BARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 78-79.
Segundo Aristóteles a Filosofia é a ciência do Ser enquanto ser, a ciência da substância, a ciência do universal, a ciência das ciências. A filosofia, segundo Aristóteles, não se confunde com nenhuma das ciências particulares, as quais recortam uma certa parte do ser e só se preocupam com os atributos dessa parte (Met. L. IV. G,E). A filosofia é a ciência da essência ou do que a cousa realmente é; não é o (...)
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METAFÍSICA - ONTOLOGIA
Matérias
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Barbuy: Filosofia aristotélica
7 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Barbuy: sophia e episteme
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 79-83.
Sophia, sabedoria, se distingue de episteme, ciência. E distingue-se de doxa, opinião. De onde, o sentido mais radical da Filosofia, é o da Sabedoria, que se distingue do saber. A filosofia não é o conjunto das cousas que se sabem, não é uma synthèse scientifique (como se diria no século XIX), mas uma sabedoria da realidade profunda. O saber se distingue da sabedoria, como a ciência se distingue da filosofia. (...) -
Maurizio Ferraris (GK:3-4) – a revolução kantiana
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[Excerto de FERRARIS, Maurizio. Goodbye, Kant! What Still Stands of the Critique of Pure Reason. New York: SUNY, 2013, p. 3-4]
português
Quando morreu, aos oitenta anos, em 12 de fevereiro de 1804, Kant esquecia tanto quanto Ronald Reagan no final de sua vida. Para superar isso, escrevia tudo em uma grande folha de papel, na qual reflexões metafísicas estavam misturados com contas de lavanderia. Ele era a melancólica paródia do que Kant considerava o princípio mais elevado de sua própria (...) -
Barbuy: Romantismo
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 87-96.
Se o romantismo tivesse sido o que pretenderam os salões galantes do século XIX e o que diz Victor Hugo no prefácio de “Cromwell”, não teria passado de uma revolução de regras e adjetivos, sem substância e sem uma visão própria da realidade. Longe de um florescimento do divino e do feérico, o romantismo não seria mais do que uma fuga à “realidade” científica, mascarada pela admissão do grotesco na arte, como o (...) -
Jaspers : ORIGINES DE LA PHILOSOPHIE
23 de agosto de 2009, por Cardoso de CastroKarl Jaspers, Introduction à la philosophie. Trad. Jeanne Hersch. Plon, 1951
II ORIGINES DE LA PHILOSOPHIE
L’histoire de la philosophie a commencé sous la forme d’un effort de pensée méthodique il y a deux mille cinq cents ans ; sous la forme d’une pensée mythique, beaucoup plus tôt.
Mais un commencement, c’est autre chose qu’une origine : le commencement est historique et procure aux successeurs une quantité croissante d’éléments fournis par le travail intellectuel déjà accompli. Tandis que (...) -
Ortega y Gasset (OC5) – Galileu e a Modernidade
5 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroORTEGA Y GASSET, José. Em torno a Galileu. Tr. Luiz Felipe Alves Esteves. Petrópolis: Vozes, 1989, p. 24-27
português
Galileu nos interessa não por acaso, solto e sem razão, ele e nós frente a frente, de homem para homem. Por pouco que analisemos nossa estima por sua figura, perceberemos que se impõe a nosso fervor, colocado num preciso quadrante, situado num grande pedaço do pretérito que tem uma forma muito precisa: é o início da Idade Moderna, do sistema de ideias, valorizações e impulsos que (...) -
Wolff (DM:5-6) – Linguagem e Mundo
17 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto traduzido de WOLFF, Francis. Dire le monde. Paris: PUF, 1997, p. 5-6
português
É banal e é verdade dizer que a linguagem não é um objeto filosófico como os outros. A linguagem não pode ser apenas um objeto de análise, porque é sempre ao mesmo tempo seu meio. É possível filosofar sobre a percepção com os olhos fechados, mas impossível saber o que é a linguagem sem nada dizer. Nada é pensado distintamente e, logo nem a linguagem, sem a linguagem, que é sempre capturada em suas próprias redes. (...) -
Rumi: le sens et la forme
16 de maio de 2018, por Cardoso de CastroExtrait des pages 21-22
Français
Les gens regardent les causes secondaires et pensent qu’elles sont à l’origine de tout ce qui arrive. Mais il a été révélé aux saints que les causes secondaires ne sont plus qu’un voile. (Fīhi mā fīhi 68/80)
Ces causes secondaires sont des voiles sur les yeux, car tous les yeux ne sont pas dignes de voir son art. Il faut avoir un œil qui coupe les causes secondaires et déchire tous les voiles, Jusqu’au bout qu’il puisse voir la Cause Première au Non-lieu et sache que (...) -
Coomaraswamy : l’absolu et le relatif
13 de maio de 2018, por Cardoso de CastroGérard Leconte
Le sanskrit satyam (de as, « être »), comme το ὅν et ουσία (de είμί, « être »), est le « réel », le « vrai » ou le « bon » — ens et bonum convertuntur. Avec ces significations, satyam peut être appliqué aux existants , le terme général convenant à ces « choses », envisagées dans leur diversité, étant « le-nom-et-la forme » (nâma-rûpa ; ὁ λόγος καί ή μορφή, Aristote, Métaphysique, VIII, 1, 6) [16]: et dans cette vérité (relative) — celle du nom et de la forme, par laquelle Dieu est présent dans le monde (...) -
Lovejoy (GCS:32-34) – outra-mundanidade e esta-mundanidade
17 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLOVEJOY, Arthur. A Grande Cadeia do Ser. Um Estudo da História de uma Ideia. Tr. Aldo Fernando Barbieri. São Paulo: Editora Palíndromo, 2005, p. 32-34
Aldo Fernando Barbieri
O mais fundamental do grupo de ideias cuja história vamos rever aparece primeiro em Platão; e praticamente tudo o que se segue pode, portanto, servir como uma ilustração de uma célebre observação do Prof. Whitehead, segundo a qual “a mais segura caracterização geral da tradição filosófica europeia é que ela consiste em uma (...) -
Lovejoy (GCS:34-35) – filosofia outra-mundana
17 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLOVEJOY, Arthur. A Grande Cadeia do Ser. Um Estudo da História de uma Ideia. Tr. Aldo Fernando Barbieri. São Paulo: Editora Palíndromo, 2005, p. 34-35
Tal é o credo comum na filosofia outra-mundana; ele é suficientemente familiar, mas devemos tê-lo explicitamente perante nós como plano de fundo contrastante para o que se segue. Este é um tipo persistente e que foi, de uma forma ou de outra, a filosofia oficial dominante de grande parte da humanidade civilizada ao longo da maior parte de sua (...) -
Dilthey (EF) – essência da filosofia
17 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de DILTHEY, Wilhelm. A essência da filosofia. Tr. Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Vozes, 2018 (epub)
O nome filosofia revelou-se como distribuído em estados de fato do tipo mais diverso possível. Uma mobilidade extraordinária mostrou-se na essência da filosofia: uma colocação sempre nova de tarefas, um adaptar-se aos estados da cultura. A filosofia toma problemas como valiosos e os rejeita, então, uma vez mais: em um nível do conhecimento, seu questionamento se mostra como solúvel, nível (...) -
Luijpen (IFE:33-37) – materialismo
24 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUIJPEN, Wilhelmus Antonius Maria. Introdução à fenomenologia existencial. Tr. Carlos Lopes de Mattos. São Paulo: EDUSP, 1973, p. 33-37
Materialismo
Todos os sistemas materialistas concordam em considerar o homem como o resultado de forças e processos cósmicos, do mesmo modo que as coisas. Um materialista há de dizer, portanto, que o ser do homem será chamado ser-no-mundo no sentido de que, como todas as coisas, é algo no meio das outras coisas mundanas, um fragmento da “natureza”, um momento na (...) -
ENNÉADES: I, 6 [1] - Du Beau (extraits sur l’âme)
14 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroPlotin, ENNÉADES. Trad E. Bréhier.
Le beau se trouve surtout dans la vue ; il est aussi dans l’ouïe, dans la combinaison des paroles et la musique de tout genre ; car les mélodies et les rythmes sont beaux ; il y a aussi, en montant de la sensation vers un domaine supérieur, des occupations, des actions et des manières d’être qui sont belles ; il y a la beauté des sciences et des vertus. Y-a-t-il une beauté antérieure à celle-là ? C’est la discussion qui le montrera. Qu’est-ce donc qui fait que la vue (...) -
Plotino - Tratado 27,11 (IV, 3, 11) — Segunda explicação: a alma do mundo é a intermediária que faz participar o sensível ao inteligível (2)
1º de abril, por Cardoso de CastroCap 10 e 11: Segunda explicação: a Alma do Mundo é a intermediária que faz participar o sensível do inteligível
Míguez
11. Me parece que han comprendido bien la naturaleza del universo esos antiguos sabios que han querido tener presentes a los dioses fabricándoles templos y estatuas. Comprendieron, en efecto, que es fácil atraerse en todas partes la naturaleza del alma universal, pero que resulta todavía más sencillo hacerse con ella si se construye un objeto que pueda recibir su influjo o (...) -
Giuseppe Lumia: Sartre
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964.
O «fenômeno» Jean Paul Sartre não interessa somente à filosofia, ao teatro, ou à literatura, — é um «fenômeno» que implica com os próprios costumes. Se em um certo momento, isto é, no após-guerra, o existencialismo se tornou uma moda e ultrapassou o círculo restrito dos especialistas, criando à sua volta «uma atmosfera (...) -
Giuseppe Lumia: Abbagnano
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964.
Dominada durante trinta anos pelo idealismo, a cultura italiana só tarde se interessou pela filosofia da existência. A princípio não a tomou a sério, para o que basta recordar as muito conhecidas e ligeiras apreciações de Croce e De Ruggero. Mesmo pensadores de formação diferente, como Bobbio, nada mais viram nela (...) -
Saint-Martin: DE LA MATIÈRE
12 de outubro de 2007, por Cardoso de Castro... Au lieu de scruter profondément ces bases radicales, les hommes ont laissé errer vaguement leur pensée sur les questions oiseuses qui ne pouvaient rien leur apprendre, et les écartaient d’autant des vrais sentiers qu’ils auraient dû suivre. Telle est, par exemple, cette puérile question de la divisibilité de la matière qui retient comme dans l’enfance toutes les écoles.
Ce n’est point la matière qui est divisible à l’infini; c’est la base de son action, ou si l’on veut, les puissances spiritueuses (...) -
Arendt (VE:10-11) – sensorial e o supra-sensorial
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[ARENDT, Hannah. A Vida do Espírito. Tr. Antônio Abranches e Cesar Augusto R. de Almeida e Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000, p. 10-11]
Tradução
Antes, portanto, de começarmos aespecular sobre as possíveis vantagens de nossa atual situação, seria prudente refletir sobre o que realmente queremos dizer quando observamos que a teologia, a filosofia e a metafísica chegaram a um fim. Certamente não é que Deus esteja morto, algo sobre o qual o nosso conhecimento é tão pequeno quanto o (...) -
Fernandes (SH:20-21) – filosofia analítica
17 de março, por Cardoso de CastroFERNANDES, Sérgio L. de C.. Ser Humano. Um ensaio em antropologia filosófica. Rio de Janeiro: Editora Mukharajj, 2005, p. 20-21
O “espírito do tempo” inclui ainda a empáfia, na maioria dos casos nonchalante, ou simplesmente condescendente (na língua do Império, patronising), de uma variedade muito influente de contra ou antifilosofia, conhecida como “filosofia analítica”. A Filosofia Analítica se caracteriza, por um lado, por pressupor, acima da autoridade da Filosofia, a autoridade da Ciência “dura” (...)
Seções
- Antiguidade
- Medievo - Renascença
- Modernidade
- Oriente
- Agostinho de Hipona (354-430)
- Ananda Kentish Coomaraswamy (1877-1947)
- Arendt, Hannah (1906-1975)
- Bergson, Henri (1859-1941)
- Carneiro Leão (1927)
- Descartes, René (1596-1650)
- Ernildo Stein (1934)
- Espinosa, Baruch (1632-1677)
- Eudoro de Sousa (1911-1987)
- Extremo Oriente
- Heidegger, Martin (1889-1976)
- Henry, Michel (1922-2002)
- Heraldo Barbuy (1913-1979)
- Hermógenes Harada (1928-2009)
- Jean Scot Erigène (IXe siècle)
- Kant, Immanuel (1724-1804)
- Kierkegaard, Søren (1813-1855)
- LusoSofia
- Não-dualidade
- Nietzsche, Friedrich (1844-1900)
- Perenialistas
- Platão (V-IV aC)
- Platão - O Banquete
- Plotino (204-270 dC) – Tratados Enéadas
- Pré-socráticos
- Scheler, Max (1874-1928)
- Sérgio L. de C. Fernandes (1943-2018)
- Sócrates (séc. V aC)
- Vicente Ferreira da Silva (1916-1963)
- Vilém Flusser (1920-1991)
- Wei Wu Wei
- Weil, Simone (1909-1943)
Notas
- Abel Jeannière: Bilan héraclitéen
- Abhinavagupta: le Soi suprême
- Abhinavagupta: Tantraloka I -STANCES FINALES
- AKC: coisa
- Alain Porte: Comment nommer l’Être ?
- Alain Porte: Comment penser l’Être ?
- Alain: L’être est et le non-être n’est pas
- Alain: Le mythe de la caverne
- Alain: Que serait le monde sans les idées ?
- Alberto Caeiro (23): Alma
- Alexandre de Afrodísias (De Anima:61,30-62,5) – percepção - recepção
- Antonio Machado: identidade e o outro
- Aristóteles: analogia
- Ashtâvakra: L’Être
- Ashtâvakra: Le char
- Ashtâvakra: Un étrange pouvoir me fait apercevoir la suprême Conscience.
- Attar: Abou-Ali Djouzjâni
- Attar: Abou-Nasr Sarrâdj
- Attar: Grandeur de Dieu
- Attar: L’amour sacré et la raison