Excerto de CAVAILLÉ, Jean-Pierre. Descartes. A Fábula do Mundo. Lisboa: Instituto Piaget, 1996, p. 15-19
«Mundus est fabula»·, podemos ler este aforismo no retrato de Descartes pintado por Jean-Baptiste Weenix. O mundo é uma fábula. Esta epígrafe parece-nos fornecer uma boa introdução ao mundo de Descartes. O mundo de Descartes: fórmula voluntariamente vaga e equívoca, designando aqui ao mesmo tempo os quadros culturais, sociais e políticos em que a obra cartesiana pôde ser produzida, e a ideia de (...)
Página inicial > Palavras-chave > Categorias > MITOLOGIA - IMAGINAÇÃO
MITOLOGIA - IMAGINAÇÃO
mythe / mito / myth / mythos / mythologie / mitologia / mythology / mitología
Matérias
-
Cavaillé: fábula do mundo
24 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Eudoro de Sousa (HCSM:188-190) – Deus, Homem, Natureza: não-personagens da mitologia
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 188-190]
Se, na verdade alvorece uma época que se há-de caracterizar pela renúncia ao Mito do Homem criador, e não «receptor de cultura», que aceita sem constrangimento o mundo que lhe é dado, os que sempre lhe foram dados por Fulgurações Ofuscantes, temos de admitir a contragosto da nossa incondicionada e incondicionável «vontade de poder», que o transobjectivo, o eminentemente Real envolve (...) -
Plotino - Tratado 50,4 (III, 5, 4) — O Eros das almas individuais
20 de fevereiro, por Cardoso de CastroCap 4: O Eros das almas individuais. — Correlação universal entre a alma e Eros linhas 1-9: Existe um Eros que corresponde a cada uma das almas individuais: é o demônio que acompanha cada vivente particular. linhas 9-18: Relação entre Eros individual e Eros universal: o Eros unitário é ao mesmo tempo plural linhas 19-25: Recapitulação: por toda parte ligado à alma, Eros é a realidade nascida da alma voltada para o bem. É um deus se ele corresponde à alma pura, um demônio se corresponde à alma misturada (...)
-
Ferreira da Silva (TM:101-105) — A nova compreensão do ser
11 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[FERREIRA DA SILVA, Vicente. Transcendência do Mundo. São Paulo: É Realizações, 2010, p. 101-105]
“Introdução à Filosofia da Mitologia”, Revista Brasileira de Filosofia, São Paulo, v. 5, fase. 20, out./dez. 1955, p. 554-566. A pedido do filósofo Ernesto Grassi, este trabalho foi publicado na revista italiana Aut-Aut, em 1956, sob o título: “La Mitologia e l’Esperienza Tropica dell’Essere”.
Como encontramos diversas vezes afirmado nos trabalhos de Heidegger, é necessário renunciar às incitações do ente, (...) -
Bergson (MM:11-14) – imagem do universo
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroBERGSON, Henri. Matéria e Memória. Ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. Tr. Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 11-14
português
Iremos fingir por um instante que não conhecemos nada das teorias da matéria e das teorias do espírito, nada das discussões sobre a realidade ou a idealidade do mundo exterior. Eis-me portanto em presença de imagens, no sentido mais vago em que se possa tomar essa palavra, imagens percebidas quando abro meus sentidos, despercebidas quando os fecho. (...) -
Eros e Psique
28 de março, por Cardoso de CastroExcertos da versão alemã integral de A. Schaeffer, trad. por Zilda Hutchinson Schild
Em certa cidade, havia um rei e uma rainha que tinham três filhas dotadas de extraordinária beleza. Ainda que fossem muito belas, as mais velhas podiam ser celebradas satisfatoriamente pelos elogios dos homens. Mas não havia linguagem humana que pudesse descrever ou pintar a primorosa e majestosa formosura da filha caçula. Atraídos finalmente pelos boatos sobre essa inusitada beleza, muitos burgueses e (...) -
Ferreira da Silva (TM:87-91) — concepção fitomórfica do mundo
11 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[FERREIRA DA SILVA, Vicente. Transcendência do Mundo. São Paulo: É Realizações, 2010, p. 87-91]
“A Experiência do Divino nos Povos Aurorais”, Diálogo, São Paulo, n. 1, ser. 1955, p. 33-38.
Chamamos povos aurorais ou originários àqueles que viveram e ainda vivem o mito como a única e absoluta forma de realidade. Nessa fase da História não se recortou ainda uma Natureza, como sistema legal de fatos físicos, diante de uma esfera sobrenatural e imaterial, refúgio dos valores sagrados. Para essa espécie de (...) -
Plotino - Tratado 50,9 (III, 5, 9) — Teoria do mito
20 de fevereiro, por Cardoso de CastroCap 9: Fim da interpretação alegórica do Banquete. — Teoria do mito e recapitulação linhas 1-23: O jardim de Zeus (sequência): os diversos aspectos da descida do logos se vertendo no Intelecto da alma são representados ao mesmo tempo por Poros, pelo néctar e pelo jardim linhas 24-29: Reflexão sobre o uso dos mitos: seus relatos fragmentam uma unidade conceitual que se deve reconstituir linhas 29-53: Síntese recapitulativa sobre o conjunto das figuras alegóricas: Afrodite corresponde à alma (30-33); (...)
-
Eudoro de Sousa (HCSM:191-192) – mundo mitológico e mundo de homem-natureza
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 191-192]
Que relação haverá entre o mundo mitológico (com tudo o que ele contém, ou continha, num horizonte aparentemente perdido) e o mundo em que existe Deus, o Homem e a Natureza? Esta era a segunda pergunta.
O mundo em que nós vivemos e, sobretudo, aquele que nós pensamos, não parece que ainda seja o mundo da mitologia (a não ser que contemos com aquele que a alguns é dado entrever, por (...) -
Míguez: Tratado 3 (III,1) — Sobre o destino
8 de janeiro, por Cardoso de Castro1. Plotino, el destino y la providencia.
Los tres primeros tratados que reúne la Enéada tercera tienen indudable relación entre sí, aunque para la temática plotiniana el segundo y el tercero presenten una unidad más sólida, que viene confirmada enteramente por su misma sucesión cronológica. El tema del destino, que aparece como pórtico de esta Enéada, entra de lleno en la preocupación filosófica y religiosa de Plotino y nos pone en contacto, a la vez, con las doctrinas más en boga en su tiempo sobre la (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:192-195) – Física dos Pré-Socráticos
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 192-195]
Assinalemos na literatura historiográfica os seguintes pontos: 1) para os antigos, todos os pré-socráticos são físicos, isto é, todos teriam escrito livros «acerca da natureza» (peri physeós); 2) quando Aristóteles afirma que a doutrina física de Tales de certo modo depende dos theológoi, quer dizer, daqueles que filosofaram «tomando a Noite como ponto de partida» (arkhê), é claro que (...) -
Carneiro Leão (FG:109-11) – os primeiros pensadores gregos
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[CARNEIRO LEÃO, Emmanuel. Filosofia Grega I. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 109-111]
2. Não é possível pensar o pensamento dos primeiros pensadores gregos só com os recursos da ciência e da filosofia. Toda historiografia já é sempre uma filosofia da história, quer o saiba ou não. Uma investigação de pensamento, que não pretender negar-se a si mesma como pensamento, tem necessariamente de ser uma restauração da mesma empresa. “Mesma”, no entanto, não diz aqui igual. Diz idêntica nas vicissitudes de (...) -
Plotino - Tratado 27,31 (IV, 3, 31) — Isto que se lembram as almas; a sua saída do corpo (1)
14 de janeiro, por Cardoso de CastroMíguez
31. Pero si la memoria se atribuye a la imaginación, como, según se dice, cada una de las dos almas cuenta con su memoria, habrá dos clases de imaginación. No hay dificultad en entenderlo así cuando estas dos almas se encuentran separadas; más, estando unidas en nosotros en un mismo ser, ¿cómo podría haber aquí dos imaginaciones? Y, si es así, ¿en cuál de las dos imaginaciones se produciría el recuerdo? Porque, si se produce en ambas, tendremos siempre una doble imagen de cada cosa. No digamos que (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:31-33) – Horizonte
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 31-33]
1. Conhecimentos geográficos e astronômicos, acumulados e sedimentados durante mais de vinte séculos de reflexão filosófica e investigação científica, já não nos permitem a vivência primordial do horizonte: por de mais sabemos que a esfera é o estereograma da realidade que se ocultava sob a aparência dos distantes confins do céu e da terra. Mas teriam ficado definitivamente relegados para o (...) -
Platão (Fedro:249b-249d) — Reminiscência das Ideias
8 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroNunes
A alma que não evoluiu e nunca contemplou a verdade não pode tomar a forma humana. A causa disso é a seguinte: a inteligência do homem deve se exercer de acordo com aquilo que se chama Ideia; isto é, elevar-se da multiplicidade das sensações à unidade racional. Ora, esta faculdade nada mais é que a reminiscência das Verdades Eternas que ela contemplou quando acompanhou a alma divina nas suas evoluções. Por isso, convém que somente a alma do filósofo tenha asas: nele a memória, pela sua aptidão, (...) -
Flusser (FCP:C2) – A imagem técnica
15 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroFLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta. Ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Annablume, 2013.
Trata-se de imagem produzida por aparelhos. Aparelhos são produtos da técnica que, por sua vez, é texto científico aplicado. Imagens técnicas são, portanto, produtos indiretos de textos – o que lhes confere posição histórica e ontológica diferente das imagens tradicionais. Historicamente, as imagens tradicionais precedem os textos, por milhares de anos, e as imagens técnicas sucedem (...) -
Plotino - Tratado 27,32 (IV, 3, 32) — Isto que se lembram as almas; a sua saída do corpo (2)
14 de janeiro, por Cardoso de CastroPorphyry, oddly, divides the great treatise here in the middle of a sentence. This may seem rather less odd if we consider that, the sentence is anacohithic: that the point of division marks the transition from the man of middle virtue (symbolised bv Heracles) to the contemplative sage; and that division here enables Porphyry to lay great emphasis on the important question which begins IV. 4 (cp. the way in which Porphyry divides the treatise On Providence, (TIT. 2-3) and the exciting (...)
-
Finamore (FinamoreVS:11-20) – Composição, a geração e o destino último do veículo da alma
29 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroFINAMORE, John. Iamblichus and the Theory of the Vehicle of the Soul. Chico: Scholars Press, 1985, p. 11-20 (tradução resumida)
Jâmblico discorda de Porfírio sobre o “veículo da alma” sobre três pontos: a composição, a geração e o destino final.
A composição do veículo seria de uma série de misturas (phyramata) coletadas das esferas celestiais. Jâmblico em seu comentário ao Timeu afirma que o veículo é feito de "pantos tou aitheros" (do éter ele mesmo e não de vários corpos etéreos) e que este éter tinha (...) -
Carneiro Leão (FG:111-114) – Os Pré-socráticos e as Tragédias
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[CARNEIRO LEÃO, Emmanuel. Filosofia Grega I. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 111-114]
Não apenas os beócios é que não pensam. Os próprios atenienses renunciaram ao pensamento quando em Sócrates, Platão e Aristóteles a filosofia inaugurou sua avalanche histórica. Para Hegel, a filosofia é uma época concentrada em pensamentos. Para os primeiros pensadores, pensar é acordar o não pensado, acionar a inércia de pensamento de uma tradição histórica. E o que fizeram recuperando a tragédia da poesia e (...) -
Barbuy: A Nação e o Romantismo
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 259-291
1. A exposição que se vai seguir foi reconstituída de notas de aulas ministradas na Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae”, da Universidade Católica de São Paulo, bem como de uma conferência pronunciada no Centro de Estudos Sociais e Políticos. Nesta última, procurei demonstrar, em síntese, que existem três espécies de nacionalismo: o Romântico, o Burguês e o Dialético ou comunista. Não podendo estender (...)
Seções
Notas
- Alain: Le mythe de la caverne
- Apuleio Eros e Psique
- Borne: Vraies et fausses confidences du Mythe
- Coomaraswamy: le mythe
- Eudoro de Sousa (MHM:181-182) – horizontes da objetividade e da trans-objetividade
- Eudoro de Sousa (MHM:182-183) – símbolo
- Gilis – Le Livre des Chatons des Sagesses (Ibn Arabi - Fusus)
- Hani: L’interprétation allégorique
- Ibn Arabi (SP) – Adão
- Ibn Arabi (SP) – Fusus Adão
- Ibn Arabi (SP) – Fusus Seth
- Ibn Arabi: Fusus
- Kingsley (R) – Aphrodite
- Platão: República X
- Szlezák (Plotino:53-54) – Urano, Cronos e Zeus
- Thomas Taylor – as musas
- Thomas Taylor – Venus - Afrodite