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MITOLOGIA - IMAGINAÇÃO

  

Notions philosophiques

O tratamento filosófico do conceito de imaginação toma emprestado muito pouco ao conhecimento comum, que a confina no quadro excessivamente restrito da fantasia; ele consiste todavia a mostrar que ela é uma faculdade, a faculdade das imagens e consequentemente constitutiva da inteligência. Sua análise se efetua então em relação à verdade do conhecimento. Deste ponto de vista ela é desvalorizada e frequentemente considerada como causa de erro e de loucura. Ela se efetua em seguida, em relação à produção de conhecimento. É Kant   que pôs o acento sobre este aspecto já entrevisto pelo racionalismo clássico. A imaginação se torna então um tema central para toda filosofia que admite por ponto de partida a espontaneidade do entendimento, vide, mais geralmente, a liberdade do sujeito. «Encyclopédie philosophique universelle: Les Notions philosophiques  »

Christian Jambet

De Aristóteles a Kant, passando por esta distinção entre as ideias, tão importante para Descartes  , a Imaginação se vê confirmada em seu estatuto, ao mesmo tempo duplo e ambíguo: positiva, ela é a mais pobre das faculdades, negativa, ela é a fonte do erro mais grave. Pois ela faz crer na realidade das coisas que não são, ela faz delirar o espírito abolindo a distinção do formal e do objetivo. Para a imaginação, toda ideia é uma coisa, e toda coisa é uma ideia. Para o pensamento racional, há uma distinção ontológica entre o fenômeno, a ideia que dele é a representação, e a coisa, desconhecida, o tuf de realidade que Deus criou e que sustenta fora de nós o ser do ente. A imaginação ultrapassa as faculdades do homem para o colocar em posição de criador, como se bastasse imaginar para criar. A imaginação é a crítica em ato de todo dogmatismo metafísico como de todo ceticismo, porque, para ela, toda imagem vale pelo real: tudo é possível.

Resumamos a questão, tal como nos legada: a imaginação pode ser concebida fora da problemática construída pela metafísica clássica, tal que se organiza de Aristóteles a Kant? Como, a partir dos mesmo traços de Aristóteles, os Orientais construíram um conceito totalmente outro da imaginação — aquele precisamente que designam como imaginação ativa, imaginação criadora? Que antologia esta imaginação sustentou, e quais foram as consequências desta divergência original no seio da metafísica?

“A imaginação, escreve Malebranche, não consiste senão na força que tem a alma de formar imagens dos objetos”. Neste mesmo século XVII, no Irã, em Ispahan, um metafísico de primeira ordem, Molla Sadra   Shirazi, distingue entre duas espécies de imaginação. Há a imaginação reprodutora, mas há igualmente a imaginação criadora, cuja função essencial não é de representar o mundo sensível. Ela cria e ela conhece, no mesmo movimento, as substâncias do mundo Imaginal. E se os objetos do mundo sensível são afetados de uma existência sensível, que é o grau mais baixo do existir, a existência se desdobra a todos os níveis da realidade, seja esta supra-sensível ou seja a realidade objetiva da ideia. Temos a ver a uma doutrina da representação, mas da imagem mental como presença e afirmação do mundo. Aqui, a realidade objetiva não se distingue da realidade atual, posto que toda existência possui uma certa essência, quer se trate de uma existência material ou de uma existência “mental”. A imaginação criadora (qowwat al-khayal) determina presenças, existências que são ao mesmo tempo imateriais e reais. A existência mental não é somente a representação no espírito, sob a forma de uma imagem inconsistente e fugitiva, de um objeto cuja existência é, ou não é, demonstrada. Ela não é um reflexo, ela é plenamente um ser: wojud dhihni, “existência mental”, porque ela é uma epifania, uma manifestação do ser sob o modo imaginal, como o ser pode se epifanizar sobre o modo sensível ou conceitual: este conceito de presença imaginal ou de epifania imaginal é um dos conceitos centrais da metafísica oriental: zohar   mithali (epifania imaginal). [A Lógica dos Orientais]

Michel Chodkiewicz

Dicha noción, es claro, está presente también en la obra del Sheikh al-Akbar: "La existencia entera es una imaginación en una imaginación", escribe en los Fusus al-hikam   (al-wujud kulluhu khayal fi kha-yal). Pero aislar esta frase, u otras similares — y son numerosas — terminaría por mutilar gravemente una síntesis doctrinaria donde se despliega y se resuelve en la persona del insan kamil, el Hombre perfecto, una dialéctica del Uno y el otro. Vacío de toda realidad en tanto se lo considera en sí mismo como objeto autónomo, el universo se vuelve pleno desde que se lo mira, tal cual debe ser, como el lugar (mazhar) de las teofanías (tajalliyyat). Si en una primera fase de su itinerario, el ‘arif ve el mundo como pura nada, la realización espiritual completa — excepcional, es cierto — lo reconduce hacia las criaturas que son, según la expresión del Emir ‘Abd el-Kader, "los minaretes de los Nombres divinos", sin que ese retorno a la multiplicidad le haga perder la conciencia — en lo sucesivo permanente — de la unicidad del Ser. Por esa razón Ibn Arabi  , al comentar en sus Mawaqi’ al-nujum el versículo 3: 191, normalmente traducido por: " ¡Señor nuestro! ¡No lo creaste en vano!" (Rabbana ma khalaqta hadha batilan), declara, apoyándose como de costumbre en la literalidad del texto coránico: "No existe absolutamente nada de ilusorio en la existencia (Laysa fi l-wujud batilan asían) —, la existencia entera es realidad (haqqun kulluhu)". Lo mismo afirma en el ante-último capítulo de los Futuhat (el bab al-asrar, el "capítulo de los secretos", donde condensa en sentencias lapidarias las exposiciones doctrinales contenidas en los 558 capítulos precedentes): prestar (simultáneamente) atención a Alá y a la creación (Khalq) forma parte de la perfecta adquisición (que el hombre hace) de los Nombres divinos" (min kamal al-takhalluq bi asma’ Allah). [Excertos da versão em espanhol da introdução de «Epître sur l’unicité absolue»]