ESPINOSA, Benedictus de. Ética. Tr. Grupo de Estudos Espinosanos. São Paulo: EDUSP, 2015, 145, 147
Grupo de Estudos Espinosanos
Proposição XI. O que, primeiramente, constitui o ser atual da Mente humana é nada outro que a ideia de uma coisa singular existente em ato.
Demonstração. A essência do homem (pelo corol. da prop. prec.) é constituída por modos certos dos atributos de Deus, e certamente (pelo ax. 2 desta parte), por modos do pensar, dentre todos os quais (pelo ax. 3 desta parte) a ideia (...)
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Spinoza / Espinoza / Espinosa
Matérias
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Espinosa (E II, 11): Pensamento constitui Mente
15 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Schopenhauer (MVR1:187) – vontade própria
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[Excerto de SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005, p. 187]
Jair Barboza
Espinosa afirma (Epist. 62) que, se uma pedra fosse atirada, por choque, ao ar, e tivesse consciência, pensaria voar por vontade própria. Apenas acrescento: a pedra teria razão. O choque é para ela o que para mim é o motivo. O que nela aparece como coesão, gravidade, rigidez no estado adquirido é, segundo sua essência íntima, o mesmo (...) -
Espinosa (E 2, 13): objeto da ideia = corpo
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroSPINOZA, B. Ética. Tr. Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2011
Tomaz Tadeu
Proposição 18. Se o corpo humano foi, uma vez, afetado, simultaneamente, por dois ou mais corpos, sempre que, mais tarde, a mente imaginar um desses corpos, imediatamente se recordará também dos outros.
Demonstração. A mente (pelo corol. prec.) imagina um corpo qualquer porque o corpo humano é afetado e arranjado pelos traços de um corpo exterior da mesma maneira pela qual ele foi afetado quando algumas de suas (...) -
William James (PP:287-291) – várias ordens de realidade
6 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroJAMES, William. The Principles of Psychology II. London: Dover, 1950, p. 287-291
português
Suponha uma mente recém-nascida, inteiramente vazia e esperando a experiência começar. Suponha que ela comece nas formas de impressão visual (seja fraca ou vívida é imaterial) de uma vela acesa contra um fundo escuro, e nada mais, de modo que, enquanto essa imagem durar, constitua todo o universo conhecido pela mente em questão. Suponha, além disso (para simplificar a hipótese), que a vela seja apenas (...) -
Espinosa (TRE:158-162) – BEM SUPREMO E RAZÃO
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcertos de B. Espinosa, Tratado da Reforma do Entendimento, trad. de Roland Caillois, in Obras Completas, 1954, pp. 158-162.
1. — Quando a experiência me ensinou que os acontecimentos ordinários da vida são fúteis e vãos e me apercebi de que tudo que era para mim causa ou objeto de receio não tem em si mesmo nada de bom ou de mau, a não ser na medida da comoção que excita na alma, resolvi, finalmente, indagar se existia um bem verdadeiro e susceptível de se comunicar, qualquer coisa enfim cuja (...) -
Espinosa (CM:II,12) – A ALMA HUMANA
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroCogita metaphysica, II, 12
Deve-se passar já à substância criada, que dividimos em extensa e pensante. Por substância extensa entendíamos a matéria ou substância corpórea. Por substância pensante, só as almas humanas. (...)
A alma humana não procede de um intermediário, mas é criada por Deus; mas não se sabe quando é criada. — Voltemos, pois às almas humanas, das quais pouca coisa há ainda a dizer; temos só que advertir que nada dissemos acerca do tempo da criação da alma humana, porque não consta de um (...) -
Belaief: lei em Espinosa
15 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[Excerto de BELAIEF, Gail. Spinoza’s Philosophy of Law. The Hague: Mouton, 1971, p. 9-11]; as citações de Espinosa são do Tratado Teológico-Político]
nossa tradução
A noção mais ampla de lei que Espinosa oferece é aquela que enfatiza a regularidade de comportamento: “A palavra lei, tomada em abstrato, significa aquilo pelo qual cada indivíduo, ou todas as coisas, ou algumas coisas de uma espécie em particular, agem em uma e mesma certa e definida maneira, que depende da necessidade natural ou do (...) -
Henry (CC) – sociedade
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de HENRY, Michel. From Communism to Capitalism. Theory of a Catastrophe. Tr. Scott Davidson. London: BLOOMSBURY, 2014, p. 26-29
Tradução
[...] O que caracteriza o marxismo do ponto de vista teórico é a substituição do indivíduo vivo por um número de entidades abstratas, através das quais ele afirma explicar a totalidade dos fenômenos econômicos, históricos e sociais e, finalmente, esses próprios indivíduos. Isso leva a uma reversão extraordinária da ordem das coisas no final das quais o (...) -
Espinosa (E 1, 32): vontade
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroSPINOZA, B. Ética. Tr. Tomaz Tadeu. Belo Horizonte : Autêntica, 2011
Tomaz Tadeu
Proposição 32. A vontade não pode ser chamada causa livre, mas unicamente necessária.
Demonstração. A vontade, tal como o intelecto, é apenas um modo definido do pensar. Por isso (pela prop. 28), nenhuma volição pode existir nem ser determinada a operar a não ser por outra causa e, essa, por sua vez, por outra, e assim por diante, até o infinito. Caso se suponha que a vontade é infinita, ela também deve ser determinada (...) -
Espinosa (E:I-Apend.) – Natureza e essência humanas
11 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro(Ethica, parte I, apêndice.) / (Ethica, parte II, ax. I-III.) / (Ethica, p. II, prop. VII, X, XI.)
... Os homens comumente supõem que todas as coisas naturais, como eles próprios, obram por um fim, e inclusive afirmam como certo que Deus mesmo dirige todas as coisas a um certo fim: pois dizem que Deus fez todas as coisas para o homem, e ao homem para que o adorasse. Examinarei, pois, isto, buscando primeiro a causa pela qual a maior parte adere a este preconceito e estão todos inclinados pela (...) -
Espinosa (E 5): caminho à liberdade
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroSPINOZA, B. Ética. Tr. Tomaz Tadeu. Belo Horizonte : Autêntica, 2011
Tomaz Tadeu
Passo, por fim, à outra parte da ética, que trata da maneira, ou seja, do caminho que conduz à liberdade. Nesta parte, tratarei, pois, da potência da razão, mostrando qual é o seu poder sobre os afetos e, depois, o que é a liberdade ou a beatitude da mente. Veremos, assim, o quanto o sábio é mais potente que o ignorante. De que maneira e por qual via, entretanto, deve-se aperfeiçoar o intelecto e por qual arte deve-se (...) -
Schopenhauer (MVR1:48-49) – mundo, representação do princípio de razão
25 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005, p. ]
Quem compreendeu distintamente, a partir do mencionado ensaio introdutório, a identidade perfeita do conteúdo do princípio de razão, em meio à diversidade de suas figuras, também ficará convencido do quão importante é precisamente o conhecimento da mais simples de suas formas – que identificamos no TEMPO – para a intelecção de sua essência mais íntima. Assim como no (...) -
Schopenhauer (MVR1:138-141) – Razão Prática
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005, p. 138-141]
Jair Barboza
Após as considerações sobre a razão enquanto faculdade especial e exclusiva do homem, e sobre aqueles fenômenos e realizações próprios da natureza humana, falta ainda falar da razão na medida em que conduz a ação das pessoas, portanto, podendo nesse aspecto ser denominada PRÁTICA. Porém, o que aqui será mencionado encontra em grande (...) -
Espinosa (III, 32, Schol.): imagens enquanto afecções
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroSPINOZA, B. Ética. Tr. Tomaz Tadeu. Belo Horizonte : Autêntica, 2011
Tomaz Tadeu
Escólio. Vemos, assim, como a natureza dos homens está, em geral, disposta de tal maneira que eles têm comiseração pelos que vão mal; e inveja pelos que vão bem, com um ódio que será tanto maior (pela prop. prec.) quanto mais amarem a coisa que imaginam ser objeto de desfrute de um outro. Vemos, além disso, que da mesma propriedade da natureza humana, da qual se segue que os homens são misericordiosos, segue-se também (...) -
Ponczek: livre arbítrio
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroPONCZEK, Roberto Leon. Deus ou seja a natureza: Spinoza e os novos paradigmas da física. Salvador: EDUFBA, 2009
Ao contrário de Schopenhauer, que faz da vontade o pilar numênico de seu sistema filosófico, vendo-a como a coisa-em-si, Spinoza a considera tão-somente como uma ideia persistente que “ocupa o espaço mental”. Assim como dois corpos não podem ocupar a mesma extensão do espaço, as ideias, obedecendo à mesma ordem e conexão das coisas materiais, também se excluem momentaneamente podendo, a que (...) -
Chauí (NR) – DECIFRAR UM HIEROGLIFO?
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcertos da tese de doutorado da Prof. Marilena Chaui, "A Nervura do Real"
Como alcançar o sentido de textos escritos numa língua de que se perderam palavras, expressões idiomáticas e ornatos, em que o sentido de inúmeros vocábulos tornou-se incompreensível e da qual "não dispomos de dicionário, gramática nem retórica"? Com que forças venceremos "o tempo voraz que tudo abole da memória dos homens"? Com essas indagações, que pareceriam indicar um passado inacessível e sob as quais se adivinham os versos (...) -
Barbuy: ser unívoco e ser análogo II
3 de setembro, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 53-71. (1a ed., São Paulo: Liv. Martins Editora, 1950)
Todo panteísmo encerra, de fato, a mesma contradição interna do sistema platônico e da qual Platão, em diversas passagens se deu perfeitamente conta, a saber: De que modo pode a multiplicidade participar da unidade da Ideia? De que modo pode uma Ideia determinada, sem deixar de ser ela mesma, participar da unidade do verdadeiro ser, vere ens? — Pois, como (...) -
Lewinter: Isso e eu
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto traduzido do Prefácio de Roger Lewinter de GRODDECK, Georg. La maladie l’art et le symbole. Tr. Roger Lewinter. Paris: Gallimard, 1969.
nossa tradução
I. Por causa de si entendo aquilo cuja essência envolve existência, ou seja, aquilo cuja natureza não pode ser concebida senão existente.
III. Por substância entendo aquilo que é em si e é concebido por si, isto é, aquilo cujo conceito não precisa do conceito de outra coisa a partir do qual deva ser formado.
IV. Por atributo entendo aquilo (...) -
Espinosa (E1-Ap): o delírio de propósito
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroESPINOSA, Benedito de. Ética. Tr. Grupo de Estudos Espinosanos. São Paulo: EDUSP, 2015, p. 111, 113, 115.
De fato, todos os preconceitos que aqui me incumbo de denunciar dependem de um único, a saber, os homens comumente supõem que as coisas naturais agem, como eles próprios, em vista de um fim; mais ainda, dão por assentado que o próprio Deus dirige todas as coisas para algum fim certo: dizem, com efeito, que Deus fez tudo em vista do homem, e o homem, por sua vez, para que o cultuasse. Esse (...) -
Espinosa (Ética) – Corpo, Mente, Natureza, Perenidade, Afetos, Paixões, Razão, Virtude, Ser, Imortalidade, Felicidade
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcertos da Ética de Espinosa, por Julián Mariás
O CORPO DO HOMEM
O corpo humano compõe-se de muitos indivíduos (de diversa natureza), cada um dos quais é muito complexo.
Entre os indivíduos de que se compõe o corpo humano, alguns são fluidos, outros macios, outros por último são duros.
Os indivíduos componentes do corpo humano, e por conseguinte o corpo humano mesmo, é afetado de muitos modos pelos corpos externos.
O corpo humano necessita para conservar-se de outros muitos corpos, pelos quais se (...)