A censura que se coloca, em primeiro lugar e diretamente, à fundamentação da moral dada por Kant é que esta origem da lei moral é impossível em nós porque pressupõe que o homem chegue, por si só, à ideia de procurar e de informar a respeito de uma lei para sua vontade, de ter de submeter-se a ela e conformar-se com ela. Isto, porém, não poderia ter vindo sozinho à sua cabeça, mas, quando muito, só depois que uma outra instigante motivação moral, positiva e real, anunciando-se por si mesma (...)
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Schopenhauer / Arthur Schopenhauer
Matérias
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Schopenhauer (SFM:50-53) – desconstrução da fundamentação da moral kantiana
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Schopenhauer (MVR1:361-365) – o presente
22 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroAntes de tudo temos de reconhecer distintamente que a forma do fenômeno da Vontade, portanto a forma da vida ou da realidade, é, propriamente dizendo, apenas o presente, não o futuro, nem o passado. Estes últimos existem só em conceito, somente em conexão com o conhecimento, na medida em que este segue o princípio de razão. Homem algum viveu no passado e homem algum viverá no futuro. Apenas o presente é a forma de toda vida, mas também sua posse mais segura e que jamais lhe pode ser (...)
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Schopenhaeur (MVR1:043-045) – o mundo é representação
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[I 3] “O mundo é minha representação [Vorstellung].” Esta é uma verdade que vale em relação a cada ser [Wesen] que vive e conhece, embora apenas o homem possa trazê-la à consciência [Bewußtseyn] refletida e abstrata. E de fato o faz. Então nele aparece a clarividência filosófica. Torna-se-lhe claro e certo que não conhece sol algum e terra alguma, mas sempre apenas um olho que vê um sol, uma mão que toca uma terra. Que o mundo a cercá-lo existe apenas como representação, isto é, (...)
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Schopenhauer (MVR2:763-766) – Vontade de Vida
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroNa conclusão de minha exposição, gostaria ainda de dar lugar a algumas considerações sobre a minha própria filosofia. — Como já disse, ela não tem a pretensão de explanar a existência do mundo a partir dos seus últimos fundamentos: antes, detém-se nos fatos da experiência externa e interna, tais como são acessíveis a cada um, e demonstra a sua verdadeira e profunda coerência, sem no entanto ir para além desses fatos na direção de coisas extramundanas e suas relações com o mundo. Minha (...)
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Schopenhauer (2005:414-415) – vida - tragédia e comédia
3 de janeiro de 2020, por Cardoso de CastroA vida do indivíduo, quando vista no seu todo e em geral, quando apenas seus traços mais significativos são enfatizados, é realmente uma tragédia; porém, percorrida em detalhes, possui o caráter de comédia, pois as labutas e vicissitudes do dia, os incômodos incessantes dos momentos, os desejos e temores da semana, os acidentes de cada hora, sempre produzidos por diatribes do acaso brincalhão, são puras cenas de comédia. Mas os desejos nunca satisfeitos, os esforços malogrados, as (...)
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Schopenhauer (MVR1:81-82) – ilusão e erro
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroComo da luz imediata do sol à luz emprestada e refletida da lua, passaremos agora da representação intuitiva, imediata, auto-suficiente e que se garante a si mesma, à reflexão, isto é, aos conceitos abstratos e discursivos da razão, que têm seu conteúdo apenas a partir e em referência ao conhecimento intuitivo. Durante o tempo em que nos mantemos intuindo de modo puro, tudo é claro, firme, certo. Inexistem perguntas, dúvidas, erros. Não se quer ir além, não se pode ir além; sentimos calma (...)
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Schopenhauer (MVR1:216-217) – ações calculadas
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroPor fim, lá onde a Vontade atingiu o grau mais elevado de sua objetivação e não é mais suficiente o conhecimento do entendimento, do qual o animal é capaz e cujos dados são fornecidos pelos sentidos, dos quais surgem simples intuições ligadas ao presente, um ser complicado, multifacetado, plástico, altamente necessitado e indefeso como é o homem teve de ser iluminado por um duplo conhecimento para poder subsistir. Com isso, coube-lhe, por assim dizer, uma potência mais elevada do (...)
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Schopenhauer: Magnétisme animal et Magie.
6 de abril de 2008, por Cardoso de CastroMagnétisme animal et Magie.
Un chapitre de l’œuvre intitulée : « De la Volonté dans la Nature »
Ou comment les sciences exactes sont venues confirmer la philosophie de l’auteur depuis le moment de son apparition.
Lorsque, en 1818, parut mon grand ouvrage, il n’y avait pas longtemps que le magnétisme animal avait conquis pour la première fois son droit à l’existence. Mais pour ce qui est de l’explication à en donner, — pour le côté passif, en ce qui concerne le rôle du patient, — un (...) -
Schopenhauer (MVR1:108) – conduta conforme o sentimento, não segundo conceitos
26 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroPor fim, também a virtude e a santidade não se originam da reflexão, mas da profundeza íntima da vontade e de sua relação com o conhecimento. A explicitação disso pertence a outro lugar completamente diferente deste escrito. Aqui, porém, permito-me observar que os dogmas que se relacionam com o ético podem até ser os mesmos na faculdade de razão de nações inteiras, porém a conduta de cada indivíduo pode ser outra, e vice-versa. A conduta transcorre, como se diz, conforme o SENTIMENTO, isto (...)
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Schopenhauer (MVR1:356-357) – flosofia não é contar histórias
15 de abril de 2021, por Cardoso de CastroJair Barboza
Enfim, tanto agora quanto nos livros precedentes não contamos histórias, fazendo-as valer por filosofia, pois somos da opinião de que está infinitamente distante do conhecimento filosófico do mundo quem imagina poder conceber a essência dele HISTORICAMENTE, por mais que faça uso de disfarces. Este é o caso, entretanto, assim que, numa visão do ser em si do mundo, encontre-se algum tipo de VIR-A-SER, ou tendo-vindo-a-ser , ou vir-vir-a-ser , algo parecido a um antes e um (...) -
Esprit et réalité - la réalité de l’esprit - esprit et être
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroCHAPITRE PREMIER - LA REALITE DE L’ESPRIT. ESPRIT ET ETRE I Le monde tend à nier la réalité de l’esprit. Il ne doute pas des objets visibles qui forcent son adhésion. Mais l’esprit n’est pas un objet visible; du moins pas un objet parmi d’autres objets. Il n’est personne, il est vrai; s’agît-il du matérialiste le plus endurci, qui ne reconnaisse à l’esprit une certaine réalité, de nature moins consistante. Il ne saurait en être autrement, car l’esprit est présent en chacun de nous, même (...)
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Schopenhauer (MVR1): atos da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de Castro20. A VONTADE, como foi dito, dá sinal de si primariamente nos movimentos voluntários do corpo como a essência em si deles, isto é, como aquilo que o corpo é tirante o fato de ser objeto de intuição, representação. Os movimentos do corpo não passam da visibilidade dos atos isolados da vontade, surgindo imediata e simultaneamente com estes, com os quais constituem uma única e mesma coisa, diferenciando-se apenas pela forma da cognoscibilidade que adquiriram ao se tornarem representação. (...)
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Schopenhauer (MVR1): vontade humana
25 de janeiro, por Cardoso de Castro22. Essa COISA EM SI, que enquanto tal jamais é objeto, porque todo objeto é apenas sua aparência e não ela mesma, se pudesse ser pensada objetivamente, teria de emprestar nome e conceito de um objeto, de algo dado de certa forma objetivamente, por consequência de uma de suas aparências: esta, contudo, em apoio à compreensão, não poderia ser outra coisa senão a mais perfeita dentre suas aparências, isto é, a mais nítida, a mais desenvolvida, imediatamente iluminada pelo conhecimento: (...)
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Schopenhauer (MVR1): aparência da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroO sujeito que conhece é indivíduo exatamente em sua referência especial a um corpo que, considerado fora de tal referência, é apenas uma representação igual a qualquer outra. No entanto, a referência em virtude da qual o sujeito que conhece é INDIVÍDUO se dá exclusivamente entre ele e uma única de suas representações; daí, portanto, não estar consciente dessa única representação apenas como uma mera representação, mas ao mesmo tempo de modo inteiramente outro, vale dizer, como uma vontade. (...)
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Schopenhauer (MVR1): minha vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroPlease write here thPortanto, apenas do lado indicado, apenas na medida em que é representação, consideramos o mundo neste primeiro livro. Todavia, que semelhante consideração, sem prejuízo de sua verdade, seja unilateral, consequentemente produzida por uma abstração arbitrária, anuncia-se a cada um pela resistência interior com a qual aceita o mundo como sua mera representação. Aceitação a que, por outro lado, nunca pode furtar-se. A unilateral idade dessa consideração, entretanto, o (...)
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Schopenhauer (MVR1): objetivação da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroEm conformidade com isso, aquilo que aqui já deve ter ocorrido espontaneamente a todos os discípulos de Platão será, no próximo livro, objeto de uma consideração pormenorizada, a saber: os diferentes graus de OBJETIVAÇÃO DA VONTADE expressos em inumeráveis indivíduos e que existem como seus protótipos inalcançáveis ou formas eternas das coisas, que nunca aparecem no tempo e no espaço, médium do indivíduo, mas existem fixamente, não submetidos a mudança alguma, são e nunca vieram a ser, (...)
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Schopenhauer (MVR1): aparências da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroÀs vezes muitas APARÊNCIAS DA VONTADE entram em conflito nos graus mais baixos de sua objetivação, portanto no reino inorgânico, quando cada aparência quer apoderar-se da matéria existente servindo-se do fio condutor da causalidade; assim, desse conflito emerge a aparência de uma ideia mais elevada que domina todas as ideias mais imperfeitas que antes ali existiam, todavia, de tal maneira que permite que a essência destas continue a existir de um modo subordinado, mediante a absorção em si (...)
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Schopenhauer (MVR1): serviço da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroDo exposto se infere que todos os animais possuem entendimento, mesmo os mais imperfeitos, pois todos conhecem objetos, e este conhecimento determina, como motivo, os seus movimentos. — O entendimento é o mesmo em todos os animais e em todos os seres humanos, possui sempre e em toda parte a mesma forma simples: conhecimento da causalidade, passagem do efeito à causa e desta ao efeito, e nada mais. Porém o grau de acuidade do entendimento e a extensão de sua esfera cognitiva são (...)
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Schopenhauer (MVR1): objetidade da vontade
25 de janeiro, por Cardoso de Castro21. Quem, mediante todas essas considerações, compreendeu in abstracto, de maneira evidente e certa, que aquilo que cada um possui in concreto imediatamente como sentimento, a saber, a essência em si da própria aparência — que se expõe como representação tanto nas ações quanto no substrato permanente destas, o corpo — é a VONTADE, que constitui o mais imediato de nossa consciência, porém, como tal, não aparece completamente na forma da representação, na qual objeto e sujeito se contrapõem, (...)
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Schopenhauer (MVR1): vontade de vida
25 de janeiro, por Cardoso de CastroPara quem bem apreendeu isso e sabe distinguir a vontade da ideia e esta da sua aparência, os eventos do mundo têm significação não em e por si mesmos, mas só na medida em que são as letras a partir das quais se pode ler a ideia de humanidade. Não mais acreditará, como a maioria das pessoas, que o tempo cria algo efetivamente novo e significativo; que, através do tempo, ou nele, algo absolutamente real alcança a existência, ou que o tempo mesmo como um todo tenha princípio e fim, plano e (...)