Extrato da tradução portuguesa de Isabel Braga, Edições 70 A ETIMOLOGIA LATINA E GREGA DA PALAVRA SÍMBOLO Symbola, diz-nos Charles Du Fresne (senhor Du Cange, 1610-1688), designava o ciborium ou a píxide (pyxis) onde eram guardadas as hóstias consagradas. Há um decreto do Parlamento de Paris de 1354 respeitante àqueles que, por «um impulso diabólico», instinctu diabolico, perfurassem o «símbolo» no qual fora colocado o corpo de Cristo. Symbolae corresponde ao grego agapai, «ágapes», no sentido de (...)
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Homero / Ilíada / Odisseia
HOMERO. Ilíada. Tr. Frederico Lourenço. Lisboa: Quetzal Editores, 2019
HOMERO. Odisseia. Tr. Frederico Lourenço. Lisboa: Quetzal Editores, 2018
Porphyry informs us, in his excellent treatise, De Antro Nymph. [TTS vol. 13] that it was the opinion of Numenius, the Pythagorean, (to which he also assents) that the person of Ulysses, in the Odyssey, represents to us a man, who passes in a regular manner, over the dark and stormy sea of generation; and thus, at length, arrives at that region where tempests and seas are unknown, and finds a nation, who
Ne’er knew salt, or heard the billows roar.
Indeed, he who is conscious of the delusions of the present life, and the enchantments of this material house, in which his soul is detained, like Ulysses in the irriguous cavern of Calypso, will, like him continually bewail his captivity, and inly pine for a return to his native country. Of such a one it may be said as of Ulysses (in the excellent and pathetic translation of Mr Pope,)
But sad Ulysses by himself apart.Pour’d the big sorrows of his swelling heart;All on the lonely shore he sate to weep,And roll’d his eyes around the restless deep:Tow’rd the lov’d coast, he roll’d his eyes in vain,Till, dimm’d with rising grief, they stream’d again.Odyssey book v. 103.
Such a one, too, like Ulysses, will not always wish in vain for a passage over the dark ocean of a corporeal life, but by the assistance of Mercury, who may be considered as the emblem of reason, he will at length be enabled to quit the magic embraces of Calypso, the goddess of Sense, and to return again into the arms of Penelope, or Philosophy, the long lost and proper object of his love. [Thomas Taylor ]
Matérias
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Etimologia Simbolo
28 de março -
François Châtelet: Do Mito ao Pensamento Racional
24 de marçoExcertos de François Châtelet (dir.), "História da Filosofia"
A filosofia fala grego. É com razão que se tem repetido isso depois de Heidegger. Ainda assim trata-se de saber qual língua grega. Estamos demasiado acostumados a raciocinar em função das normas sintáticas e semânticas arbitrariamente fixadas numa época relativamente recente. É evidente que a língua de Heráclito não é a mesma que a dos pensadores da época alexandrina; que a transcrição operada por Cícero dos termos e das construções das quais (...) -
Ortega y Gasset: A APARIÇÃO DO "OUTRO"
23 de marçoJosé Ortega y Gasset - O Homem e a Gente Trad. J. Carlos Lisboa Livro Ibero-Americano, 1960 Capítulo IV A APARIÇÃO DO "OUTRO"
IV A APARIÇÃO DO "OUTRO"
Era urgente, para mim, o fazer ver como os "algos" presentes no mundo vital, e que vão constituir os assuntos e importâncias, positivas e negativas, com que nos temos de acomodar, eram puras presenças e compresenças sensíveis, — cores, figuras, ruídos, olores, resistências, etc, — e que essa sua presença atua sobre nós em forma de sinais, indicações, (...) -
Davy Sabedoria Medieval
29 de marçoSABEDORIA MEDIEVAL A gênese e a formação de um vocabulário são sempre providas de uma grande importância. Quando os homens da Idade média utilizam as palavras Sabedoria e Filosofia, eles se servem de termos que, no curso dos séculos, sofreram numerosas mutações sobre um plano histórico fora mesmo do contexto particular no qual se inserem.
sophia - Sophia se encontra desde o começo da literatura grega. Quer se trate de Homero ou de Píndaro, ela designa o exercício de uma arte de ordem manual ou (...) -
O sentido das palavras
24 de marçoEstas palabras provocaron un amplio murmullo y muchos elogios entre los oyentes. Yo, por un momento, como golpeado por un gran púgil, sentí vértigo y quedé perturbado, tanto por lo que él había dicho, como por la aclamación de los demás. Luego, si he de decirte la verdad, para ganar tiempo con el que examinar qué habría querido decir el poeta, me volví hacia Pródico y dirigiéndole la palabra:
– Pródico –le dije–, Simónides es compatriota tuyo; justo es que acudas en su auxilio. Creo que debo pedirte (...) -
Coomaraswamy Cartas
28 de marçoAnanda Coomaraswamy, Tres extractos de cartas Carta a Madre A. C. Ducey (hermana ursulina) - 25 de junio de l945 Querida Madre Ducey, Le agradezco su gentil intención, si bien no pueda probablemente estar de acuerdo sobre el asunto en su totalidad. Con todo, debo decir que atribuir alguna limitación a otra religión con respecto a la nuestra, deriva generalmente de la ignorancia que tenemos acerca de esa otra religión. Por ejemplo, en el Hinduísmo, Dios no es “infinito bien e infinito mal”, sino (...)
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Zeus Quatro
28 de marçoQUATRO FASES — QUATRO ZONAS Excertos de «O SENTIDO DE ZEUS» de Jaa Torrano
Na primeira fase contam-se quatro Divindades primordiais: Caos, Terra, Tártaro "no fundo da Terra" e Eros. Caos e Eros são princípios dinâmicos substanciais que presidem dois modos antí-téticos de procriação: por cissiparidade (Kháos significa "Cissor") e por acasalamento (Éros, "Amor"), e assim ambos são paredros da Terra por ser ela "de todos sede sempre irresvalável". No fundo mé-ôntico da sede sempre irresvalável, Tártaro (...) -
Platão Caverna
29 de marçoExcertos de Eudoro de Sousa, "Horizonte e Complementaridade"
«Agora afigura-te a condição da nossa própria natureza, quanto à relação entre cultura e incultura, da maneira que vai seguir. Representa-te homens que vivem numa espécie de morada subterrânea, em forma de caverna, que tem, em toda a sua largura, uma entrada que abre para a luz do dia; no interior desta morada, desde a infância que estão agrilhoados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que permanecem no mesmo lugar, não veem senão o que está (...) -
Kerenyi: bios e zoe
24 de marçoExcerto de KERENYI, Käroly. Dionysos, Archetypal Image of Indestructible Life. Princeton: Princeton University Press, 1976, p. xxxi-xxxvii
Uma ampla gama de significados está ligada à palavra latina vita e seus descendentes românicos, e à palavra life, assim como o alemão Leben e o escandinavo liv. Em sua linguagem cotidiana, os gregos possuíam duas palavras diferentes que têm a mesma raiz que vita, mas apresentam formas fonéticas muito diferentes: bios (βίος) e zoe (ζωή). Enquanto a língua grega (...) -
Hipias Menor (seleções em português)
24 de marçoExcerto de PLATÃO. Sobre a Inspiração Poética (Íon) e sobre a Mentira (Hípias Menor). Tradução do grego, introdução e notas de André Malta. Porto Alegre: LP&M, 2007.
O Hípias menor, escrito no mesmo início do século IV a.C., vai pôr em prática exatamente isso que o Íon constantemente menciona, mas não exemplifica: a crítica literária. A personagem histórica Hípias, da segunda metade do século V a.C. e presente em outra obra platônica, o Hípias maior (assim chamada por ser mais extensa e complexa), (...) -
Snell: corpo
24 de marçoExcerto resumido de SNELL, Bruno. A Cultura Grega e as Origens do Pensamento Europeu. São Paulo: Perspectiva, 2005, p. 5-8 (versão em inglês).
Segundo Bruno Snell, já Aristarco observava que a palavra σώμα (soma), que mais tarde significará “corpo”, jamais se refere, em Homero, aos viventes: σώμα significa “cadáver”. Mas que palavra usa Homero para indicar o corpo? Aristarco achava que δέμας (démas) seria, para Homero, o corpo vivo. Mas isso só vale para certos casos. Por exemplo, a frase “seu corpo era (...) -
Humano
28 de marçoFILOSOFIA Buzzi - Arcângelo Buzzi: O ser aparece em tudo quanto é. No aparecer se desvela e se vela, se dá e se retrai.
O homem é o lugar onde aparece o ser. Ele se constitui na fluência ou vigência - vigência do ser: emerge, surge, vem à existência, enviado por uma profundidade que se esquiva ao discurso direto.
Aquela profundidade inominável é a autoridade do homem. Está nele sem ser dele. Autoridade é o que o possibilita crescer, humanizar-se. Ele se humaniza, i. é, se constitui em sua identidade e (...) -
Fédon 92a-95a — Exame da concepção de Símias
24 de marçoEntão, falou Sócrates: No entanto, forasteiro de Tebas, é o que terás de fazer, se continuares a dizer que a harmonia é algo composto, e a alma, uma espécie de harmonia resultante da tensão dos elementos constitutivos do corpo. Pois decerto não te permitirás afirmar que a harmonia, sendo um composto, é anterior aos elementos de que é formada. Ou afirmarás isso mesmo?
De forma alguma, Sócrates, respondeu.
E não percebes, continuou, que é justamente o que se dá ,quando declaras que a alma existia antes (...) -
Tao Te Ching
29 de marçoSegundo um dos grandes pesquisadores contemporâneos da tradição chinesa, Max Kaltenmark, o livro atribuído a Lao Tzu tinha por título "Lao Tzu", conforme o hábito que previa para a quase totalidade dos antigos filósofos: assim a obra de Mong K’o é o "Mong Tzu", aquela de Siun K’ing o "Siun Tzu", a de Chuang Tzu, o "Chuang Tzu". O título de Tao Te Ching (Livro Sagrado do Tao e do Te) lhe foi dado sob os Han: o que significa o pôr entre os clássicos confucionistas, os quais desde muito tempo eram os (...)
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Martins Horto II
28 de marçoComo escapar a este doloroso fluir das coisas amadas? Temos uma saída drástica: Destemporalizar-nos! Pensar, amar e realizar a nossa eternidade. Desenraizar-nos deste mundo e caminhar internamente para Deus e para o que não muda, seguindo a nossa vocação essencial de peregrinos, de caminhantes.
E aqui surge a função espiritual da dor, essa mão implacável que nos arranca do mundo e das coisas. Bem-aventurados os cegos, os surdos, os infelizes, porque Deus os livrou das sombras enganadoras e das (...) -
Fédon 111c-113c — Geografia infernal
24 de marçoNas entranhas da terra, por todo o seu contorno notam-se numerosas concavidades, algumas mais profundas e patentes do que esta em que moramos, outras também profundas, porém com entrada mais angusta do que a nossa, havendo, ainda, umas tantas de menor fundura, porém mais largas do que esta. Todas essas regiões se comunicam entre si em muitos lugares por passagens subterrâneas, de largura variável, além de possuírem outras vias de acesso. Muita água corre de uma para outra, como nos grandes vasos, (...)
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Grassi: II. Linguagem semântica arcaica
23 de marçoPoder da Imagem - Impotência da Palavra Racional Ernesto Grassi Trad. Henriqueta Ehlers & Rubens Siqueira Bianchi Livraria Duas Cidades 1978
1. A linguagem da sibila de cumae
Nossas discussões anteriores nos levaram a uma dupla conclusão: a linguagem racional, demonstrativa, explicativa não é originária: ela tem suas raízes na linguagem semântica e referente, que é extraída diretamente da fonte de "sinais" arcaicos. Para descobrir a estrutura dessa linguagem originária e sua relação com a (...) -
Verificação no exemplo do discurso de Lysias
24 de marçoSÓCRATES.—En el discurso de Lisias, que tienes en la mano, y en los que nosotros hemos pronunciado, ¿quieres ver qué diferencia hacemos entre el arte y lo que sólo tiene la apariencia de tal?
FEDRO.—Con mucho gusto, tanto más cuanto que nuestros razonamientos tienen algo de vago no apoyándose en algún ejemplo positivo.
SÓCRATES.—En verdad, es una fortuna la casualidad de haber pronunciado dos discursos muy acomodados para probar que el que posee la verdad puede, mediante el juego de palabras, (...) -
Eliade Orfeu Teogonia
28 de marçoTeogonia e antropologia órficas: transmigração e imortalidade da alma. No século VI, o pensamento religioso e filosófico era dominado pelo problema do Um e do Múltiplo. Os espíritos religiosos da época indagavam de si para si: "Qual é a relação entre cada indivíduo e a divindade à qual se sente aparentado? Como podemos realizar a unidade potencial implícita tanto no homem como no deus?." Durante os orgia dionisíacos, efetuava-se certa união entre o divino e o humano, mas era temporária e obtida pelo (...)
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Ensinamento escrito e ensinamento oral
24 de marçoFEDRO.—Mi querido Sócrates, tienes especial gracia para pronunciar discursos egipcios, y lo mismo los harías de todos los países del universo, si quisieras.
SÓCRATES.—Amigo mío, los sacerdotes del santuario de Zeus en Dodona decían que los primeros oráculos salieron de una encina. Los hombres de otro tiempo, que no tenían la sabiduría de los modernos, en su sencillez consentían escuchar una encina o una piedra, con tal que la piedra o la encina dijesen verdad. Pero tú necesitas saber el nombre y el (...)
Notas
- A Alegoria Filoniana
- A Alma e a Morte
- Ação Educadora
- adelphos
- akrita
- anabasis
- aphesis
- Apologia 34b-35d: Conclusão da defesa
- askesis
- Benedito Schleiermacher
- BQT 174a-178a: Prólogo
- BQT 189d-190c: A humanidade primitiva
- BQT 195a-196b: A natureza do Amor
- BQT 198a-212c: A palavra passa à Filosofia. Sócrates e Diotima
- Branco Sagrado
- Brun: Visão do mundo de Tales
- Burckhardt Simbolos
- Canteins Agitadores
- Coomaraswamy Catarse
- Coomaraswamy Paz