ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. António Caeiro. Lisboa: Quetzal, 2015, p. 10-11
O sentido da palavra «perícia» é equívoco. «Perícia» pode ser um ofício ou uma profissão. Mas tem também o sentido de produção artística, arte. Em ambos os casos a língua grega faz pensar, de fato, numa fabricação, numa produção. O operador fundamental da perícia é o domínio de uma competência (artístico-técnica), a qual pode ser adquirida por aprendizagem. Para perceber de uma determinada perícia é necessário exercê-la, pô-la em (...)
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António Caeiro / CaeiroEN
Filósofo e professor português, com uma tese notável, "A areté como possibilidade extrema do humano".
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. António Caeiro. Lisboa: Quetzal, 2015. [CaeiroEN]
Matérias
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Caeiro (EN10-11) – princípio da ação
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro -
Caeiro (EN:15-17) – felicidade
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. António Caeiro. Lisboa: Quetzal, 2015, p. 15-17
O Humano está assim lançado para a felicidade. Motivado por ela. Para Aristóteles estar lançado para a felicidade caracteriza essencialmente a existência humana. É por termos um conhecimento deste projeto que nos está dado em mãos que percebemos também estarmos afastados dele ou termos já desistido de ir no seu encalço. Se «ser feliz» é o projeto fundamental da vida humana é também uma possibilidade sua. Jamais poderá (...) -
Caeiro (Arete:97-99) – compreensão do acontecido
12 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroCAEIRO, António de Castro. A arete como possibilidade extrema do humano. Fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002, p. 97-99
§17 A reprodução imitadora (μίμησις) como o paroxismo da situação habitual de compreensão do que nos acontece
Esta contraditoriedade de interpretações é já apurável quando comparamos a compreensão natural que temos deles com a compreensão que nos é «oferecida» pela tematização mimética. Naturalmente, propendemos para uma compreensão da (...) -
Aristóteles (EN:III,2) – decisão (proairesis, escolha)
10 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro2. Escolha distinta do voluntário: o objeto da escolha é o resultado de deliberação prévia.
Caeiro
Definidas que estão as ações voluntárias e involuntárias, [1111b4] segue-se agora a discussão acerca da decisão [proairesis, escolha]. A decisão é, na verdade, 5 [70] o que de mais próprio concerne a excelência e é melhor do que as próprias ações no que respeita a avaliação dos caracteres Humanos.
A decisão parece, pois, ser voluntária. Decidir e agir voluntariamente não é, contudo, a mesma coisa, pois, a ação (...) -
Caeiro (Arete:104-105) – retórica
3 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroCAEIRO, António de Castro. A arete como possibilidade extrema do humano. Fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002, p. 104-105
A tematização das situações humanas levadas a cabo pela reprodução imitadora (μίμησις [mimesis]) faz, por conseguinte, abstração, ou seja, exerce uma epoché (ἐποχή [epoche]) sobre o sentido da excelência (ἀρετή [arete]) e da perversão (κακία [kakia]), ou então, reduz estes sentidos respectivamente ao prazer e ao sofrimento. A reprodução (...) -
Caeiro (Arete:§26) – prazer e depressão no tempo
19 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroA diferenciação do prazer (ἡδονή) e da depressão (λύπη) relativamente à perversão impossibilitante (κακία) e à excelência (ἀρετή) resulta da aplicação de operadores temporais que permitem compreender todo e qualquer sentido (πάθος) como sendo vivido só no momento presente (ἐν τῷ παραχρήμα) sem a possibilidade de uma abertura ao que esteja fora dessa presença, sem a possibilidade de antecipar o tempo futuro (εἰς τὸν ὕστερον χρόνον).
Não se consegue antecipar que o tempo que segue ao prazer (ἡδονή) traga consigo a sua cessação e a (...)
Notas
- Aristóteles (EN:VI,11, 1143a-b) – compreensão (noûs)
- Aristóteles (EN:VI,8, 1142a26) – sensatez (phronesis)
- Caeiro (2014:7-8) – o tempo da vida
- Caeiro (Arete:109-110) – apatheia - impassibilidade
- Caeiro (Arete:128-129) – virtude não é conhecimento
- Caeiro (Arete:130-131) – tematização da virtude
- Caeiro (Arete:§26) –A «eternidade» aparente do instante patológico
- Caeiro (EN:11-12) – praxis em Aristóteles
- Caeiro (EN:9) – horizonte do ético em Aristóteles