tem algo pelo qual a coisa é produzida, um meio com o qual ela produz, um recipiente ou forma onde se (...) -
de Castro: ente e representação
8 de janeiro de 2022, por Cardoso de CastroHeidegger toma o termo “metafísica” num sentido bastante particular e determinado, que só pode ser esclarecido pela totalidade de sua filosofia. Em termos bastantes simplificados, como nos indica Ladrière , a “metafísica” é, para Heidegger , uma determinada interpretação do ente e uma determinada concepção da verdade.
Para Ladrière, o que Heidegger chama de “ente”, em conformidade com toda a tradição filosófica ocidental, é tudo aquilo que de uma maneira ou de outra pode servir de sujeito ao verbo “ser” na (...) -
Byung-Chul Han (EPD) – óculos de dados
17 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroQuem ou o quê dita aquilo que se vê? O filósofo Byung-Chul Han, fala brevemente sobre os "óculos de dados", mas a metáfora da figura abaixo pode ter maiores e mais profundas considerações...
BYUNG-CHUL HAN. No enxame : perspectivas do digital. Tr. Lucas Machado. Petrópolis: Vozes, 2018 (epub)
Os caçadores digitais de informação estarão sempre andando com os seus Google Glass. Esses óculos de dados substituem as lanças, os arcos e as flechas dos caçadores paleolíticos. O Google Glass liga o olho humano (...) -
Hume (IEH:53-61) – causa e efeito
15 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroHUME, David. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Editora UNESP, 2004, Seção 4, Parte I
português
1 Todos os objetos da razão ou investigação humanas podem ser naturalmente divididos em dois tipos, a saber, relações de ideias e questões de fato. Do primeiro tipo são as ciências da geometria, álgebra e aritmética, e, em suma, toda afirmação que é intuitiva ou demonstrativamente certa. Que o quadrado da hipotenusa é igual ao quadrado dos dois lados é uma (...) -
de Castro: da matematização da natureza à naturalização da matemática
13 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroTexto produzido durante a construção da Tese de Doutorado em Geografia, parcialmente utilizado pelo texto da tese.
Como muito bem coloca Merleau-Ponty: “Não foram as descobertas científicas que provocaram uma mudança na ideia de Natureza. Foi a mudança na ideia de Natureza que permitiu estas descobertas. Foi desta forma que uma concepção qualitativa do Mundo, impediu Kepler de admitir a lei da gravitação universal. Faltou a ele substituir, à Natureza dividida em regiões qualitativamente distintas, (...) -
de Castro: constituição/instituição do objeto-técnico informacional-comunicacional
12 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroUma tentativa de aproximar e articular o pensamento de Heidegger e o de Raymond Abellio, em sua fenomenologia da estrutura absoluta.
Uma tecnologia informacional-comunicacional (TIC), baseada em algum dispositivo computacional, a exemplo de qualquer tecnologia, se constitui através de um processo. A exemplo de qualquer processo, também percorre etapas para sua constituição. Não apenas aquelas etapas mais explícitas e visíveis, consagradas pelos engenheiros e técnicos em suas metodologias de (...) -
Fourez (CC:117-125) – do pré-paradigmático ao paradigmático
11 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroFOUREZ, Gérard. A Construção das Ciências. Tr. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: EDUSP, 1985, p. 117-125
Ciência normal e revolução científica
Ao introduzir o conceito de paradigma como conjunto de regras e de representações mentais e culturais ligadas ao surgimento de uma disciplina científica, Thomas S. Kuhn valorizou as decisões (muitas vezes não-intencionais, não-racionais, mas não se devendo ao acaso ou sendo irracionais) pelas quais uma disciplina toma sua forma histórica. Ao introduzir esse (...) -
de Castro: essência da informática na analogia com a alavanca
10 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroCada vez que digo que se poderia substituir tal ou tal representação por tal outra, avançamos um passo para a meta que é de apreender a essência daquilo que é representado. Wittgenstein, Remarques philosophiques.
Falar de essência, informática e analogia, requer algumas notas prévias, para assegurar a justa compreensão do que se está tratando. A “essência de alguma coisa é aquilo que ela é”, sua vigência (do verbo wesen), enquanto aquilo que vige, seu vigor, sua permanência, como afirmou Heidegger (2002), (...)