RATIÉ, Isabelle. Le Soi et l’Autre. Identité, différence et altérité dans la philosophie de la Pratyabhijñā. Leiden: Brill, 2011, p. 15-17
[...] no momento em que Utpaladeva escreve seu kārikā, qualquer que seja a magnitude das diferenças que separam os grandes sistemas brâmanes, eles compartilham a visão de que existe um atman, entendido como uma entidade permanente (nitya, sthira) que dá ao indivíduo sua identidade, apesar da impermanência de seus estados corporais e de seus estados de consciência, (...)
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Ratié / Isabelle Ratié / RatieSA
Isabelle Ratié, professora pesquisadora na Université de Paris 3, dedicada à tradição indiana do Xivaísmo de Caxemira.
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
EXTRATOS DE:
- RATIÉ, Isabelle. Le Soi et l’Autre. Identité, différence et altérité dans la philosophie de la Pratyabhijñā. Leiden: Brill, 2011 [SA]
Matérias
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Isabelle Ratié (SA:15-17) – Há um Si?
24 de abril de 2018, por Cardoso de Castro -
Ratié (SA:38-45) – Autoluminosidade e autoconsciência da cognição
15 de novembro de 2022, por Cardoso de CastroPois a consciência de ser consciência não é uma cognição de objeto, mas ao invés a consciência que acompanha toda cognição de objeto
De acordo com os budistas com os quais Utpaladeva está prestes a entrar em diálogo, a consciência é, portanto, composta de uma série de eventos conscientes instantâneos e descontínuos que consistem todos em uma forma de manifestação.
No entanto, as cognições, segundo eles, não apenas manifestam objetos. Pois conhecer é também saber que se sabe, e as cognições, dando a conhecer (...) -
Isabelle Ratié (SA:23-27) – A luz do Si
5 de junho de 2018, por Cardoso de CastroExtrait de RATIÉ, Isabelle. Le Soi et l’Autre. Identité, différence et altérité dans la philosophie de la Pratyabhijñā. Leiden: Brill, 2011, p. 23-27
nossa tradução
O exame racional que é o tratado é, portanto, um meio de conhecimento (pramāṇa) que visa convencer os outros da validade de uma tese - nesse caso, a identidade do indivíduo com a consciência absoluta - demonstrando esta tese por inferência. No entanto, essa afirmação parece problemática em vários aspectos. Primeiro, porque se tudo é o Si, e (...) -
Ratié (SA:37-38) – Cognições e instantaneidade
25 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroPor que, porém, falar de cognições, e não de uma conscientidade? De fato, tendo a considerar que “minha cosncientidade” é una e contínua. E é isso mesmo que me parece ser o fundamento da minha identidade. Pois é a conscientidade que me separa dos objetos inanimados, que me torna um “sujeito” distinto das entidades objetivas – uma entidade capaz de conhecer as coisas e agir sobre elas.
Por que, porém, falar de cognições, e não de uma consciência? De fato, tendo a considerar que “minha consciência” é una (...) -
Isabelle Ratié (SA:4-6) – quem sou segundo Utpaladeva ?
5 de fevereiro de 2020nossa tradução
Segundo Utpaladeva e Abhinavagupta, o próprio fato do reconhecimento de si tal como ordinariamente fazemos a experiência implica um paradoxo cheio de consequências epistemológicas e soteriológicas. Eu sei que sou eu mesmo - caso contrário, não me reconheceria; mas não sei quem sou - caso contrário, não precisaria me reconhecer. Estou ciente da minha identidade, e é essa consciência que brota de todo reconhecimento do si, mas a essência que torna possível minha permanência enquanto sujeito (...) -
Isabelle Ratié (SA:2) – sujeito
4 de junho de 2018nossa tradução
O sujeito que se reconhece é tentado a dar esta resposta: o que o torna um e o mesmo sujeito é precisamente o fato de ele se apreender como ele mesmo, apesar do tempo; é a própria capacidade de uma consciência de se reconhecer como a mesma, além de todas as mudanças pelas quais passa, que lhe confere sua identidade. No entanto, o reconhecimento, porque é apenas o re-conhecimento, a retomada ou a reapreensão de si mesmo por si mesmo, também implica que se tenha, em um momento do tempo (...) -
Isabelle Ratié (SA:17-18) – Reconhecimento de Si é Reconhecimento do Senhor
5 de fevereiro de 2020nossa tradução
Mas, na perspectiva de Pratyabhijñā, a questão da identidade está longe de ser reduzida à da permanência do sujeito. Como Utpaladeva e Abhinavagupta distinguem claramente individualidade e identidade: se eles consideram, contra os budistas, que o indivíduo é um atman, eles também afirmam, com os budistas desta vez, que a individualidade é apenas o produto de uma identificação incorreta. O sujeito empírico é certamente um Si - mas não o Si estreito, enraizado no corpo e nas cognições (...) -
Isabelle Ratié (SA:19-20) – o Si e o Outro
5 de fevereiro de 2020nossa tradução
Essa distinção radical entre individualidade factícia e identidade real, e o corolário de que tudo, em última análise, tem a essência do Si único e não é realmente distinto dele, por sua vez, levanta várias questões difíceis.
Porque se a consciência absoluta constitui a totalidade do ser, e se, consequentemente, nada realmente se opõe ao Si como seu Outro, como é que essa consciência absoluta passa a aparecer como o que ela não é - como outra precisamente? Como ela pode se alienar tomando-se (...) -
Isabelle Ratié (SA:36-37) – o conhecimento
24 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroO ato designado pela raiz verbal jñā- é acima de tudo um ato de manifestação. Porque a essência da conscientidade é tornar as coisas manifestas, fazê-las aparecer: estar ciente de um objeto, seja percebendo-o, imaginando-o, conceituando-o, lembrando-o ou sonhando, é antes de tudo torná-lo um fenômeno para a conscientidade. Por este motivo, a conscientidade é frequentemente referida nos textos indianos como prakāśa.
nossa tradução
O termo jñāna é um substantivo formado sobre a raiz do verbo jñā-, que (...)