[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 192-195]
Assinalemos na literatura historiográfica os seguintes pontos: 1) para os antigos, todos os pré-socráticos são físicos, isto é, todos teriam escrito livros «acerca da natureza» (peri physeós); 2) quando Aristóteles afirma que a doutrina física de Tales de certo modo depende dos theológoi, quer dizer, daqueles que filosofaram «tomando a Noite como ponto de partida» (arkhê), é claro que (...)
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MITOLOGIA - IMAGINAÇÃO
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Matérias
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Eudoro de Sousa (HCSM:192-195) – Física dos Pré-Socráticos
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Carneiro Leão (FG:109-11) – os primeiros pensadores gregos
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[CARNEIRO LEÃO, Emmanuel. Filosofia Grega I. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 109-111]
2. Não é possível pensar o pensamento dos primeiros pensadores gregos só com os recursos da ciência e da filosofia. Toda historiografia já é sempre uma filosofia da história, quer o saiba ou não. Uma investigação de pensamento, que não pretender negar-se a si mesma como pensamento, tem necessariamente de ser uma restauração da mesma empresa. “Mesma”, no entanto, não diz aqui igual. Diz idêntica nas vicissitudes de (...) -
Plotino - Tratado 27,31 (IV, 3, 31) — Isto que se lembram as almas; a sua saída do corpo (1)
14 de janeiro, por Cardoso de CastroMíguez
31. Pero si la memoria se atribuye a la imaginación, como, según se dice, cada una de las dos almas cuenta con su memoria, habrá dos clases de imaginación. No hay dificultad en entenderlo así cuando estas dos almas se encuentran separadas; más, estando unidas en nosotros en un mismo ser, ¿cómo podría haber aquí dos imaginaciones? Y, si es así, ¿en cuál de las dos imaginaciones se produciría el recuerdo? Porque, si se produce en ambas, tendremos siempre una doble imagen de cada cosa. No digamos que (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:31-33) – Horizonte
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 31-33]
1. Conhecimentos geográficos e astronômicos, acumulados e sedimentados durante mais de vinte séculos de reflexão filosófica e investigação científica, já não nos permitem a vivência primordial do horizonte: por de mais sabemos que a esfera é o estereograma da realidade que se ocultava sob a aparência dos distantes confins do céu e da terra. Mas teriam ficado definitivamente relegados para o (...) -
Platão (Fedro:249b-249d) — Reminiscência das Ideias
8 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroNunes
A alma que não evoluiu e nunca contemplou a verdade não pode tomar a forma humana. A causa disso é a seguinte: a inteligência do homem deve se exercer de acordo com aquilo que se chama Ideia; isto é, elevar-se da multiplicidade das sensações à unidade racional. Ora, esta faculdade nada mais é que a reminiscência das Verdades Eternas que ela contemplou quando acompanhou a alma divina nas suas evoluções. Por isso, convém que somente a alma do filósofo tenha asas: nele a memória, pela sua aptidão, (...) -
Flusser (FCP:C2) – A imagem técnica
15 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroFLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta. Ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Annablume, 2013.
Trata-se de imagem produzida por aparelhos. Aparelhos são produtos da técnica que, por sua vez, é texto científico aplicado. Imagens técnicas são, portanto, produtos indiretos de textos – o que lhes confere posição histórica e ontológica diferente das imagens tradicionais. Historicamente, as imagens tradicionais precedem os textos, por milhares de anos, e as imagens técnicas sucedem (...) -
Plotino - Tratado 27,32 (IV, 3, 32) — Isto que se lembram as almas; a sua saída do corpo (2)
14 de janeiro, por Cardoso de CastroPorphyry, oddly, divides the great treatise here in the middle of a sentence. This may seem rather less odd if we consider that, the sentence is anacohithic: that the point of division marks the transition from the man of middle virtue (symbolised bv Heracles) to the contemplative sage; and that division here enables Porphyry to lay great emphasis on the important question which begins IV. 4 (cp. the way in which Porphyry divides the treatise On Providence, (TIT. 2-3) and the exciting (...)
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Finamore (FinamoreVS:11-20) – Composição, a geração e o destino último do veículo da alma
29 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroFINAMORE, John. Iamblichus and the Theory of the Vehicle of the Soul. Chico: Scholars Press, 1985, p. 11-20 (tradução resumida)
Jâmblico discorda de Porfírio sobre o “veículo da alma” sobre três pontos: a composição, a geração e o destino final.
A composição do veículo seria de uma série de misturas (phyramata) coletadas das esferas celestiais. Jâmblico em seu comentário ao Timeu afirma que o veículo é feito de "pantos tou aitheros" (do éter ele mesmo e não de vários corpos etéreos) e que este éter tinha (...) -
Carneiro Leão (FG:111-114) – Os Pré-socráticos e as Tragédias
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[CARNEIRO LEÃO, Emmanuel. Filosofia Grega I. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 111-114]
Não apenas os beócios é que não pensam. Os próprios atenienses renunciaram ao pensamento quando em Sócrates, Platão e Aristóteles a filosofia inaugurou sua avalanche histórica. Para Hegel, a filosofia é uma época concentrada em pensamentos. Para os primeiros pensadores, pensar é acordar o não pensado, acionar a inércia de pensamento de uma tradição histórica. E o que fizeram recuperando a tragédia da poesia e (...) -
Barbuy: A Nação e o Romantismo
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 259-291
1. A exposição que se vai seguir foi reconstituída de notas de aulas ministradas na Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae”, da Universidade Católica de São Paulo, bem como de uma conferência pronunciada no Centro de Estudos Sociais e Políticos. Nesta última, procurei demonstrar, em síntese, que existem três espécies de nacionalismo: o Romântico, o Burguês e o Dialético ou comunista. Não podendo estender (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:110-112) – mundo é uma caverna
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 110-112]
64. Para o daimon de Empédocles, o mundo é uma caverna: já acenamos para a novidade da cifra, na codificação filosófica do mistério do horizonte. Mas a Caverna passa por ser o mais notável e a mais notada «ilustração» da gnosiologia platônica. Já lemos copiosas páginas (por exemplo, Zepf; cf. A. J. Festugière, La révélation d’Hermes Trismégiste, vol. II, «Le Dieu Cosmique», Paris, 1949, com (...) -
Matgioi (VM:38-47) – o dragão
23 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroMATGIOI. La Voie métaphysique. Paris: Éditions traditionnelles, 1980, p. 38-47
RESUMO DO CAPÍTULO IV - OS SÍMBOLOS DO VERBO Os "Grafismos de Deus" estabelecidos com uma preocupação de síntese universal no pensamento e com um rigor matemático na execução são considerados pelos comentadores dos Livros Tradicionais, como a chave de todas as ideias e de todas as situações humanas, como o exórdio e o fim de todas as ciências, e como o arcano onde se deve buscar ao mesmo tempo a explicação de tudo que é (...) -
Octavio Paz – TODOS SANTOS, DÍA DE MUERTOS
2 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroPAZ, Octavio. Laberinto de la soledad.
LA MUERTE es un espejo que refleja las vanas gesticulaciones de la vida. Toda esa abigarrada confusión de actos, omisiones, arrepentimientos y tentativas —obras y sobras— que es cada vida, encuentra en la muerte, ya que no sentido o explicación, fin. Frente a ella nuestra vida se dibuja e inmoviliza. Antes de desmoronarse y hundirse en la nada, se esculpe y vuelve forma inmutable: ya no cambiaremos sino para desaparecer. Nuestra muerte ilumina nuestra (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:214-219) – mitologia, mito, mítico
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 214-219]
Não que faltem manuais, tratados, dicionários ou enciclopédias especializadas, expondo de maneira mais ou menos resumida ou de modo excessivamente minucioso, o que se deva entender por tal palavra [mitologia]. Mas não há leitor que não perca o pé nesse oceano de erudição (nós o perdemos, lendo o artigo «Zagreus» que W. Fauth escreveu para a REI), ao bem atentar em «histórias» que, no (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:118-123) – interpretação da República VI e VII (504d-517c)
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 118-123]
REPÚBLICA VI e REPÚBLICA VII
68. Só para desentranhar todas as implicações destas poucas páginas da República, necessário seria escrever um livro inteiro. Supondo que não nos tenhamos omitido de ler com a devida atenção nenhum dos mais importantes comentários que constam da bibliografia especializada, digamos, para começar, que só nos ocorre uma excepção (Fergusson) ao quase unânime (...) -
Plotino - Tratado 50,8 (III, 5, 8) — O jardim de Zeus: sequência da interpretação alegórica do Banquete
20 de fevereiro, por Cardoso de CastroCap 8: O jardim de Zeus: sequência da interpretação alegórica do Banquete. — Afrodite é a alma unida a Zeus linhas 1-11: Agora, que representa Zeus? — Para Platão, é um grande soberano e uma causa, a terceira; nele se encontram uma Alma e um Intelecto reais linhas 11-17: Zeus representa portanto o Intelecto e Afrodite a alma; a etimologia do nome de Afrodite a associa à graça (habron) linhas 17-23: Os deuses masculinos correspondem ao Intelecto, as divindades femininas à alma
Míguez
8- Pero, (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:257-258) – mito da separação
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 257-258]
4. CONCLUSÕES, RESUMIDAS, DE STAUDACHER, DIE TRENNUNG VON HIMMEL UND ERDE, TÜBINGEN, 1942 (HC, § 21)
O mito da separação das duas grandes regiões cósmicas é universal: Staudacher (1942) descreveu as variantes disseminadas pelo mundo inteiro — tribos africanas, Egipto Antigo, Grécia Moderna, literatura babilónica e judaica, Hurritas e Fenícios, na índia, Sibéria, Ásia Oriental, (...) -
Platão - A República - Livro X (608c-614a) – nova prova da imortalidade da alma
5 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro1 A imortalidade da alma (608c-612a) Demonstração da imortalidade da alma: toda coisa que possui em si um mal tende a ser destruída; inversamente sua excelência própria a preserva. Se uma coisa não é destruída por seu vício de constituição interna, nada o pode. Assim a doença acaba por destruir o corpo. Mas posto que a injustiça – mal interno – não pode vencer a alma, nada – de externo – não o pode. É preciso considerar que a verdadeira natureza da alma aparece quando ela está destacada do corpo e se associa (...)
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Rahner: LE MYSTÈRE CHRÉTIEN ET LES MYSTÈRES PAÏENS (I)
9 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroExtrait de Hugo Rahner, Mythes grecs et mystère chrétien. Payot, 1954
PREMIÈRE PARTIE MYSTERION
CHAPITRE PREMIER
LE MYSTÈRE CHRÉTIEN ET LES MYSTÈRES PAÏENS
« Viens, je vais te montrer le Logos et les mystères du Logos, et je vais te les expliquer en images qui te sont familières (Protreptique XII, 119, 1.) ».
Dans ces mots, extraits du Protreptique de Clément d’Alexandrie, que nous plaçons comme un leit-motiv en tête de nos exposés, s’exprime l’ensemble du problème qui va maintenant nous occuper et (...) -
Plotino - Tratado 27,30 (IV, 3, 30) — A memória depende da faculdade representativa (3)
14 de janeiro, por Cardoso de CastroMíguez
30. Pero, ¿y qué decir del recuerdo de nuestros pensamientos? ¿Hay también una imagen de ellos? Si es verdad que una pequeña imagen acompaña todo pensamiento, su misma persistencia, que vendrá a ser como un reflejo del pensamiento, explicará el recuerdo del objeto conocido; en otro caso, tendríamos que buscar una nueva explicación.
Tal vez sea precisamente la expresión verbal del pensamiento la que deba ser recibida en la imaginación. Porque el pensamiento es algo indivisible y si no se (...)
Seções
Notas
- Alain: Le mythe de la caverne
- Apuleio Eros e Psique
- Borne: Vraies et fausses confidences du Mythe
- Coomaraswamy: le mythe
- Eudoro de Sousa (MHM:181-182) – horizontes da objetividade e da trans-objetividade
- Eudoro de Sousa (MHM:182-183) – símbolo
- Gilis – Le Livre des Chatons des Sagesses (Ibn Arabi - Fusus)
- Hani: L’interprétation allégorique
- Ibn Arabi (SP) – Adão
- Ibn Arabi (SP) – Fusus Adão
- Ibn Arabi (SP) – Fusus Seth
- Ibn Arabi: Fusus
- Kingsley (R) – Aphrodite
- Platão: República X
- Szlezák (Plotino:53-54) – Urano, Cronos e Zeus
- Thomas Taylor – as musas
- Thomas Taylor – Venus - Afrodite