Um grau ainda mais elevado do sentimento do sublime pode ser ocasionado pela natureza em agitação tempestuosa: semiescuridão e nuvens trovejantes, ameaçadoras; rochedos escarpados, horríveis na sua ameaça de queda e que vedam o horizonte; rumor dos cursos d água espumosos; ermo completo; lamento do ar passando pelas fendas rochosas. Aí aparece intuitivamente diante dos olhos a nossa dependência, a nossa luta contra a natureza hostil, a NOSSA VONTADE obstada; porém, enquanto as aflições (…)
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Schopenhauer / Arthur Schopenhauer
Matérias
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Schopenhauer (MVR1): nossa vontade
25 de janeiro, por Cardoso de Castro -
Schopenhauer (MVR1): sua vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroNaturalmente, em todos os tempos uma etiologia ignara de seu fim empenhou-se em reduzir toda vida orgânica ao quimismo ou à eletricidade; e todo quimismo, isto é, toda qualidade ao mecanismo, e este, por sua vez, em parte ao objeto da foronomia, isto é, tempo e espaço unidos para a possibilidade do movimento, em parte à mera geometria, isto é, posição no espaço: por fim, a própria geometria é reduzida à aritmética, que, como tem uma única dimensão, é a mais compreensível, a mais fácil de (…)
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Schopenhauer (MVR1): vontade livre
25 de janeiro, por Cardoso de CastroA faculdade de razão comum a todos os indivíduos e que lhes permite conhecer não somente o particular, como no caso dos animais, mas também o todo abstratamente e em sua conexão, ensinou-lhes logo a reconhecer a fonte daquele sofrimento e a pensar no meio de diminuí-la ou, onde possível, suprimi-la através de um sacrifício comum, compensado todavia pela vantagem comum daí resultante. De fato, por mais agradável que seja ao egoísmo do indivíduo praticar a injustiça em casos específicos, há (…)
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Schopenhauer (MVR1): vontade é
25 de janeiro, por Cardoso de CastroEntrementes, UMA de tais questões ainda pode ser particularmente discutida, pois surge apenas no caso de não se ter ainda penetrado por completo no sentido do que foi exposto anteriormente, servindo, assim, para elucidação do assunto. É o seguinte. Cada VONTADE É vontade de alguma coisa, tem um objeto, um fim de seu querer: mas o que quer em última instância, ou pelo que se empenha aquela vontade que se expõe para nós como a essência íntima do mundo? — Eis aí uma questão que se baseia, como (…)
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Schopenhauer (MVR1): vontade
25 de janeiro, por Cardoso de CastroAté lá, contudo, portanto neste primeiro livro, é necessário considerar firmemente o lado do mundo do qual partimos, o lado da cognoscibilidade, e, por conseguinte, considerar sem resistência todos os objetos existentes, até mesmo o próprio corpo, apenas como representações, e não designá-las de outro modo senão simples representações. Aquilo do que se faz aqui abstração, como espero que mais tarde se tornará certo a cada um, é sempre a VONTADE, única que constitui o outro lado do mundo. (…)
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Schopenhauer (MVR1): MVR1
25 de janeiro, por Cardoso de CastroSCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e Representação. Tr. M.F. Sá Correia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001.
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Schopenhauer (MVR1:187) – vontade própria
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroJair Barboza
Espinosa afirma (Epist. 62) que, se uma pedra fosse atirada, por choque, ao ar, e tivesse consciência, pensaria voar por vontade própria. Apenas acrescento: a pedra teria razão. O choque é para ela o que para mim é o motivo. O que nela aparece como coesão, gravidade, rigidez no estado adquirido é, segundo sua essência íntima, o mesmo que reconheço em mim como Vontade, e que a pedra, se adquirisse conhecimento, também reconheceria como Vontade. Espinosa, naquela passagem, (…) -
Schopenhauer (MVR2:90-92) – intuição - abstração - regras
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroNa prática, o conhecimento intuitivo do entendimento consegue guiar imediatamente a nossa conduta e o nosso comportamento, enquanto o conhecimento abstrato da razão só o pode fazer pela intermediação da memória. Daí nasce a vantagem do conhecimento intuitivo em todos os casos que não permitem tempo algum para ponderação, logo, nas relações diárias, nas quais as mulheres sobressaem-se precisamente por isso. Apenas quem conheceu intuitivamente a essência dos seres humanos, como via de regra (…)
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Schopenhauer (MVR2:244-245) – consciência de si
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroNão apenas a consciência [Bewußtseyn] das outras coisas, isto é, a percepção [Wahrnehmung] do mundo exterior, mas também a CONSCIÊNCIA DE SI [Selbstbewußtseyn] contém, como antes abordado, uma parte que conhece e uma que é conhecida; do contrário, não seria CONSCIÊNCIA. Pois CONSCIÊNCIA consiste no conhecer [Erkennen]: mas a isto pertence uma parte que conhece e uma que é conhecida; eis por que a consciência de si também não poderia existir se nela não se contrapusesse ao que conhece um (…)
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Schopenhauer (MVR1:629) – culpa e mérito do agente
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroEm vez de tudo isso [o fenômeno em Kant], o procedimento claro e aberto teria sido partir imediatamente da vontade, e demonstrá-la como o em-si do nosso próprio fenômeno, reconhecida sem intermediação alguma; [I 600] e, após realizar a exposição do caráter empírico e do inteligível, demonstrar como todas as ações, embora tornadas necessárias por motivos, contudo, tanto por seu agente quanto pelo julgador independente, são única, necessária e absolutamente atribuídas ao agente mesmo como pura (…)
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Schopenhauer (MVR2:288-289) – identidade da pessoa
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro10) Em que se baseia a IDENTIDADE DA PESSOA? — Não na matéria do corpo: esta é outra após alguns poucos anos. Não na forma dele: esta muda no todo e em cada uma das suas partes; exceto na expressão dos olhos, pela qual, por conseguinte, mesmo depois de muitos anos, ainda reconhecemos uma pessoa; o que demonstra que, apesar de todas as mudanças nela produzidas pelo tempo, ainda assim algo permanece completamente intocado: precisamente aquilo que, por mais longa que seja a ausência, faz com (…)
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Safranski (SB:411-412) – corpo e vontade
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroNo caso de Schopenhauer, não obstante, se ele situou o corpo tão energicamente no centro de sua metafísica, isto não significava em absoluto que ele quisesse combater a religião idealista do “mais além” (jenseits) da alma e fundar, por sua vez, uma nova religião do “mais aqui” (diesseits), uma espécie de religião do corpo (Religion des Leibes), mas sim que ele queria pôr de lado de uma vez por todas a ilusão de que fosse possível escapar à tirania (Übermacht) deste. Schopenhauer estava muito (…)
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Schopenhauer (MVR2:313-314) – corpo = objetivação da vontade
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroAcima reconhecemos o sistema nervoso cerebral como um ÓRGÃO AUXILIAR da vontade, no qual esta, por conseguinte, objetiva-se SECUNDARIAMENTE. Aqui, o sistema cerebral, embora não intervindo diretamente no âmbito das funções vitais do organismo, mas só guiando as suas relações com o exterior, tem todavia no organismo a sua base e é alimentado por ele como pagamento dos seus serviços; logo, assim como a vida cerebral ou animal deve ser vista como produto da vida orgânica, também o cérebro e sua (…)
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Schopenhauer (MVR1:402) – Vontade no corpo vivo como mandamento de alimentação
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroEntretanto, o esforço contínuo que constitui a essência de cada fenômeno da Vontade adquire nos graus mais elevados de objetivação dela seu primeiro e mais universal fundamento, pois, aqui, a Vontade aparece num corpo vivo com o seu mandamento férreo de alimentação. O que dá força a este mandamento é justamente que o corpo é apenas a Vontade de vida mesma, objetivada. O homem, como objetivação perfeita da Vontade, é, em conformidade com o dito, o mais necessitado de todos os seres. Ele é (…)
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Schopenhauer [FM:4] – ética de Kant como petição de princípio
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castrotradução
O πρῶτον ψεῦδο [o erro primeiro] de Kant reside na ideia que ele se faz de ética, da qual aqui está a expressão mais clara (p. 62; R. 54): “Em uma filosofia na prática, não se trata de dar as razões disto que acontece, mas as leis disto que deveria acontecer, isso jamais aconteceu". – Eis aí uma petição de princípio bem caracterizada. Quem te diz que existem leis às quais devemos submeter nossa conduta? Quem disse que isso tem que acontecer, que não acontece jamais? - De onde (…) -
Schopenhauer (MVR1:376-379) – decisão
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroAparte o fato de a Vontade, como a verdadeira coisa-em-si, ser algo originário e independente, e que o sentimento de sua originariedade e autonomia tem de na autoconsciência acompanhar seus atos, embora aqui já determinados, aparte isso, o engano sobre a liberdade empírica da vontade (em vez da liberdade transcendental, única atribuível a ela), logo, de uma liberdade dos atos individuais, surge da posição separada e subordinada do intelecto em relação à vontade, exposta especialmente no (…)
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Raymond (ELA:Prefácio) – livre arbítrio
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castronossa tradução
Eis o diálogo que Schopenhauer imagina entre ele mesmo e a consciência ingênua: A consciência ingênua: “Eu posso fazer o que eu quiser. Se eu quiser ir para a esquerda, vou para a esquerda. Se eu quiser ir para direita, vou para direita. Depende apenas da minha boa vontade: logo, sou livre. "[Ensaio sobre Livre Arbítrio] Schopenhauer (à parte): “Tal testemunho é certamente justo e verídico. Apenas, pressupõe a liberdade da vontade." [Ibid] Schopenhauer: “Tua vontade, de que (…) -
Safranski: Schopenhauer e a comédia da felicidade
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroO que Schopenhauer recomenda é uma “atitude do como se” (Haltung des Als-ob); em linguagem moderna, poderia ser expressada: “Você não tem mesmo nenhuma chance, mas aproveite o que aparecer!”
Essa “felicidade” (Gluck) relativa — de onde poderia vir?
Schopenhauer enumerava três fontes. Provém, em primeiro lugar, “daquilo que se é” (was einer ist); em segundo, “do que se tem” (was einer hat); e finalmente, “daquilo que se representa” (was einer vorstellt). Era nestas três dimensões — o (…) -
Schopenhauer: o homem é tão subjetivo...
5 de janeiro de 2020, por Cardoso de Castronossa tradução
A maioria dos homens é completamente subjetiva que nada realmente lhes interessa, a não ser eles mesmos. Eles sempre pensam em seu próprio caso assim que qualquer comentário é feito, e toda a sua atenção é assimilada e absorvida pela mera referência casual a qualquer coisa que os afete pessoalmente, desde que não remota: com o resultado de que não lhes resta poder para formar uma visão objetiva das coisas, caso a conversa se revele; nem podem admitir validade em argumentos (…) -
Schopenhauer (MVR2:586-589) – imortalidade do indivíduo
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroSe, portanto, considerações desse tipo são decerto apropriadas para despertar a convicção de que em nós há algo que a morte não pode destruir, isto só acontece por meio de uma ascensão a um ponto de vista a partir do qual o nascimento não é o começo de nossa existência. Daí se segue, todavia, que aquilo que é evidenciado como indestrutível pela morte não é propriamente o indivíduo, que, de resto, surgido pela procriação e trazendo em si as características do pai e da mãe, manifesta-se (…)